OnlyFans à Venda: A Luta Contra o Estigma do Conteúdo Adulto
A plataforma londrina, famosa por revolucionar o conteúdo adulto online, procura um comprador, mas o estigma associado ao seu nome pode dificultar essa transação. Apesar dos lucros expressivos, investidores hesitam em apostar no modelo de negócios da OnlyFans.
O Desafio da Venda
Leonid Radvinsky, o programador que assumiu a OnlyFans em 2019, está explorando opções para vender a plataforma, segundo fontes próximas. Com uma fortuna pessoal que chega a 3,8 bilhões de dólares (cerca de 2,83 bilhões de euros), a reputação da plataforma como um espaço para conteúdo adulto tem se mostrado um trunfo complicado de contornar.
OnlyFans: Um Gigante Lucrativo em Busca de Comprador
Controlada pela Fenix International Ltd., da qual Radvinsky é o proprietário total, a OnlyFans viu seus dividendos ultrapassarem um bilhão de dólares (750 milhões de euros) entre 2021 e 2023. Apesar da sua rentabilidade, especialistas do setor alertam que plataformas de conteúdo adulto enfrentam avaliações limitadas.
- Avaliação de Mercado: As projeções indicam que a OnlyFans pode valer entre 1,46 bilhões e 2,42 bilhões de dólares (1,09 bilhões a 1,80 bilhões de euros).
- Retorno sobre Investimento: Isso representa um desafio significativo num setor que muitos investidores institucionais evitam.
Modelo de Negócios em Foco
O CEO Keily Blair revelou que:
- 59% da receita vem de serviços adicionais, como conteúdos pay-per-view e transmissões ao vivo.
- 41% são provenientes de assinaturas, com a plataforma cobrando uma comissão de 20% aos seus quatro milhões de criadores de conteúdo.
Evitando o uso de lojas de aplicativos, a OnlyFans processa transações diretamente, o que lhe permite escapar de custos com fornecedores como Apple e Google. Em 2023, dois terços da sua receita de 1,3 bilhão de dólares (970 milhões de euros) vieram dos EUA.
Uma Indústria em Crise
O histórico de outras plataformas adultas, como Pornhub, ensina lições valiosas. Depois de anos à venda, o site foi adquirido em 2023 por um grupo de capital privado por um preço misterioso, mas abaixo da marca de um bilhão de dólares.
Cenários semelhantes se apresentaram para empresas como a Playboy, que, após a entrada em bolsa, vê seu valor de mercado despencar.
Ameaças e Críticas ao Modelo Atual
Atualmente, a OnlyFans se beneficia de taxas de processamento de pagamento mais baixas, mas essa situação pode ser temporária. Com a mudança de políticas das principais operadoras de cartões, a empresa pode enfrentar custos adicionais elevados.
Blair reconheceu os riscos associados à plataforma, mas ressaltou que "há riscos semelhantes em redes sociais tradicionais". No entanto, a OnlyFans se apoia na Seção 230 da Lei de Comunicações dos EUA, que a protege de responsabilidade por conteúdo gerado por usuários. Contudo, a falta de supervisão pode ser interpretada como negligência, levantando questões legais sobre a proteção da plataforma.
A Revolução do Conteúdo Adulto
Lançada em 2016, a OnlyFans viu sua popularidade disparar após liberar conteúdo adulto, especialmente durante a pandemia de COVID-19. O esforço para banir esse tipo de material em 2021, frente às pressões financeiras, foi rapidamente revertido após o rebuliço gerado pelos criadores.
À medida que a OnlyFans busca um novo rumo e um potencial comprador, as complicações inerentes ao seu modelo de negócios questionam a sustentabilidade da plataforma no futuro. A luta contra o estigma do conteúdo adulto continua, e as consequências para investidores e criadores podem ser profundas.