“ABSOLVIÇÃO” DA QUADRILHA? – Quintal do Dalai

Caiu como bomba no mundo azul a notícia de que foi arquivado o processo criminal contra os autores do tsunami/2019, Wagner Pires, Itair Machado e Cia. Ltda. Nada disto. Em verdade, apenas se cumpriu, outra vez, a maldita regra do mundo internético: reproduza, não reflita! Um nevoeiro de pessimismo, decepção, desalento foi configurando a percepção de que não adianta lutar… que o mal sempre vence… que o mundo continua na mão dos espertos…

No fim, examinados serenamente os fatos, a conclusão: tudo não passou de desastrada (ou seria maldosa?) “comunicação” que confundiu a parte com o todo. Óbvio, o profissional da área que redigiu e divulgou a matéria deixou a paixão se sobrepor à razão.

Nota oficial do Cruzeiro esclarece: A Policia Civil abriu investigações que denominou de “Primeiro Tempo” para apurar atos criminosos praticados pelos ex-dirigentes. Paralelamente, antecipando possíveis desdobramentos das apurações, abriu outro inquérito, rotulado de “Segundo Tempo”.

Verificado, porém, o “vejo você no idem” das apurações (dois inquéritos enfocando os mesmos fatos) foi arquivado o segundo.

Quanto ao primeiro inquérito, concluído, houve denúncia já recebida na Justiça, transformada em ação penal, em que os ex-dirigentes respondem por crimes de organização criminosa, apropriação indébita, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Ou seja: tudo, até agora, está como espera a Nação Azul.

Entre os delitos em exame pela Justiça: Rombo de R$ 10 milhões no Cruzeiro nas negociações envolvendo a venda do lateral Mayke ao Palmeiras; a contratação de Bruno Silva, do Botafogo, e a renovação do contrato do goleiro Fabio, em 2019.  Entre outras, são também alvos do processo irregularidades nos pagamentos de salário a Itair Machado. Começou a trabalhar em janeiro de 2018, mas recebeu retroativos de outubro a dezembro de 2017.

BATE PAPO NO QUINTAL

1. Seleção brasileira – Brasil 1 x 0 Equador. Primeiro tempo razoável, segundo, sofrível. Peças excelentes que não se ajustam e por isso não rendem o esperado. Craques como Luiz Henrique e Vini Jr. irreconhecíveis. Falta coordenação. Liga. A certeza quanto aos espaços a ocupar. Segundo boa parte da crônica esportiva, nosso 10 Matheus Pereira deveria ter uma oportunidade nesse time.

2. Vencedor pede ao blogueiro:

“Dalai, conte-nos mais sobre essa dupla Joaquim Cocó e Cidinho Bola Nossa. A propósito do tema arbitragem pró rival citadino: é verdade que o Patético certa vez ficou mais de dez anos sem um pênalti marcado em favor de seus adversários?”

Meu caro Vitor, a nossa FMF, pela longínqua habilidade e persistência de seus dirigentes, aliada à inexplicável complacência dos demais clubes, tem sido um feudo atleticano. Como numa empresa familiar, as sucessões são literalmente consanguíneas, gerações em gerações. Todos, ostensivamente, atleticanos. Ao longo dos campeonatos mineiros, armações escandalosas eram montadas pra favorecer o time da casa. Contra times do interior, nem havia escrúpulos: era assalto à mão armada, ao meio dia. Reveja as últimas decisões. Há uma estimativa de que 40% dos títulos de campeão mineiro, pelo Atlético, foram conseguidos na Mão Grande.

Joaquim Cocó e Cidinho Bola Nossa se diferenciaram do grupo porque praticamente atuavam em campo vestindo a camisa do Atlético. Vergonha, é pouco.

3. QUINTAL sem cercas –   Desde a sua origem, este minifúndio é aberto e continuará assim.  As únicas catracas são de ordem literária: o interessado tem de saber escrever, em seu nome ou usando codinome, sem as muletas do palavrão e das ofensas. Quem não sabe brincar, não desce para o play.

Por isso há um entendimento geral: se o BCO/DSN (Bobo da Corte Oficial/Desprovido de Senso e Neurônio) tivesse um mínimo de desconfiômetro funcionando, não voltaria mais aqui, tamanha a rejeição a ele às dezenas de “disfarces indisfarçáveis” que ele usa o tempo todo.

4. Páginas heróicas relembra a invejável trajetória-solo do Cruzeiro, contrapondo-a a outros grandes clubes sempre beneficiários de ajudas extras. Flamengo, em ponto maior. Atlético, em ponto menor, via estranhas “desapropriações”. O tema surge de carona nos debates sobre “fair play financeiro’.

No fim, recomenda livro que não pode faltar na estante da Nação Azul: “O time do povo mineiro”de Gladstone Leonel Junior, prefácio de Luiz Antônio Simas.

Um trecho da apresentação do livro:

“Está nos clubes e nas esquinas de Milton e Lô; na devoção de dona Salomé, a maior torcedora do mundo; na genialidade de Tostão; no samba em azul e branco de Clara Nunes e do maestro Jadir Ambrósio; nos tijolos colocados por cada palestrino na construção do Estádio do Barro Preto; no tropeiro com cerveja para alimentar o corpo e a alma da China Azul. No mar de montanhas, no meio das Alterosas, a vida mineira ganha mais sentido sendo Cruzeiro. Ser é só uma consequência.”

5. Paulinosobre o texto de “Páginas de heroína”não percebendo que seu anjo da guarda, distraído, admirava o Lamborghini Urus, de Deolane Bezerra, comprado por R$ 4 milhões, resolveu reunir em um só período todas as alopradas que poderia dizer até o fim do ano. Releia-se a barbaridade:

“Exatamente, e o único time que se diz grande que ficou três anos seguidos na série B, e o único time que teve mais de 30 minutos de espaço em horário nobre da TV para falar de denúncias de corrupção, único time que tem dirigente réu confesso de compra de juiz, realmente é uma história linda”.

Meu caro Paulinomostrei seu texto a um psiquiatra e ele recomendou: não saia de casa sozinho, tome muita água, não assine nada e suspenda imediatamente seus psicotrópicos.

6. Paralimpíadas – Brasileiros batem recorde histórico de medalhas, superando as conquistas de Tóquio. O show de superação humana em cada prova não tem limites. Independentemente da camisa usada pelo extraordinário e inimaginável atleta. Enquanto isto, olhando no espelho, quais são mesmo nossas dificuldades no dia-a-dia?

GARIMPO

“O primeiro passo não leva onde você deseja ir, mas tira você do lugar em que está”.

(Robson Hamuche)