Março 18, 2025
Dia do Psicólogo: importância do apoio emocional no tratamento de crianças e adolescentes com câncer
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O ambiente hospitalar é sempre um desafio. Faz parte do cuidar, por meio das equipes multidisciplinares, o acolhimento dos pacientes que chegam para tratar alguma enfermidade, o que inclui o apoio emocional e psicológico, que permite levar conforto a quem está em busca da cura.

Nesta terça-feira (27), quando se celebra o Dia Nacional do Psicólogo, o Núcleo de Trabalho em Onco-Hematologia (NT-OH), do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória (HINSG), compreende o tamanho da importância desse apoio emocional no tratamento de crianças e adolescentes com câncer e a importância da data.

A psicóloga Karina Lombardi da Silva, que atua no Núcleo de Trabalho em Onco-Hematologia, do Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória, explica que essa abordagem precisa começar logo, a partir do diagnóstico e do primeiro atendimento, no momento em que a criança ou o adolescente e a família são acolhidos para as escutas iniciais.

“É um procedimento fundamental, pois neste momento acontece o primeiro suporte, em que todos poderão expressar suas angústias e preocupações. Além disso, é nesse contato que os profissionais obtêm as informações iniciais que vão ajudá-los a identificar aspectos sobre a estrutura familiar e a rede de apoio, para as percepções e as ideias prévias sobre a doença, o histórico de saúde, a autoimagem e alguns fatores de proteção emocional que podem colaborar no enfrentamento do tratamento, como, por exemplo, a espiritualidade, entre outros que proporcionam a eles sentido de vida”, ressaltou Karina Lombardi da Silva.

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Esse apoio emocional e psicológico, a partir do diagnóstico, e as escutas iniciais envolve, em um primeiro momento, o estabelecimento e o fortalecimento do vínculo terapêutico com o paciente e familiares envolvidos nos cuidados. Isso ocorre a partir de conversas sobre temas de interesse da criança ou adolescente, brincadeiras e jogos preferidos, amparo físico (toque terapêutico) e emocional em momentos de crise e durante procedimentos dolorosos, levando sempre em consideração a fase do desenvolvimento do paciente.

Em seguida, são trabalhadas questões referentes ao próprio tratamento e à adaptação às mudanças de rotina necessárias, utilizando os recursos emocionais disponíveis aos próprios pacientes, bem como são elaboradas novas estratégias de enfrentamento que vão ajudá-los a lidar com a atual circunstância da vida e a ressignificá-la, momento em que são abordados os medos e as inseguranças; a visão sobre o futuro e os planos de vida que vêm à tona e são revistos de maneira significativa diante de uma doença ameaçadora à vida.

“A abordagem psicológica leva em consideração os conceitos e os princípios dos cuidados paliativos, que valorizam o trabalho em equipe, a comunicação eficaz, a qualidade de vida e o cuidado integral ao paciente em seus aspectos físicos, mentais, sociais e espirituais, buscando também o alívio dos sintomas envolvidos em todos estes âmbitos”, destaca a psicóloga Karina Silva.

São utilizados, nesse cuidado, desenhos, pinturas, músicas e idas à brinquedoteca, além de saídas com o paciente, em locais de interesse para atividades ao ar livre, dentro e fora do hospital, na companhia da equipe multidisciplinar. As visitas familiares e a comemoração de datas especiais também fazem parte desse cuidado.

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Apoio às famílias

As famílias das crianças e adolescentes em tratamento também recebem apoio emocional e psicológico, já que elas são as principais referências de segurança e suporte emocional desses pacientes e costumam ser o indicativo sobre como está a sua condição, além dos próprios sintomas físicos.

“Quando a criança ou o adolescente percebe que seu familiar, em geral, ou o acompanhante, está preocupado e tenso, desperta neles o reconhecimento de que algo sério está acontecendo. Por isso, é necessário orientar esses familiares no sentido de que é preciso conversar com eles de forma verdadeira (em linguagem pertinente à compreensão e à fase do desenvolvimento) sobre o diagnóstico e os procedimentos que serão realizados para o sucesso em busca da cura.

História que ficou na memória

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Entre as várias crianças que passaram pelo atendimento da psicóloga, uma delas, diagnosticada com câncer aos oito anos, ficou na memória da profissional. “Essa criança procurava sempre manter o otimismo e raramente se queixava, mesmo diante do sofrimento associado à doença. Sempre se mostrava muito acessível e receptiva. Sua forma de expressão emocional ocorria por meio de desenhos e recortes de folhas em papel. Ela também gostava muito de músicas, principalmente louvores. E foi incentivando isso que se deu o vínculo terapêutico”, disse.

Mas o que chamou a atenção nessa paciente, conta Karina Silva, foi que, mesmo após a intensificação dos sintomas (a criança acabou vindo a óbito), mesmo fragilizada física e emocionalmente, ela fazia de tudo para tentar manter as atividades que gostava (o que foi viabilizado pela psicologia dentro do possível) e mantinha de forma muito intensa a espiritualidade, assim como a mãe (que permaneceu grande parte do tempo como a acompanhante e companheira durante o tratamento). É uma força interior que inspira e uma lição que permanece.


Informações à Imprensa:

Assessoria de Comunicação da Sesa
Syria Luppi / Luciana Almeida / Danielly Campos / Thaísa Côrtes / Ana Cláudia dos Santos
asscom@saude.es.gov.br

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Assessoria de Comunicação – Superintendência da Regional Metropolitana de Saúde
Raquel Martins

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