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A decisão do Banco Central de elevar a Selic em 1 ponto percentual e sinalizar duas altas do mesmo tamanho em 2025 foi “ousada” e um “choque necessário” que deve contribuir para a valorização do real e provocar a queda de ações da bolsa brasileira no curto prazo, disseram analistas nesta quinta-feira, ressaltando que as perspectivas para horizontes mais longos também dependerão da política e do cenário fiscal. O BC acelerou o ritmo do aperto da política monetária na quarta-feira, subindo a Selic de 11,25 para 12,25% e indicando que a taxa básica de juros deve chegar a 14,25% no segundo encontro do próximo ano, em março, o que seria o maior patamar desde outubro de 2016. Segundo analistas ouvidos pela Reuters, a decisão do Copom representou a materialização da mensagem recente das autoridades de que realmente estão perseguindo o centro da meta de inflação de 3% e uma resposta à piora nas projeções do mercado para a inflação e à desvalorização acentuada do real. “Talvez não houvesse decisão melhor. O Copom conseguiu dar início ao tratamento de choque necessário diante das expectativas de inflação descontroladas”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank. No último mês, as expectativas de inflação do mercado para os próximos anos piorou de forma acentuada, na esteira da maior desconfiança dos investidores com o compromisso do governo de equilibrar as contas públicas. A mais recente pesquisa Focus, com participação de economistas consultados pelo BC, tinha 4,59% e 4,00% como medianas para a inflação em 2025 e 2026, respectivamente, ante 4,10% e 3,65% no levantamento de um mês antes. O dólar, por sua vez, tem repetidamente renovado máximas históricas neste mês, ultrapassando o valor de 6,00 reais pela primeira vez na história da circulação da moeda brasileira, em 1994. (Reuters)
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