O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, terá dito a um dos seus principais apoiantes que os próximos dias vão ser decisivos para o seu horizonte na corrida à eleição presidencial. A confirmar-se esta informação, avançada nesta quarta-feira pelo New York TimesBiden mostra estar consciente das possíveis consequências da sua prestação no debate televisivo da semana passada, que gerou uma vaga crescente de preocupação no Partido Democrata.
“Ele sabe que as coisas podem mudar de figura se tiver mais dois momentos uma vez que aquele”, disse o apoiante de Biden, citado sob a quesito de anonimato, numa referência ao frente-a-frente com Donald Trump, a 27 de Junho.
A notícia, assinada pela correspondente do New York Times na Mansão Branca, Katie Rogers, cita uma outra natividade, identificada uma vez que “um mentor de topo” de Biden, segundo a qual Presidente dos EUA “está consciente do repto político que tem pela frente”.
Pouco depois da publicação da notícia, na tarde desta quarta-feira, um porta-voz da Mansão Branca, Andrew Bates, negou que Biden tenha recepcionado pôr término à campanha eleitoral.
“Esta alegado é completamente falsa. É isso que teríamos dito ao New York Times se nos tivessem oferecido mais do que sete minutos para reagir”, disse o responsável na rede social X.
Nesta sexta-feira, Biden vai ser entrevistado no via ABC News, no seu primeiro grande teste em público posteriormente o debate. No fim-de-semana, o Presidente dos EUA marcará presença em dois importantes comícios, na Pensilvânia e no Wisconsin.
Segundo o New York Timesé provável que Biden tome uma decisão na próxima semana, dependendo da sua prestação na entrevista e nos comícios.
Pressão aumenta
A estratégia da Mansão Branca para mourejar com as consequências da prestação de Biden no debate — assente na teoria de que o Presidente dos EUA teve exclusivamente uma má noite, devido a uma constipação e a uma agenda sobrecarregada — começou a ser contestada em público no Partido Democrata.
Na terça-feira, o progressista Lloyd Doggett, do Texas, tornou-se no primeiro parlamentário a recorrer a Biden para se distanciar da corrida; e uma das figuras mais influentes no partido, Nancy Pelosi, admitiu ser “legítimo” questionar se o que está em motivo é “um incidente, ou uma situação”.
Além de Doggett — um veterano da lado progressista do Partido Democrata e pouco sabido a nível pátrio nos EUA —, nenhuma figura de primeiro projecto surgiu ainda em público a pedir a substituição de Biden uma vez que candidato à eleição de Novembro.
Ainda assim, as últimas declarações de Pelosi e de outros políticos influentes no Partido Democrata — uma vez que o parlamentário Jim Clyburn, que disse estar confortável com a teoria de uma Mansão Branca liderada por Kamala Harris, a vice-presidente dos EUA — alimentaram especulações, nos meios de notícia norte-americanos, de que Biden terá de provar rapidamente que tem condições para se manter na corrida.
O facto de Biden não ter agido de subitâneo para acalmar os receios no Partido Democrata, através de uma série de entrevistas e de conferências de prensa, e de contactos directos com eleitores, adensou a preocupação de políticos e doadores financeiros.
Essas preocupações agravaram-se com a divulgação, na terça-feira, de uma sondagem realizada por uma organização progressista, a OpenLabs, que aponta para uma queda das intenções de voto em Biden, posteriormente o debate, em estados decisivos para a vitória em Novembro, uma vez que a Pensilvânia e o Michigan.
Segundo o site de notícias Puck, que publicou a sondagem em individual, Biden tem agora uma vantagem de exclusivamente um ponto percentual no Novo México — um estado onde bateu Trump, em 2020, com uma vantagem de 11 pontos percentuais.