Maio 5, 2025
Dani Calabresa quer enterrar caso Marcius Melhem – 17/01/2024 – Ilustrada

Dani Calabresa quer enterrar caso Marcius Melhem – 17/01/2024 – Ilustrada

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Dani Calabresa diz que hoje consegue trabalhar em sossego. Em entrevista, ela parece querer deixar de lado o caso que a acompanha há quatro anos, desde quando se tornou uma das seis mulheres da TV Mundo que acusaram o ex-diretor da emissora Marcius Melhem de assediá-las sexualmente.

O humorista, hoje réu sob a arguição de assédio sexual contra três mulheres —as atrizes Carol Portes e Georgiana Goes, além de uma editora da Mundo—, nega as acusações. Melhem diz, em entrevistas e nas redes sociais, que vídeos e áudios de cunho sexual que ele trocava com as mulheres são provas de que as relações seriam consensuais.

“Agora consigo trenar minha profissão sem sofrimento. Minha preocupação é estar muito no palco”, diz Dani, que estreou porquê atriz de músico em “O Jovem Frankenstein”, que estreia no Teatro Bradesco, em São Paulo, na sexta-feira, depois de uma temporada no Rio de Janeiro.

No papel de Elizabeth Benning, prometida do protagonista, o neurocirurgião Frederick Frankenstein —interpretado por Marcelo Serrado—, Dani exerce seu humor à risca, com tiradas inteligentes e sem perder o tom nos números musicais, nos quais dança se equilibrando em sapatos com saltos altos e ostentando uma vistosa peruca ruiva que a faz sentir a Ariel de “A Pequena Sereia”, mas da rua 25 de Março.

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“Sinto um consolação. É porquê terminar um namoro com a promessa de nunca mais repetir”, diz Dani, ainda sobre o caso Melhem. “O que a Justiça sentenciar que seja. Já sofri mais do que devia com essa história. Eu queria trabalhar sem chorar e consegui.”

A denúncia se tornou pública em 2020, em uma entrevista da advogada das atrizes, Mayra Cotta, à colunista Mônica Bergamo. Na idade, os nomes foram mantidos em sigilo, pois nenhuma delas estava decidida a se expor e nem todas se dispunham a levar o caso à Justiça.

Mas o de Dani já tinha vindo à tona, no término de 2019, em reportagens que citavam uma denúncia que ela havia feito contra Melhem no compliance da Mundo. Quem levou o caso à Justiça, no entanto, foi Melhem, em janeiro de 2021, quando ele a processou por dano moral.

“A situação me fez suportar muito. Foi alguma coisa muito injusto, porque tenho uma vida e uma curso e não foi alguma coisa que eu fiz e que, por isso, teria de responder pelo ato”, diz ela.

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A suposta importunação sexual que Melhem teria cometido prescreveu, visto que o caso teria ocorrido em 2017, e a lei que versa sobre o violação foi criada em 2018.

Para Melhem, no entanto, sua inocência não se baseia na receita. Ele argumenta que, no início do caso, a advogada do grupo afirmou à prensa que ele teria tentado estuprar Dani —um violação que, por já viver na idade, não teria prescrito—, mas mudou a arguição para importunação sexual, justamente para evitar, diz ele, um julgamento.

Melhem se tornou réu na Justiça, em setembro pretérito, sob arguição de assédio sexual contra secção do grupo. Duas atrizes e uma editora da Mundo dizem que ele as abordou sexualmente durante conversas sobre roteiro, elenco e papéis que seriam atribuídos às atrizes em uma produção da Mundo. “O meu sentimento é de indignação absurda”, disse Melhem, em entrevista, ao se tornar réu.

“Meu consolação é que minha denúncia foi acatada dentro da Mundo. Isso foi minha vitória”, diz Dani, em referência à exoneração de Melhem da emissora. Ela também deixou de ter contrato fixo com a Mundo em 2022, mas segue fazendo trabalhos pontuais.

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O compliance da Mundo, no entanto, disse à Justiça que, em investigações internas, as acusações contra Melhem não foram comprovadas, em resposta a uma ação do Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro.

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“Perceber alguma coisa repugnante é muito difícil. Uma relação errada, um comportamento inexacto, faz com que a gente tende a buscar a culpa dentro de si, principalmente as mulheres. Não podemos regularizar o ataque de forma alguma, em situação nenhuma, em lugar nenhum. Não se pode culpar a vítima.”

Segundo Dani, o movimento Me Too de mulheres nos Estados Unidos que resultou em uma série de processos por assédio sexual contra o ex-produtor Harvey Weinstein é importante, mas representa uma lenta evolução.

“Foi um passo de formiga, pois ainda há quem questiona as mulheres que aceitaram ir ao quarto dele, (de Weinstein), para ler um roteiro. Era o invitação de um diretor, de um produtor. Porquê não responsabilizar? Ainda há muitas camadas de julgamento.”

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Ela diz que o que a animou a concordar o invitação dos diretores e produtores Claudio Botelho e Charles Möeller a participar de “O Jovem Frankenstein” é o olhar atualizado e menos machista do espetáculo.

Inspirado no filme dirigido há 50 anos por Mel Brooks, que também criou a versão da Broadway, em 2007, o espetáculo secção do universo dos filmes de terror para edificar uma sátira marcada pelo deboche.

É o caso da presença de personagens insólitos, porquê Igor —vivido por Fernando Caruso—, servo corcunda e de olhos esbugalhados que troca a posição da corcova nas costas para confundir as pessoas. Ou de Frau Blücher, papel de Totia Meireles, a intimidadora governanta das quais nome, ao ser dito em voz subida, faz os cavalos relincharem.

“É um músico multíplice, com qualidades porquê a estética do terror e o tempo da comédia absurda do Mel Brooks, que é uma dos melhores do mundo”, diz o diretor. “Ao contrário do original, no qual os papéis femininos eram secundários, cá elas têm o poder de mudar o rumo da trama”, acrescenta Dani, que se inspirou na comediante Madeline Kahn, tradutor de Elizabeth no filme.

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“Ela traz a malícia necessária para a personagem”, afirma a atriz, acrescentando que só se sentiu segura para participar da produção posteriormente consultar o fonoaudiólogo Gilberto Chaves. “Ele me convenceu de que tenho voz e fôlego para fazer as muitas sessões da peça durante a semana.”

Integrante de um grande time de comediantes brasileiras, Dani credita seu sucesso à atuação de Dercy Gonçalves. “Ela abriu uma passagem para artistas porquê eu justamente por ter um jeito único e instintivo de falar, com uma naturalidade de mesa de bar e com a liberdade de vozear à vontade”, diz ela, ainda cética, porém, em relação à paridade de gêneros na arte.

“Continuamos lutando para mostrar que a mulher consegue fazer igual ou até melhor do que muitos homens, daí a existência hoje de mulheres roteiristas, diretoras, produtoras, cenógrafas, todas com qualidade. Mas ainda são pequenas bolhas que surgem no meio.”

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