Abril 25, 2025
A escolha das palavras pode ser poderosa ou desastrosa para os médicos

A escolha das palavras pode ser poderosa ou desastrosa para os médicos

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Evelyn de Morgan / Reprodução
O medo conduz as pessoas a uma condição de absoluta autenticidade.

“A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana” (Franz Kafka)

O médico convive com pacientes, que são pessoas comuns mas que, por terem adoecido, se transformaram em seres distintos, mais sensíveis, mais assustados e, em decorrência, muito mais vulneráveis.

O medocomo ingrediente indissociável da nossa fantasia de morte, torna a sua vítima completamente intolerante com sofismas e dissimulações, conduzindo-a a uma condição de absoluta autenticidade.

E esta reação circunstancial não depende do caráter prévio do paciente, mas sim do fato de que o medo autentica as pessoas com as quais o médico tem o privilégio de conviver permanentemente.

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Escolha das palavras

Estou convencido, numa época em que ter certeza de alguma coisa soa como pretensão, de que, se depois de 10 anos de trabalho, o médico ainda não se tornou um especialista em gente, só tem uma explicação: ele não tem se dado ao trabalho de ouvir tudo o que se pode aprender com os pacientes. E está desprezando uma matéria-prima que a natureza não oferece a nenhum outro profissional.

E ainda que as pessoas sejam originais no seu jeito de sofrer, as reações ao medo tendem a assemelhá-las.

A partir dessa necessidade, e desde sempre, uma divisória importante é a escolha das palavras. Elas, sempre elas, representam uma Arma poderosa na conquista ou desastrosa na perda da confiança do paciente.

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Não existe um marqueteiro mais eficiente do que um paciente agradecido

A situação em que a delicadeza do médico é mais crítica é na comunicação da notícia ruimquando o paciente, por conta dos seus temores e fantasias, está com todos os sensores ligados e qualquer forma de linguagem, incluindo a corporal, pode ser prontamente identificada como um jeito generoso ou cruel de dar a mesma notícia.

Se a construção de uma grande clínica depende da fidelização do paciente, e se não existe um marqueteiro mais eficiente do que um paciente agradecido, parece óbvio que o cultivo da confiança é um princípio fundamental.

Verbalização dos diagnósticos

Com isso presente, temos no curso A Medicina da Pessoa insistido nos cuidados com a verbalização dos diagnósticos que envolvem gravidade e perspectiva de sofrimentoque é a maior preocupação do paciente que se prepara para ouvir a palavra do médico, sem saber se ela será solidária ou displicente.

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Seria maravilhoso se todos os médicos tivessem a consciência plena de que, depois de uma notícia ruim, eles nunca mais serão vistos como antes por esse paciente e a sua família. Cabe à sensibilidade do médico decidir se esse novo patamar de identidade pessoal será irreversivelmente modificado para o bem ou para o mal.

Quando encerrei a última aula, dizendo que eles estavam num momento crítico de decidir que tipo de médico iriam ser pela vida afora, houve um silêncio revelador de introspecção. E contei com o brilho dos olhos para acreditar que sim, eles tinham entendido.

Fui embora felizcomo acontece quando fazemos os mais jovens crerem no que aprendemos a crer desde quando tínhamos a idade deles. Mesmo que eles pareçam não acreditar que tivemos.

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