Depois, cada um seguiu o seu caminho.
Moraes se graduou, passou no concurso de promotor do Ministério Público de São Paulo e serviu em municípios do interno até voltar à capital. Fez doutorado e livre-docência na USP. E em 2002, aos 33 anos, foi nomeado secretário de Justiça do governo paulista.
Lewandowski foi mentor da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), presidente da Emplasa (Empresa Metropolitana de Planejamento da Grande São Paulo) e migrou da advocacia para a magistratura. Foi indicado pelo logo governador Orestes Quércia ao extinto Tribunal de Competência Criminal e depois promovido a desembargador no Tribunal de Justiça paulista. Concluiu a livre-docência pela USP e, em 2003, aos 55 anos, decidiu disputar na faculdade a vaga ensejo de professor titular, o mais cimo posto na curso docente, na disciplina de Teoria Universal do Estado.
Era a mesma cadeira de Dalmo Dallari, seu mentor à estação, que já tinha se reformado. Lewandowski era o candidato predilecto, pelo tempo de lar, currículo e pronunciação interna.
Mas na reta final apareceu um concorrente ávido. Alexandre de Moraes tinha 34 anos, e, apesar da curso acadêmica mais curta e de ter sido aluno do candidato predilecto, foi para a disputa. A atitude gerou ruídos, mas não deu frutos. Moraes ficou em quarto lugar na mesa e Lewandowski, porquê esperado, foi confirmado.
Amigos em geral trataram de desanuviar o clima na faculdade, onde, a essa profundeza, ambos davam aulas, e o convívio ficou viável, embora escasso. Até que eles se reencontraram, quase quinze anos depois, em um envolvente absolutamente intenso.