Março 19, 2025
Brasílico se assusta com subida de preços na Argentina: ‘Ninguém estava pronto’

Brasílico se assusta com subida de preços na Argentina: ‘Ninguém estava pronto’

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A jacente subida de preços de produtos na Argentina tem assustado, inclusive, brasileiros que moram no país vizinho. Desde dezembro do ano pretérito, quando o governo de Javier Milei decidiu por termo ao programa de subsídios para itens básicos de consumo, produtos que estavam sob esse regime tiveram aumentos de até 180%, segundo o jornal sítio El Clarín.

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A Moeda conversou com o consultor jurídico Matheus Lourenço Pinto Mota Santiago, que mora em Buenos Aires há um ano. Matheus tem 26 anos, nasceu em Recife (PE) e se mudou para capital argentina por conta da profissão.

Na sua percepção, a recente disparada dos preços na Argentina pegou até os próprios cidadãos do país desprevenidos. Mesmo aqueles que já estavam acostumados com a inflação. Só em 2023, a subida de preços no país ultrapassou a marca de 200%.

“Aconteceu muito rápido. O controle que o governo fazia sobre os preços era necessário, na minha avaliação. Fazia secção da vida cotidiana das pessoas, mesmo aquelas já acostumadas com a inflação. Creio que quase ninguém estava pronto para esse tipo de mudança”, explica.

Uma vez que consultor jurídico e secção da considerada classe média, Matheus foi um daqueles que teve de trinchar itens que consumia por conta do aumento exponencial de preços. O que mais assustou o brasiliano foram os itens básicos.

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“O preço de várias coisas disparou uma vez que, por exemplo, o preço do desodorante e do creme dental. Antes, uma marca conhecida de pasta para higiene dental custava um pouco em torno de 350 pesos e passou para 4 milénio pesos. É um aumento muito significativo e que não tinha sucedido antes”, conta.

Outros itens que assustaram Matheus depois a subida de preços foram o papel higiênico, considerado item fundamental, e o óleo, que antes do aumento fazia secção do dia dia da família argentina.

“Você não consegue mais encontrar um óleo por menos de 10 milénio pesos. É um valor muito proeminente. 10 milénio pesos chega a ser o salário quotidiano de muitas pessoas na argentina. Há um processo de dolarização dos custos dos produtos, mas a renda não acompanha a subida”, afirma.

Esse salto nos preços, segundo o jornal El Clarín, se deve a dois fatores: o termo da ajuda às empresas que fabricavam os produtos e o reajuste desses itens pela inflação, já que o valor das mercadorias estava subvalorizado. O objetivo é equiparar os valores das prateleiras dos supermercados aos dos mesmos produtos vendidos nas lojas chinesas ou nas de autosserviço, aonde os controles do governo nunca chegaram, afirmou o jornal.

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Mudanças no hábito de consumo na Argentina

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Na avaliação de Matheus, alguns hábitos de consumo devem ser alterados na argentina, uma vez que mencionado com o uso do óleo, antes habitual na mesa dos argentinos.

“Eu tinha o hábito de comprar frutas todo dia pela manhã, além de alguns doces que você degusta com moca. Esse tipo de resultado eu tive que dosar nas compras. Transpor para jantar ou consumir fora também era um pouco mais proveniente e agora precisamos segurar esses gastos, torná-los menos frequentes”, conta.

Outra mudança está no consumo de robustez. Matheus explica que o aumento nos preços de eletricidade levou até o metrô de Buenos Aires a desligar o ar condicionado de algumas composições e trens durante a operação.

Na morada dos argentinos, o uso do ar condicionado residencial também deve ser dosado, assim uma vez que o chuveiro elétrico e o próprio consumo de luz, já que também existe uma possante subida de preços nesse setor.

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“Eu vejo as ruas menos movimentadas, principalmente as relacionadas ao negócio. Antes, as mesmas ruas eram muito mais movimentadas, e isso labareda muito a atenção de quem já morava cá antes do Milei assumir”, relata Matheus.

Para ele, os argentinos já estão sentindo os efeitos do governo Milei. Antes de eleito, o presidente prateado prometia combater os grandes salários de uma espécie argentina. No entanto, ao assumir, combateu sindicatos e políticas de precificação, causando conflitos na rua e uso dominador das forças argentinas.

“O autoritarismo me parece tão preocupante quanto a inflação. Pois o que percebo é que as pessoas têm certa restrição para falar de política e, principalmente, do governo de agora. Grupos têm que avisar ao governo quando farão protestos, não pode nem se reunir para manifestar sua insatisfação que o autoritarismo os ataca”, conta.

De pacto com a Confederação Argentina da Média Empresa (Came), as vendas durante as festas de termo de ano em 2023 tiveram uma queda de 14% na confrontação anual, com mantimentos e bebidas liderando as quedas.

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Na última terça-feira, 16, também segundo o jornal El Clarín, o dólar blue – principal cotação do dólar paralelo – fechou o dia vendido a 1.180 pesos argentinos, efetivando um novo recorde do câmbio.

Já o dólar solene fechou no mesmo dia cotado a 837,75 pesos, levando a diferença com o dólar blue saltar para mais de 40%.

Apesar disso, um levantamento divulgado na última segunda-feira pelo El Clarín mostrou que Javier Milei é validado por 58% dos argentinos.




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