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As ações da Nissan dispararam até 24% nesta quarta-feira, o maior salto em pelo menos cinco décadas, com esperanças de que uma possível parceria com a Honda possa salvar a montadora japonesa da crise financeira.
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As ações foram o destaque no Índice Nikkei 225 da Bolsa de Tóquio, enquanto os investidores receberam com otimismo as notícias para a montadora em dificuldades, cujas ações vinham apresentando o pior desempenho em 50 anos sob a atual liderança. Os papéis da montadora fecharam o dia em alta de 23,70%.
“Considerando que a Nissan está prestes a receber apoio de um parceiro financeiramente e operacionalmente mais forte, isso deve ser considerado uma boa notícia”, escreveu Julie Boote, analista sênior da empresa de pesquisa Pelham Smithers Associates, sediada em Londres, em uma nota.
Os problemas da Nissan ganharam as manchetes no início de novembro, quando a empresa reduziu drasticamente sua previsão de lucro e anunciou que precisaria eliminar 9.000 empregos em todo o mundo.
A montadora também revelou um corte de 20% na produção global, à medida que os consumidores rejeitam sua linha de veículos pouco atraente, deixando os modelos da Nissan acumulando poeira nas concessionárias.
A Honda está avaliando várias opções, incluindo uma fusão, parceria de capital ou a criação de uma holding, disse o vice-presidente executivo Shinji Aoyama nesta quarta-feira, após relatos sobre negociações entre as montadoras e uma possível fusão, que criaria a terceira maior montadora do mundo, com melhores chances de enfrentar os desafios da indústria.
Entre as opções em análise está a criação de uma nova holding sob a qual os negócios combinados de Honda e Nissan operariam, disse uma pessoa familiarizada com as negociações. A transação também pode ser expandida para incluir a Mitsubishi, que já possui vínculos de capital com a Nissan, acrescentou a fonte.
A Mitsubishi, após ser apontada como um possível participante na parceria, também registrou alta, com suas ações subindo até 20%, o maior aumento desde 2013.
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Por outro lado, as ações da Honda caíram 4,83%, devido à preocupação de que a montadora precise resgatar a Nissan. Uma parceria “não traria benefícios de curto prazo” para a Honda, disse Tatsuo Yoshida, analista sênior da Bloomberg Intelligence.
Essa diferença de reação também foi observada no mercado de crédito, com os spreads dos títulos em dólar da Nissan apresentando o maior estreitamento já registrado, enquanto os prêmios dos swaps de crédito da Honda dispararam, refletindo a preocupação dos investidores.

Negociações se aceleram após interesse da Foxconn
As discussões entre as duas empresas parecem ter acelerado após a Hon Hai Precision Industry, produtora de iPhones sediada em Taiwan e conhecida como Foxconn, ter abordado a Nissan para adquirir uma participação, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
No entanto, não está claro se a Nissan também está em negociações com a Foxconn ou se já rejeitou a proposta da empresa. A Foxconn tem investido fortemente em fábricas para construir veículos elétricos (EVs).
A medida seguiria uma decisão das duas empresas, no início deste ano, de trabalhar juntas no desenvolvimento de baterias e software para veículos elétricos. Naquela ocasião, o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, levantou a possibilidade de uma união de capital com a Nissan.
Se o acordo for fechado, deixaria as duas montadoras em uma posição melhor para competir no país e no exterior com a Toyota, a maior montadora do mundo. A Toyota adquiriu participações na Subaru, Suzuki Motor e Mazda, criando uma potência de marcas apoiada por sua classificação de crédito de alto nível.
Segundo fontes, um anúncio da Honda e da Nissan pode acontecer antes do Natal, já no dia 23 deste mês
A Renault está aberta a ideia de a Nissan prosseguir com negociações de fusão com a Honda , enquanto a montadora francesa busca maneiras de se proteger da crise que afeta sua parceira de longa data, segundo fontes familiarizadas com a situação.
De acordo com as fontes, a montadora francesa está ansiosa para que a japonesa encontre formas de se fortalecer, já que não está disposta a injetar dinheiro na Nissan. Com uma participação de 36%, a Renault continua sendo a maior acionista da montadora japonesa, e sua aprovação será crucial para qualquer acordo, afirmaram.
Embora a Renault seja, em princípio, favorável a um acordo que fortaleça a Nissan, avaliará cuidadosamente qualquer oferta feita à empresa japonesa, visando proteger seus próprios interesses, acrescentaram as fontes, lembrando que as conversas entre Nissan e Honda ainda estão em estágio inicial. Procurado pela reportagem, um porta-voz da Renault se recusou a comentar.
As montadoras enfrentam desafios crescentes, incluindo a queda na demanda por veículos elétricos na Europa e a crescente concorrência na China por parte de fabricantes locais, liderados pela BYD. A transição para longe do motor a combustão, que ocorre em ritmos diferentes dependendo do mercado, está perturbando modelos de fabricação e negócios que existiam há décadas.
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