Concessão da Floresta da Tijuca: valorização do patrimônio natural | Vereador Pedro Duarte

Nós, cariocas, temos o privilégio de olhar no entorno para uma das maiores florestas urbanas do mundo: a Floresta da Tijuca. Trata-se de um santuário ecológico, no coração da nossa cidade, que abriga fauna, flora, trilhas, mirantes e uma das mais belas vistas do planeta. É um tesouro natural, cultural e turístico — e, justamente por isso, precisa ser melhor cuidado, valorizado e integrado à vida da cidade.

A boa notícia é que esse debate vem ganhando força. Algumas lideranças políticas vêm apontando caminhos para a melhoria da gestão da Floresta da Tijuca, tendo como ponto de partida a municipalização, que seria um passo importante para sair do marasmo da gestão federal atual. É fundamental que essa discussão avance com responsabilidade, sem preconceitos ideológicos, e colocando no centro do debate o bem-estar da população, a preservação do meio ambiente e o potencial de desenvolvimento socioeconômico que o parque representa.

Entre caminhos possíveis, um se destaca pelo sucesso já comprovado em diversas regiões do Brasil: a concessão à iniciativa privada, com regras claras, metas ambientais e participação ativa do poder público na fiscalização e planejamento. Hoje, o modelo de concessão já é realidade em alguns parques do país, como o Parque Nacional do Iguaçu (PR) e o da Chapada dos Veadeiros (GO). Nesses casos, a gestão é compartilhada. O governo continua dono da área, definindo as diretrizes e exigindo resultados. A concessionária cuida da operação, garante infraestrutura de qualidade, melhora a segurança, promove educação ambiental e fomenta turismo sustentável.

Essa parceria inteligente traz resultados concretos, tais como aumento de visitantes, geração de empregos, estímulo à economia local e mais recursos para a conservação ambiental. E o melhor: tudo isso sem cobrar entrada da população. Imagine poder contar com uma Floresta da Tijuca revitalizada, com centros de visitantes funcionando a pleno vapor, banheiros limpos, sinalização adequada, mirantes seguros, trilhas bem cuidadas e ações permanentes de educação ambiental. É possível — e é urgente. Mais do que discutir de quem é a “titularidade” da floresta, precisamos pensar no que é melhor para o carioca e para o Brasil.

Revitalizar a Floresta da Tijuca por meio de concessão também significa reaproximar a cidade de seus próprios símbolos naturais. Em meio aos desafios urbanos enfrentados pelo Rio — como a degradação de áreas públicas, a insegurança e a falta de investimento em manutenção —, oferecer um ambiente seguro, bem cuidado e atrativo pode fortalecer o orgulho local e incentivar práticas saudáveis.

O Rio tem vocação para ser referência em sustentabilidade urbana, e a Floresta da Tijuca pode ser protagonista nesse movimento. Abrir um processo transparente de estudo de viabilidade para uma concessão bem estruturada da Floresta da Tijuca seria um passo histórico na valorização do nosso patrimônio natural. Um passo na direção de um Rio mais bem cuidado, mais verde e mais orgulhoso de sua própria beleza. O Rio merece soluções ousadas, modernas e eficientes — com equilíbrio entre conservação e uso sustentável. E a Floresta da Tijuca pode ser o símbolo dessa nova era.