"Mariana Cabral Revela Segredos da sua Saída do Sporting: ‘Quase Me Obliguem a Ser Grata!’"

Mariana Cabral, a ex-treinadora do Sporting, abriu o coração sobre sua saída polêmica do comando da equipa. Atualmente no Utah Royals, nos Estados Unidos, Cabral fez críticas contundentes à gestão do futebol feminino no clube lisboeta, revelando desafios que a levaram a tomar a difícil decisão.

Desafios e Frustrações na Lisboa Liofa

Em declarações ao podcast "Olhá Bola, Maria", da Rádio Renascença, a treinadora de 37 anos abordou a desilusão que sentiu ao longo dos três anos à frente das leoas. “O Sporting podia ser muito melhor, mas em Portugal ainda se sente que estamos a ser favorecidas por ter uma equipa feminina,” desabafou Cabral, destacando um problema cultural que persiste no desporto.

A ex-treinadora mencionou ainda a falta de infraestrutura: "Quando entrei, não tínhamos nem gabinete. A câmara que usávamos era emprestada." Essas condições, juntamente com a gestão do clube, foram fatores que contribuíram para sua escolha de deixar o Sporting.

Cuidado com os Jogadores em Primeiro Lugar

Um dos episódios mais impactantes que Mariana lembrou foi o caso da jogadora Joana Martins, que, após uma fratura na clavícula, não recebeu atendimento imediato. O atraso na cirurgia gerou indignação e reflexões sobre a proteção das jogadoras. “Quando isso acontece, não é a primeira vez, nem a segunda… isso me preocupava," afirmou Cabral.

Comparação com os Estados Unidos: Um Mundo à Parte

Atualmente nos EUA, Cabral comparou as condições que encontrou com aquelas do Sporting: “Aqui temos infraestruturas adequadas, dois relvados lado a lado. Isso nunca aconteceria em Portugal.” Sua frustração pela falta de recursos se contrasta com o reconhecimento que encontra no trabalho atual.

Uma Questão de Valorização

Mariana também não hesitou em falar sobre a diferença salarial. "Aqui, como adjunta, ganho quase o triplo do que ganhava no Sporting," garantiu, reafirmando que a questão não se limita a dinheiro, mas à valorização do desporto feminino.

Felicidade e Paixão pelo Futebol

Por fim, enfatizou a importância de um ambiente saudável no trabalho. “A boa disposição e a camaradagem aqui são incomparáveis,” disse sobre sua experiência no Utah Royals, ressaltando que o prazer de ir para o trabalho tornou-se um objetivo primordial. “Eu não ia feliz para o trabalho no Sporting, e quero manter a paixão pelo futebol,” concluiu Mariana.

Com estas declarações, Mariana Cabral não só revela a dura realidade do futebol feminino em Portugal, como também traça um caminho para o futuro do desporto, onde a valorização e o respeito pelas atletas são fundamentais.