Março 18, 2025
crise econômica esvazia um dos principais destinos turísticos da Argentina

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Trânsito livre e cidade quase vazia: esse é o quadro de Mar del Plata, principal direcção de verão dos argentinos. Com uma inflação anual de 211% e possante desvalorização salarial, a temporada “está perdida” para os comerciantes e é “uma tristeza” para os turistas.

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— Alguém de férias deveria estar tranquilo, permanecer muito. Não digo que queria esbanjar, mas não deveria ter que permanecer fazendo contas — diz Julián Groppo, um arquiteto de 26 anos que há 10 passa férias de verão nessa cidade costeira às margens do Atlântico, 400 km ao sul de Buenos Aires.

Oriente ano o peso prateado perdeu tanto valor que Groppo teve de reduzir de 15 para 5 dias suas férias anuais e agora passa metade do tempo indo de um transacção a outro em procura de provisões a melhores preços.

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— A verdade é que me deixa triste — lamenta o arquiteto sobre suas férias truncadas na apelidada “Cidade Feliz”.

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Há quase 80 anos, Mar del Plata recebe normalmente seis vezes mais turistas que seus 650 milénio habitantes entre o Natal e fevereiro. Mas neste verão tinha exclusivamente 60% de ocupação na primeira quinzena de janeiro, segundo a Associação Empresarial Hoteleira Gastronômica (AEHG) da cidade.

No terminal de ônibus, das 42 plataformas, há exclusivamente três ocupadas por transportes de longa intervalo. Do lado de fora, a fileira de táxis que esperam passageiros dá a volta na rua, enquanto alguns motoristas comentam sobre o ordinário fluxo de turistas.

Um deles, Daniel Molina, lembra que, “no ano pretérito, fazia no mínimo 30 viagens por dia”.

— Hoje, com sorte, chego a 15 — conta, apontando para a rua vazia. — É uma temporada perdida. Olha porquê está agora: morto!

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Ruas desertas em Mar del Plata — Foto: MARA SOSTI/AFP
Ruas desertas em Mar del Plata — Foto: MARA SOSTI/AFP

Os argentinos sofriam uma inflação de 12% em novembro e de 25% em dezembro, chegando a um totalidade de 211% interanual, a maior desde junho de 1991.

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O golpe final foi uma desvalorização do peso de mais de 50% no meio de dezembro, nos primeiros dias do governo do presidente Javier Milei, que precipitou a inflação e contraiu os salários em 20%, de conformidade com um relatório da Medial de Trabalhadores da Argentina. Esta disparada de preços coincide com a temporada de férias no cone sul.

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Agora, em um país onde o salário mínimo é de 156 milénio pesos (R$ 946, na cotação solene), só a passagem de ônibus de ida e volta de Buenos Aires custa 80 milénio pesos (R$ 485), uma noite para dois em um hotel de categoria média, 50 milénio pesos (R$ 303), e um jantar em um restaurante, 13 milénio pesos (R$ 79). Por isso, comerciantes porquê José María Mendiola estão com exclusivamente metade das tendas que aluga no balneário ocupadas.

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— O que está acontecendo representa a crise vivida pela Argentina. Até dois meses detrás era um país e hoje é outro — afirma.

Para a agente imobiliária Valeria Pratto, a situação é ainda pior.

— Em relação ao ano pretérito, não aluguei nem a quarta segmento — conta.

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Restaurante vazio em Mar del Plata — Foto: MARA SOSTI/AFP
Restaurante vazio em Mar del Plata — Foto: MARA SOSTI/AFP

Mas há um lado positivo para alguns turistas: eles aproveitam o inédito espaço na praia e montam pequenos campos de futebol e outros jogos, um tanto impossível em outras temporadas, lotadas de pessoas torrando ao sol.

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— Quando há muita gente, você passa por cá e as músicas de todas as caixas de som se misturam — diz Luciano Rodrigo, um perito em cavalos de corrida.

Agora, ao contrário, ouve-se o possante vento característico da costa argentina.

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No ar de Mar del Plata, mistura-se o cheiro do sal e o das espigas de milho cozidas, um petisco generalidade nas praias do país. Do outro lado da corda que divide os locais privados da praia pública, os vendedores ambulantes percorrem a orla de ponta a ponta oferecendo bolas, vestidos, óculos e brinquedos.

Guido Salvatierra, de 35 anos, vende milho servido com manteiga, óleo ou maionese por 3 milénio pesos (R$ 18).

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— No ano pretérito, uma família comprava uma espiga para cada um — conta. — Agora compartilham.

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