A Acadêmicos de Niterói planeja escorregar pelos céus de fitas, personificando a liberdade em um corpo de pipa. Também, ostentar estandartes em homenagem à fé, exaltando a cultura popular da Sarau de Catopês, oriunda de Montes Claros, Minas Gerais. Dessa forma, a escola promete tingir a Marquês de Sapucaí com o enredo autoral intitulado “Catopês – Um firmamento de fitas”, idealizado pelo carnavalesco Tiago Martins.
Quinta colocada da Série Ouro (vetusto Grupo de Aproximação) em 2023, a Acadêmicos de Niterói procura um lugar na escol do Carnaval. Sétima escola a desfilar na noite desta sexta-feira de carnaval, a grémio deve pisar na Sapucaí por volta de 4h da manhã.
Enredo
A tradição dos Catopês remonta a mais de 184 anos, originando-se entre os negros das antigas fazendas na região do extinto Arraial das Formigas, atualmente conhecida porquê Montes Claros, no Setentrião de Minas Gerais. Esses grupos negros estruturaram os Catopês porquê uma solenidade de cunho religioso, dedicada às liturgias católicas em reverência a Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo.
As congadas tornaram-se uma utensílio de fortalecimento para esses negros. Possibilitaram, sobretudo, a frase de sua força e a participação em confrarias dedicadas a Nossa Senhora do Rosário.
Ao longo dos anos, esses grupos tornaram-se elementos significativos na resistência cultural dentro dos limites de sua vexame. Por meio do sincretismo, as Festas de Catopês, realizadas em agosto ao longo de quatro dias pelas ruas de Montes Claros, incorporam não exclusivamente a participação dos grupos de Catopês, mas também a presença de marujadas e caboclinhos, destacando a venustidade social e cultural da região do Setentrião de Minas Gerais.
Personagens emblemáticos porquê Rabino Zanza, líder do primeiro terno de Nossa Senhora do Rosário na cidade, contribuíram para fortalecer as manifestações culturais e folclóricas das tradicionais Festas de Catopês de Montes Claros.
Letra do Samba-enredo
Autores: Júnior Fionda, Tem-Tem Jr, Júlio Pagé, Rod Torres, Marcelinho Santos, JB Oliveira, Marcus Lopes, Gilson Silva, Edu Lar Leme e Richard Valença.
Puxador: Tuninho Jr.
Sagrado tambor de fé (Ô! De fé)
E de enfrentar maré!
Brada seu vissungo
Africano solo frutuário
Que o servo ganhou mundo
Pra louvar seus ancestrais
Trouxe de Angola
Resistência quilombola
E rompeu a dor da argola
Pelas bandas das GeraisBota preto Benedito no altar
Que não tem mais capiongo não
Reina o Congo sem calvário
Para a virgem do Rosário
Fiz a minha prece
Firmamento de fita! Pavimento de terno
No estandarte brilha eterno
A divina santidadeVela acesa dor curada
Tem mestiço e marujada
Pelas cores da saudadeToca o sino da igrejinha e a cidade se agita Dançam corpos feito pipas pra Nobreza galardoar
Se o cortejo emudece, em silêncio
Rabino Zanza pra provar que a Intolerância
Não merece o meu trovarArreda minha gente!
Arreda do caminho
Que lá vem Nossa Senhora
Vem trazendo seus anjinhosTem desfile em romaria a negrura enfeitada
Santo Rei do meu legado
Vem fazer sua congadaNiterói em louvação
Faz a sintoma
Ganha a rua o som do preto
Vem trazer a batucada
Sou das Minas peregrino
O milagre a se movimentar
Oiá lá oia eu tô
No cortejo do Catopê