Março 21, 2025
Ativistas dos EUA celebram aprovação de monumento às sufragistas em Washington, com apoio de Donald Trump e Joe Biden
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O fim de um mandato presidencial tende a trazer uma onda de construção de monumentos de última hora, e o de Joe Biden não foi diferente. Em sua última semana no cargo, ele designou quase 850 mil acres de terras federais na Califórnia como dois novos monumentos nacionais. Biden, segundo as manchetes, protegeu mais terras do que qualquer presidente na História — cerca de 674 milhões de acres. Mas em meio a toda essa confusão, outra notícia saiu da Casa Branca sem muita atenção: a assinatura de uma legislação permitindo a construção de um monumento dedicado às mulheres americanas no National Mall, em Washington.

Quando concluído, o Monumento Nacional ao Sufrágio Feminino será o primeiro no Mall a homenagear as mulheres e sua história. Mas também pode muito bem ser o último, dada a lei de 2003 que proíbe novos monumentos lá. O local do memorial do pleito ainda não foi determinado. Mas o fato de seus apoiadores terem conquistado uma rara exceção ilustra as complexidades de navegar nas intrincadas políticas que cercam o pedaço de propriedade cívica mais simbolicamente carregado dos EUA.

Apesar do apoio de dois presidentes, de todas as seis primeiras-damas vivas e de um grupo bipartidário de legisladores, o projeto encontrou obstáculos e oposição nos bastidores. O sucesso só veio nas horas finais do 118º Congresso — quando o fracasso significaria ter que começar tudo de novo. Não foi tão dramático como o final da 19ª Emenda, que superou o obstáculo final em 1920, depois que um legislador estadual do Tennessee, de 24 anos, mudou de ideia de última hora após receber uma carta de sua mãe pedindo a ele para “ser um bom menino” e apoiar o sufrágio feminino.

Mas Anna Laymon, presidente e CEO da Women’s Suffrage National Monument Foundation, disse que, mesmo quando o martelo caiu no Senado, aprovando a colocação no Mall, ela não conseguia acreditar.

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— Disseram-me mais vezes do que consigo contar, inclusive por pessoas muito importantes, que não há espaço no Mall para mulheres — disse.

Sufragistas perto do Capitólio dos EUA, em Washington, em 1913 — Foto: Biblioteca do Congresso dos EUA via The New York Times
Sufragistas perto do Capitólio dos EUA, em Washington, em 1913 — Foto: Biblioteca do Congresso dos EUA via The New York Times

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O Mall, que é supervisionado pelo Serviço Nacional de Parques, atrai cerca de 36 milhões de visitantes por ano. Das 40 obras comemorativas e locais históricos na área central, há 22 dedicados a figuras históricas masculinas, dez a história militar e veteranos, três às relações exteriores, dois a organizações privadas (incluindo os escoteiros), um à história postal, um para canais, um para cavalos e zero dedicado às mulheres.

Não que as mulheres tenham sido indiferentes aos memoriais nos espaços cívicos sagrados de Washington. Elas foram fundamentais na organização de apoio (e arrecadação de fundos) para o Monumento a Washington, o primeiro memorial no Mall, cuja pedra fundamental foi lançada em 1848. E, em 1921, as sufragistas inauguraram uma grande escultura de mármore em homenagem a Susan B. Anthony, Elizabeth Cady Stanton e Lucretia Mott. Ela ficou em exibição no Capitólio por um dia — e depois foi banida para um armário de serviço sob a Rotunda e só foi transferida de volta para cima em 1997.

Hoje, disse Laymon, existem apenas cerca de dez monumentos ao sufrágio feminino em todo o país, incluindo um instalado em 2020 no Central Park de Nova York. Aquela estátua foi a primeira — e ainda a única — estátua de mulheres reais no parque. Mas também gerou um debate acirrado depois que o projeto original foi criticado por parecer apagar as contribuições das mulheres negras.

Laymon disse que o monumento ao sufrágio no Mall aproveitará as diversas perspectivas de seu conselho e consultores acadêmicos, bem como do público:

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— Tem que ser tão multifacetado como as mulheres eram naquela época e continuam sendo.

O monumento no Mall surgiu de um esforço anterior para que um projeto originalmente apresentado para o Central Park fosse construído em Washington como um monumento nacional. A proposta foi aprovada pela Câmara em 2020, mas ficou parada no Senado.

Antes de um evento comemorativo na Casa Branca, Laymon e Colleen J. Shogan, então vice-presidente da Comissão do Centenário do Sufrágio Feminino, elaboraram estratégias sobre como obter a ajuda do presidente Donald Trump.

Poucos dias antes, o então presidente havia postado no Twitter seu apoio a um monumento nacional ao sufrágio, acrescentando que ele fizera “mais pelas MULHERES do que qualquer outro presidente na HISTÓRIA!” No evento, ele anunciou que perdoaria Susan B. Anthony, que foi condenada no estado de Nova York por votar ilegalmente em 1872.

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Shogan lembrou que Trump ficou entusiasmado, dizendo: “Vamos fazer isso.”

O projeto de lei foi aprovado pelo Senado em dezembro e foi sancionado por Trump. Mas obter permissão para construir no Mall exigiu uma segunda legislação e uma luta mais difícil.

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No Senado, os principais patrocinadores do Women’s Suffrage National Monument Location Act foram Marsha Blackburn e Tammy Baldwin.

Em julho de 2023, uma subcomissão do Comitê de Energia e Recursos Naturais do Senado, que supervisiona o Serviço de Parques Nacionais, realizou uma audiência. Os defensores do monumento não foram autorizados a prestar depoimento. As três pessoas que falaram, incluindo um diretor associado do serviço de parques que reiterou a oposição total da agência a novas construções no Mall, eram homens.

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O projeto de lei nunca saiu da comissão.

Em novembro daquele ano, depois que a Câmara aprovou por unanimidade sua versão do projeto de lei, houve tentativas de “encaminhá-lo diretamente” ao Senado — uma manobra estratégica usada para aprovar legislação sem votação no plenário, se o apoio for unânime. Em todas as ocasiões, ele foi bloqueado anonimamente.

Em março passado, Blackburn e outras três senadoras republicanas publicaram um artigo de opinião no Washington Post pedindo aos colegas que concedessem ao monumento seu “lugar de direito” no Mall.

Ainda assim, o projeto estagnou. Laymon disse que pode ter havido alguns sentimentos persistentes de que o esforço era partidário:

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— Muitas vezes se supõe que a história das mulheres deve inerentemente pender para um lado ou para outro politicamente.

Ela também disse que dois senadores que ela se recusou a nomear — um republicano, um democrata, ambos homens — permaneceram contra, alegando que não deveria haver absolutamente nada adicionado ao Mall.

— Eles simplesmente não estavam preocupados com a falta de monumentos dedicados às mulheres — disse Laymon.

Em 16 de dezembro, com o fim do 118º Congresso se aproximando, o tempo estava se esgotando. No início do ano, Biden emitiu uma ordem executiva pedindo maior reconhecimento federal da história das mulheres. Agora, ele fez o que Laymon disse serem seus primeiros comentários públicos apoiando a colocação do planejado monumento ao sufrágio no Mall.

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Em 20 de dezembro — último dia de trabalho do Congresso — os apoiadores souberam que o caminho havia sido aberto para obter tempo de uso da palavra no Senado. Por volta das 17h, o processo — que durou nove minutos — começou.

Aprovado, o projeto, estima Laymon, estará pronto para ser inaugurado em 2030 ou 2031. Mas primeiro vem a arrecadação de fundos (a comissão estabeleceu uma meta de US$ 80 milhões), seleção do local e depois uma competição nacional de design.

Laymon espera que o monumento seja colocado em uma área conhecida como Constitution Gardens, perto de um monumento em homenagem aos 56 signatários (homens) da Declaração da Independência. Mas ela também quer que as pessoas pensem sobre os monumentos, ou a falta deles, em suas próprias cidades.

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