

A Petrobras (PETR4) anunciou ontem (14) à noite que seu presidente, João Paulo Pratesapresentou missiva de repúdio e que o Ministério de Minas e Força (MME) indicou para o seu lugar Magda Chambriard.
Segundo rumores, o Presidente Lula estaria descontente com a política de investimentos da petroleira na gestão Prates, por entender que ela deveria aportar muito mais recursos em segmentos que não são sua expertise, porquê na indústria naval e geração renovável.
Ao que tudo indica, a decisão de reter 100% dos dividendos extraordinários na divulgação dos resultados do 4T23 foi do governo e do MME. A intenção era de forçar a estatal a investir mais em outras áreas e não repartir esses recursos aos acionistas. As ações da Petrobras chegaram a tombar mais de 10% depois daquele proclamação, em março.
O que esperar de Petrobras (PETR4) depois a saída de Prates?
A nossa expectativa é de uma reação bastante negativa das ações da Petrobras no pregão de hoje. Não só porque Prates vinha entregando bons números, sem mudanças radicais na fórmula que vem dando perceptível para os resultados da petroleira nos últimos anos, mas também porque a novidade CEO parece muito mais alinhada aos anseios políticos expansionistas do governo. Isso pode resultar em uma guinada na política de investimentos e dividendos.
Porquê sempre gostamos de lembrar, a Petrobras gera retornos altíssimos no segmento de Exploração e Produção (E&P) de petróleomormente em águas profundas e ultra-profundas, onde possui campos extremamente produtivos e enorme expertise.
Mas quando tentou investir em outros setores – porquê naval, fertilizantes, geração de vigor, etc –, raramente conseguiu retornos que justificassem esses aportes. Na grande maioria dos casos, seria melhor ter distribuído os recursos na forma de dividendos.
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Distribuição de dividendos de Petrobras pode tombar, a depender do cenário
E cá entra o grande ponto de preocupação dos investidores: apesar de todos os riscos políticos envolvidos na tese nos últimos anos, os rendimentos via dividendos (dividend yield) supra de 15% traziam bastante atratividade para PETR3 e PETR4.
No entanto, a depender da mudança na política de investimentos e da originalidade da novidade gestão em encontrar “oportunidades” de usar o caixa gerado em E&P em segmentos de retornos baixos, podemos ver essa distribuição tombar bastantea ponto de não recompensar mais os riscos políticos envolvidos.
Lei das Estatais ainda protege o uso da petroleira para fins políticos
É importante lembrar que mesmo com várias trocas de CEOs desde 2018, nunca tivemos mudanças drásticas na estratégia da companhia. Até porque a Lei das Estatais protege o uso da petroleira para fins políticos. Mais uma vez, veremos esse mecanismo de proteção ser testado.
Depois da potente subida nos últimos anos, retiramos nossa recomendação de compra para as ações da Petrobras por entender que o valuation supra da média histórica implicava em um otimismo exagerado com as ações. Esse cenário também deixava PETR4 mais propensa a quedas fortes no caso de surpresas negativas, que são frequentes na história da estatal.
Por desconhecer a novidade política de investimentos e dividendos da novidade gestão, por enquanto não vemos a reação negativa porquê oportunidade de compramas seguiremos acompanhando de perto essa história.
Em vez de PETR4, a Empiricus Research recomenda estas outras 5 ações para buscar dividendos agora.