As ações da Americanas (AMER3) reagiram com relativa tranquilidade à operação da Polícia Federalista envolvendo ex-diretores da varejista em investigação sobre a fraude contábil bilionária da companhia. Mesmo levando em conta o reles valor de face dos papéis, que faz com que variação de centavos ligeiro a grandes variações percentuais, as ações variaram entre subida (+2,5%) e baixa (-2,5%) de um centavo entre a máxima e a mínima do dia, encerrando a sessão inabalável a R$ 0,40.
Todavia, cabe ressaltar que, desde que a fraude contábil foi revelada, em 11 de janeiro de 2023, os papéis já caíram muro de 97%; na sessão antes de revelada a fraude, os papéis valiam R$ 12. A companhia, por sinal, aprovou em maio o grupamento de ações na proporção de 100 para 1, mas que será válido a partir de 17 de julho.
O movimento das ações nesta quinta acaba por revelar o menor interesse do mercado com os ativos da companhia em seguida o imbróglio que culminou com a recuperação judicial, com os investidores de olho na evolução do projecto da varejista de recuperação antes de voltarem a seguir de perto os papéis.
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A operação
Em enviado divulgado mais cedo, a PF disse que buscou satisfazer dois mandados de prisão (sem sucesso, uma vez que os dois alvos de mandados estão no exterior, sendo colocados na lista da Interpol) e 15 mandados de procura e mortificação nas residências de ex-diretores da varejista no Rio de Janeiro.
“A investigação revelou ainda fortes indícios da prática do transgressão de manipulação de mercado, uso de informação privilegiada, também publicado porquê ‘insider trading’, associação criminosa e lavagem de numerário. Caso sejam condenados, poderão satisfazer pena de até 26 anos de reclusão”, disse a PF na nota.
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Ao InfoMoneyAurélio Valporto, presidente da Associação Brasileira de Investidores (Abradin), ressaltou ser absolutamente necessário que esse tipo de transgressão seja rigorosamente punido no brasil para que o mercado de capitais exerça a sua função econômica.
“É uma operação que veio tarde, mas veio”, avaliou, ressaltando que o caso “prejudica a credibilidade do mercado de capitais brasileiros”.
Em nota, a Americanas afirmou que reitera sua crédito nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. “A Americanas acredita na Justiça e aguarda a desfecho das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos”, concluiu.