Avançar para o conteúdo

Dólar interrompe rali de 7 semanas do real com notícia sobre vírus na China | Finanças

Continue apos a publicidade

Hot News

O dólar à vista encerrou as negociações desta sexta-feira exibindo valorização frente ao real, em uma sessão marcada pela aversão a risco, principalmente na parte da tarde. A notícia do “Daily Mail” sobre a descoberta na China de um novo coronavírus capaz de causar pandemia gerou algum estresse nos mercados, levando moedas de emergentes a uma maior desvalorização.

No Brasil, a divisa americana operou perto da estabilidade, com viés de queda, em boa parte da sessão, revertendo o movimento na parte da tarde. Com a dinâmica de hoje, o dólar encerrou a semana em alta acumulada de 0,61%, na primeira semana de valorização da divisa americana em sete semanas, desde a terminada em 23 de dezembro de 2024, quando o dólar apreciou 2%.

Encerradas as negociações, o dólar à vista registrou valorização de 0,46%, a R$ 5,7305, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,6942 e encostado na máxima de R$ 5,7359. Já o euro comercial valorizou 0,09%, a R$ 5,9950, apreciando 0,27% na semana.

No exterior, a maioria das moedas mais líquidas acompanhadas pelo Valor recuava contra o dólar. As que mais depreciavam eram o dólar australiano e o florim da Hungria, que estão atreladas à questão do vírus na China e à guerra na Ucrânia, respectivamente. O melhor desempenho vinha do iene japonês. Gestores mencionaram o aumento no volume de negociações no câmbio japonês, o que pode indicar uma busca pelo iene, considerada uma moeda de refúgio em momentos de crise.

Continue após a publicidade

O dólar até operou boa parte da sessão perto da estabilidade, com viés de queda. Na parte da tarde, perto das 15h, houve uma piora nos mercados em geral, e o dólar passou a subir com força, batendo na máxima do dia. Operadores de diferentes gestoras e de bancos disseram que a depreciação do real acompanhava o movimento de outras moedas pares, e o motivo seria uma notícia do “Daily Mail” sobre a descoberta de um novo coronavírus na China.

“Isso fez preço no mercado porque o dólar passou a subir aqui, as taxas dos DI (Depósito Interfinanceiro) deram uma intensificada na queda e a bolsa ampliou a desvalorização, bem em linha com o que vimos no exterior”, diz o estrategista-chefe da EPS Investimentos, Luciano Rostagno. “Claro que não é nenhum pânico ainda, porque é uma informação nova, sem muitos detalhes. Ainda não dá para cravar que vamos de fato ter uma nova pandemia. Espero muito que não”, afirma. “Trouxe um pouco de emoção para os mercados que estavam parados nos últimos dias.”

Rostagno lembra que no exterior a busca por ativos de segurança também foi nítida, com queda dos rendimentos dos Treasuries, possivelmente pela maior demanda pelos papéis. “Os rendimentos estavam de lado até pouco antes de essa notícia circular no mercado, e depois passaram a cair. Isso também ficou claro no movimento global do dólar e do iene”, afirma.

Continue após a publicidade

Com a queda do dólar nesta semana, a divisa americana interrompeu a sequência de desvalorização que vinha amargando desde o final de 2024. Rostagno diz que a dinâmica observada até aqui parecia mais um ajuste do pessimismo do fim do ano, na ausência de ruídos locais, mas que uma melhora adicional será difícil, dadas as incertezas locais e globais. “Olhando para frente vejo risco maior de o real desvalorizar do que de ter uma continuidade do movimento de apreciação. Isso porque lá fora o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve continuar gerando ruídos, e o Federal Reserve (Fed) deve continuar parado em seu corte de juros”, afirma. “Fora as questões geopolíticas na Europa e no Oriente Médio que devem continuar desafiadoras para o mercado de moedas emergentes”, diz.

Continue após a publicidade

Em nota a clientes, o Natixis lembra que as moedas da América Latina têm se beneficiado e mostrado bom desempenho neste começo de ano. “Talvez a questão mais importante por trás da recuperação cambial na América Latina seja que o mercado pode não estar levando a ameaça das tarifas dos EUA tão a sério como antes”, dizem Benito Berber e Christopher Hodge.

Eles lembram que se as ameaças tarifárias continuarem a deixar de serem críveis e as moedas continuarem a se valorizar, haverá implicações importantes para a política monetária na região. No caso do Brasil, o BC aumentaria a Selic em menos do que o atualmente projetado. “No momento, estamos prevendo taxa final de 15,50%, mas um dólar abaixo de R$ 5,60 permitirá que o BC aumente essa taxa só até o nível de 14,50-15,00%.”

Já em relação ao cenário político local, Rostagno, da EPS, diz que, após o Carnaval, a busca do governo em aprovar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 poderá gerar algum estresse nos mercados. “Provavelmente veremos o governo tendo alguma facilidade para aprovar essa proposta no Congresso, mas com dificuldade de levar adiante medidas de compensação da perda de arrecadação. Ou seja, a preocupação fiscal vai continuar elevada.”

Continue após a publicidade

Siga-nos nas redes sociais:

Hotnews.pt |
Facebook |
Instagram |
Telegram

#hotnews #Brasil #noticias #AtualizaçõesDiárias #SigaHotnews #FiquePorDentro #ÚltimasNotícias #InformaçãoAtual

Continue após a publicidade
Continue após a publicidade

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *