O jornalista José Roberto Burnier, 63, tinha completo de apresentar o telejornal SP2, na Mundo São Paulo, quando começou a se sentir mal. “Uma pressão no peito estava me incomodando. Os meus braços estavam doloridos, eu não estava entendendo muito aquilo”, diz ele à poste.
Era noite do dia 29 de dezembro, última sexta-feira de 2023, a dois dias do Réveillon. Ao pegar o elevador para deixar o estúdio da emissora, Burnier conta que resolveu ali, sozinho, que iria vincular para o seu médico, o cardiologista Roberto Kalil Fruto. Por alguns segundos, ainda chegou a titubear. “Até pensei: ‘Não, vai passar, não é zero grave. Não vou vincular para o Kalil porque ele vai me internar, vou passar o Ano Novo no hospital.”
“Mas acho que veio uma inspiração divina na minha cabeça que me disse: ‘Ligue’”, relata.
A relação pode ter salvado a vida de Burnier. Kalil, que também é médico do presidente Lula (PT), do maestro João Carlos Martins e de outras personalidades, orientou o apresentador a ir até o Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista.
Poucas horas depois, na madrugada de sábado (30), Burnier foi submetido a uma cirurgia às pressas. O incômodo que ele estava sentido era sintoma de um infarto.
“O caso era muito grave. Eu estava com o fechamento totalidade da principal artéria do coração e precisava fazer um cateterismo de urgência”, diz.
No procedimento, chamado stent, uma espécie de mola é colocada para desobstruir e manter a artéria oportunidade.
“E eu ainda tive que passar por todo o processo do cateterismo sem anestesia, porque tinha jantado no hospital por volta da meia-noite. Foi a sedento o negócio, doeu bastante o braço, mas teve que ser assim. Eles deram um pouquinho de morfina depois para acalmar um pouquinho a dor. Mas foi tudo muito tranquilo”, relata. “Eu me sinto renascido aos 63 anos.”
Burnier conversou com a poste por mensagens de áudio desde o hospital Sírio-Libanês, antes de receber subida na manhã desta sexta (5). O seu retorno para a bancada do SP2 está marcado para o próximo dia 15.
Embora não seja muito ativo nas redes sociais, o jornalista diz que fez questão de publicar em sua conta no Instagram uma imagem da tomografia de sua artéria entupida e a informação que recebeu dos médicos de que só sobreviveu ao infarto porque faz exercícios físicos com regularidade.
“Os cardiologistas me disseram que só escapei de um infarto fulminante porque o meu coração teve força para ‘gerar atalhos’. E foram esses atalhos que me salvaram”, afirma. “Eu realmente quis ressaltar essa questão do treino físico, que é muito importante não para permanecer bonitão, fortão, com bíceps, coxa poderoso, mas para o coração permanecer condicionado e ter forças para buscar alternativas quando for necessário.”
Burnier diz praticar atividade física “há muito tempo”, de três a quatro vezes por semana. “Faço esteira e musculação com a orientação de um professor.”
Ele afirma também ter se surpreendido com a repercussão de seu caso. Conta ter recebido mensagens de políticos e autoridades —”frutos da minha profissão de jornalista”—, mas que ficou ainda “mais seduzido com as pessoas simples e humildes que rezaram por mim e estão rezando pela minha volta”.
“Tive uma enxurrada de mensagens muito carinhosas. A notícia se espalhou com uma velocidade enorme, e eu nunca tinha testado isso. A minha profissão não é ser notícia, é ir detrás da notícia.”
Em 2019, Burnier também passou por uma experiência difícil de saúde ao tratar um cancro na base da língua. “Emagreci 20 kg em 45 dias, e sofri muito, muito, muito. Mas, graças a Deus, estou entrando no meu quinto ano de remissão e está tudo muito até agora.”
“A prelecção que eu tiro (do infarto e do cancro) é que a gente tem que aproveitar muito, cada vez mais, cada minuto, cada segundo dessa experiência fantástica que é a vida. Aproveitar mesmo”, diz. “E para a gente gozar disso por mais tempo, a gente tem que manter o condicionamento físico”, frisa.
ISSO, ISSO, ISSO
O presidente do Grupo Chespirito, Roberto Gómez Fernández, prestigiou no MIS Experience, em São Paulo, a franqueza da exposição que celebra os 40 anos da estreia de “Chaves” no Brasil, humorístico que foi protagonizado por seu pai, o comediante mexicano Roberto Bolaños (1929-2014). O diretor do MIS, André Sturm, e a secretária de Cultura do estado de São Paulo, Marília Marton, recepcionaram os convidados do evento, que ocorreu na manhã de sexta (5). O diretor do Museu Catavento, Jacques Kann, também passou por lá.
com BIANKA VIEIRA (atuando)KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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