Março 21, 2025
Dólar renova recorde e vai a R$ 6,09 com fiscal no radar; bolsa sobe
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O dólar operou com volatilidade e fechou em alta, após atingir o patamar histórico de R$ 6,20 no início da tarde desta terça-feira (17), conforme cresce a desconfiança com a política fiscal do governo Lula.

Para conter a escalada da moeda, o Banco Central realizou, pela 4ª sessão consecutiva, leilões de dólares, trazendo mais alívio ao mercado.

O dólar à vista fechou a sessão com alta de 0,10%, negociado a R$ 6,0982 na venda, maior valor nominal de fechamento da história. Na véspera, a divisa já havia renovado a máxima ao fechar a R$ 6,092 na venda.

Já o Ibovespareferência do mercado acionário brasileiro, encerrou com avanço de 0,92%, a 124.698,04 pontos.

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Com a alta da moeda, a autarquia fez uma segunda intervenção na sessão e vendeu um total de US$ 2,015 bilhões. Mais cedo, a autarquia vendeu US$ 1,272 bilhão à vista.

Na pauta política, investidores aguardam pela votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara após apresentação do texto na véspera.

Também é aguardada para hoje a votação do projeto de lei do pacote fiscal.

Na manhã desta terça, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou a ata da última reunião e informou que a alta do dólar e a percepção dos agentes sobre o pacote fiscal influenciaram a alta da taxa básica de juros em 1 ponto percentual.

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“A percepção dos agentes econômicos sobre o recente anúncio fiscal afetou, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco, as expectativas de inflação e a taxa de câmbio”, apontou a ata.

“Acho que ficou clara, mais uma vez, a transmissão de um ‘recado’ do BC ao governo, dizendo que as políticas devem ser previsíveis e anticíclicas, além de uma crítica velada a política de gastos públicos”, disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.

No cenário externo, os mercados aguardam a decisão do Reserva Federal (Fed) na quarta-feira, em que se espera amplamente uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa de juros. O foco será a divulgação das projeções das autoridades para os movimentos do próximo ano.

No cenário doméstico, investidores acompanham a votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara, que está marcada para às 14h.

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Medo fiscal

Ó cenário fiscal era justamente o foco do pessimismo dos investidores nesta sessão, com eles temendo a possibilidade de o governo não conseguir a aprovação de suas medidas de contenção de gastos até o fim do ano, uma vez que os parlamentares têm até sexta-feira para votá-las devido ao recesso.

Entre os principais obstáculos na tramitação do pacote fiscal estão a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva das articulações, à medida que se recupera de uma cirurgia em São Paulo, e a questão do pagamento de emendas parlamentares, com investidores apostando que ambos devem travar as medidas.

“Atualmente, o que fortalece tendência de valorização da moeda norte-americana frente ao real é a grande expectativa do mercado para a votação do pacote de corte de gastos”, disse João Duarte, sócio da One Investimentos.

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“A agenda da semana será apertada devido ao recesso parlamentar. Apesar do compromisso firmado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não temos garantias da concretização da votação”, completou.

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*com informações da Reuters

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