Setembro 20, 2024
Banco Central Europeu volta a cortar juros. Como isso afeta o Brasil? | Investimento no Exterior
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Banco Central Europeu volta a cortar juros. Como isso afeta o Brasil? | Investimento no Exterior #ÚltimasNotícias #Brasil

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O Banco Central Europeu (BCE) voltou a cortar os juros. A taxa de depósito foi cortada em 0,25 ponto percentual, de 3,75% para 3,50%. A decisão foi anunciada às 9h15 de Brasília desta quinta-feira (12).

O corte da taxa de refinanciamento foi de 0,6 ponto percentual, de 4,25% a 3,65%. A taxa de empréstimo teve um corte de 0,6 ponto percentual, de 4,50% a 3,90%.

Apesar dos cortes, o BCE manteve o tom duro em seu comunicado. Segundo a autoridade monetária, as taxas de juros serão mantidas “suficientemente restritivas” pelo tempo necessário até alcançar a meta. O BCE ainda deixou o futuro em aberto, ao afirmar que “o conselho não está comprometido com um caminho específico para as taxas de juros”.

Ainda de acordo com o comunicado, a projeção de inflação para a região fica em 2,5% para 2024, em 2,2% para 2025 e em 1,9% para 2026. É importante lembrar que a meta de inflação para a região é de 2%. Ainda que os dados mais recentes mostrem que a alta dos preços ainda está longe desse objetivo, há um arrefecimento da alta de preços, que foi justamente o que abriu espaço para esses cortes.

Segundo a autoridade monetária, “a inflação deve acelerar na última parte deste ano e recuar em direção à meta no ano que vem”. O BCE ainda afirmou que a inflação doméstica continua alta e os salários ainda sobem em um ritmo elevado. Por outro lado, o documento afirma que a “atividade econômica segue moderada, com fraco consumo privado e investimento”, o que pode balancear o aquecimento do ponto de vista do emprego.

Essa atividade moderada, inclusive, se refletiu nas estimativas para o PIB da região. A projeção para o crescimento de 2024 foi revisada de 0,9% para 0,8%. Para 2025, a previsão saiu de 1,4% para 1,3%. Já a de 2026 saiu de 1,6% para 1,5%.

O primeiro corte promovido pelo BCE desde 2019 aconteceu na reunião do começo de junho, quando as taxas saíram de 4,5% para 4,25%. Depois disso, na reunião do meio de julho, a autoridade monetária resolveu “esperar para ver” e manteve as taxas inalteradasa fim de sentir os efeitos daquele primeiro corte.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, afirmou que a decisão do corte em 0,25 ponto percentual foi unânime no conselho. Ela ainda reforçou que o BCE “permanece pronto para ajustar a política monetária se necessário”.

Em suas falas, Lagarde voltou a destacar a preocupação com a inflação, que pode acelerar mais do que o esperado com o crescimento de salários. Outro ponto de tenção destacado pela mandatária foram as tensões geopolíticas, que podem elevar os preços de energia na zona do euro e, claro, impactar a alta de preços.

Por que isso importa para o Brasil?

Quando os juros estão em patamares mais elevados em regiões e países considerados mais seguros, os investidores tendem a migrar ou manter seu capital alocado nesses mercados. Afinal, os ativos de renda fixa deles passam a oferecer um retorno maior, uma vez que sua rentabilidade está atrelada à taxa de juros. De quebra, esses mercados ainda oferecem mais segurança do que os emergentes, por exemplo.

Assim, ativos e mercados considerados mais arriscados (como a bolsa brasileira) perdem sua atratividade. Trocando em miúdos: por que o investidor se arriscaria a aplicar em ações do Brasil, por exemplo, se os títulos públicos de países mais seguros estão oferencedo um bom retorno?

No entanto, quando os juros caem em países desenvolvidos, os investidores podem buscar alternativas que ofereçam maior rentabilidade, mesmo que isso inclua um pouco mais de risco. Assim, mercados como o brasileiro podem acabar sendo um destino.

Nos EUA (outra economia desenvolvida que tende a “atrair” investidores), os dados de emprego e inflação mais recentes mostraram um arrefecimento. Ontem (11), a inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) veio em linha com o esperado, exibindo uma estabilidade. Com isso, o mercado entendeu que há um espaço para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não só iniciar seu ciclo de corte nos juros, como promover quedas mais fortes do que o esperado inicialmente.

O Brasil, por outro lado, está no caminho oposto. Após dados de atividade mostrarem que a economia segue pujante por aqui, o Banco Central tem adotado uma postura cautelosa. Afinal, se a atividade está aquecida, significa que há mais pressões inflacionárias. Com isso, a autoridade monetária não só paralisou o ciclo de queda da Selic como passou a cogitar um aumento da taxa de juros já na reunião da próxima semana. Com isso, a renda fixa fica ainda mais atrativa por aqui.

No entanto, é preciso destacar que o momento ainda é de juros elevados no exterior. Portanto, mesmo que EUA e Europa cortem os juros e o Brasil aumente suas taxas, esse “caminho” de “volta do dinheiro estrangeiro para o Brasil” pode levar algum tempo. E, claro, tudo depende também de como vai o cenário interno. Quanto mais segurança os investidores virem no país, mais atratividade os investimentos brasileiros terão.

Christine Lagarde, Presidente do European Central Bank . — Foto: Ana Paula Paiva / Valor
Christine Lagarde, Presidente do European Central Bank . — Foto: Ana Paula Paiva / Valor

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