Setembro 17, 2024
O líder da oposição González Urrutia foge da Venezuela em busca de asilo na Espanha
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O líder da oposição González Urrutia foge da Venezuela em busca de asilo na Espanha #ÚltimasNotícias #Venezuela

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O candidato da oposição Edmundo González Urrutia não teve escolha a não ser fugir da Venezuela para o exílio na Espanha para salvar sua própria vida em meio a uma “onda brutal de repressão” após eleições presidenciais contestadas, disseram aliados no domingo.

“Sua vida estava em perigo, e as crescentes ameaças, intimações, mandados de prisão e até tentativas de chantagem e coerção contra ele mostram que o regime não tem escrúpulos nem limites em sua obsessão por silenciá-lo e tentar derrubá-lo”, disse a líder da oposição María Corina Machado em uma publicação na rede social X.

“Diante dessa realidade brutal, é necessário que nossa causa preserve sua liberdade, sua integridade e sua vida”, acrescentou.

González Urrutia – que insiste que ele, e não o ditador Nicolás Maduro, é o líder eleito legítimo da Venezuela – disse na segunda-feira que fugiu para a Espanha “para que as coisas possam mudar” e apelou ao “diálogo”.

Ele chegou a Madri no domingo à noite, depois de semanas escondido. A oposição diz que pode provar que ele venceu as eleições de 28 de julho, nas quais Maduro – no poder desde 2013 – reivindicou uma vitória amplamente contestada.

“Decidi deixar a Venezuela… para que as coisas mudem e possamos construir uma nova etapa para a Venezuela”, escreveu o homem de 75 anos em uma carta endereçada aos venezuelanos publicada no X, antes de acrescentar que “só a política de diálogo nos permitirá reunir-nos como compatriotas”.

“É um gesto que alcança a todos e espero que seja retribuído”, disse ele.

“Tomei esta decisão pensando na Venezuela e que nosso destino como país não pode, não deve, ser o de um conflito de dor e sofrimento.”

Pouco depois de pousar em um avião militar com sua esposa, a equipe de imprensa de González Urrutia distribuiu uma mensagem de áudio na qual ele prometeu “continuar a luta para alcançar a liberdade e a recuperação da democracia na Venezuela”.

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, confirmou à emissora local Rádio Onda Cero na segunda-feira que Madri concederia asilo a González Urrutia, dizendo que ele está “melhor na Espanha” do que escondido ou preso na Venezuela.

Fontes próximas a González Urrutia disseram que ele não falará publicamente nem concederá entrevistas à mídia até ser recebido por Albares e pelo primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, ambos em visita oficial à China.

A reunião pode ocorrer na quinta-feira, disseram as fontes.

‘Onda brutal de repressão’

González Urrutia saiu porque “sua vida estava em perigo”, disse Machado no X, citando uma “onda brutal de repressão”.

A veterana diplomata substituiu Machado na cédula de última hora, depois que ela foi impedida de concorrer por instituições leais a Maduro, acusadas por observadores de violações de direitos humanos.

A autoridade eleitoral CNE, leal ao regime da Venezuela, declarou Maduro o vencedor da eleição, mas a oposição protestou.

Grande parte da comunidade internacional se recusou a aceitar o resultado.

A contestada vitória de Maduro na eleição de 28 de julho é contestada não apenas pela oposição ou rivais geopolíticos históricos, como os Estados Unidos, mas também por aliados de esquerda da Venezuela, como Brasil e Colômbia.

Estes últimos não obtiveram sucesso em seus esforços para ajudar a encontrar uma solução pacífica para a crise.

A Argentina condenou o governo venezuelano e lamentou a falta de transparência dos resultados das eleições. Na semana passada, apelou ao Tribunal Penal Internacional para pedir a prisão de Maduro por violações de direitos humanos.

Dentro do país, há muitos rumores sobre o que a oposição chama de eleição roubada, mas as pessoas fazem suas críticas em sussurros: ninguém quer se juntar às mais de 2.400 pessoas que foram presas desde a votação, incluindo crianças, algumas até mesmo acusadas de “terrorismo”.

Mas para muitos venezuelanos, a fuga de González Urrutia não foi nenhuma surpresa. Ele estava sob tremenda pressão, não apenas do ponto de vista legal — ele desafiou três intimações para comparecer ao tribunal — mas também devido a uma chuva de insultos diários de Maduro, que o chamou de “imundo”, covarde e até nazista.

‘Teatro farsesco’

As autoridades emitiram um mandado de prisão para Gonzalez Urrutia, que Maduro disse que deveria estar atrás das grades, junto com Machado. Ela continua escondida, exceto por liderar um punhado de protestos anti-Maduro desde a disputada votação.

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse nas redes sociais que Caracas concordou com a passagem segura de González Urrutia, que havia se “refúgiado voluntariamente na embaixada espanhola em Caracas há alguns dias”.

O procurador-geral Tarek William Saab disse aos jornalistas que a saída de González Urrutia marcou o encerramento de uma peça de “teatro farsesco… fatidicamente chamada de ‘Até o Fim'”, referindo-se ao slogan de resistência da oposição após as eleições.

Ele não disse se a investigação contra a figura da oposição estava encerrada.

Saab abriu uma investigação contra González Urrutia por crimes relacionados à sua insistência de que ele era o vencedor legítimo das eleições de julho.

As acusações incluem usurpação de funções públicas, falsificação de documento público, incitação à desobediência, sabotagem e associação com o crime organizado.

Ele corre o risco de uma pena de prisão de 30 anos.

As acusações decorrem da decisão da oposição de publicar sua própria contagem de votos emitidos em nível de seção eleitoral, que, segundo ela, mostrou que Gonzalez Urrutia obteve cerca de dois terços dos votos.

A autoridade eleitoral da Venezuela disse que não pode fornecer um detalhamento dos resultados das eleições, culpando um ataque cibernético aos seus sistemas.

Observadores disseram que não há evidências de tal invasão.

A violência pós-eleitoral na Venezuela deixou 27 mortos e 192 feridos, enquanto o governo diz ter prendido cerca de 2.400 pessoas.

Após a última eleição na Venezuela, em 2018, Maduro também reivindicou vitória em meio a acusações generalizadas de fraude.

Com o apoio dos militares e de outras instituições, ele conseguiu se manter no poder apesar das sanções internacionais.

O governo de Maduro fez o PIB cair 80% em uma década, levando mais de sete milhões dos 30 milhões de cidadãos do país a fugir.

– TIMES/AFP

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