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Em 100 anos, Argentina vê declínio com série de crises – 18/11/2023 – Mundo

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“O celeiro do mundo” e “a Paris da América do Sul” já foram frases usadas para descrever a Argentina e sua capital Buenos Aires no pretérito, mas hoje destoam do cenário de subida inflação e aumento da pobreza que sofre o país vizinho. É mais uma crise em meio a uma série de outras vividas pela pátria nos últimos centena anos.

Junto a isso, os argentinos atravessaram cinco golpes militares, recorrentes períodos de instabilidade institucional e bruscas mudanças de rumo na política econômica. Hoje, o país caiu no ranking mundial e tem uma qualidade de vida pior do que a de países desenvolvidos, mas segue supra da média da América Latina em muitos quesitos.

Veja, aquém, a traço do tempo dos principais momentos políticos e índices econômicos no último século na Argentina, que comemora seus primeiros 40 anos ininterruptos de democracia neste ano.

1920 Argentina inicia a dezena de 1920 entre os dez países mais ricos do mundo, mas vai decaindo no ranking ao longo dos anos

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1930 País vive ‘dezena infame’, com golpe que inaugurou era de intervenções militares e crise econômica agravada pela Grande Depressão mundial

1943-1944 Novo golpe leva junta militar ao poder por alguns meses, gera instabilidade e abre caminho para subida de Juan Domingo Perón, portanto ministro da Guerra

1946 Perón é eleito presidente, nacionaliza o Banco Meão e dá origem ao movimento peronista, caracterizado pela resguardo dos trabalhadores e potente mediação estatal

Pós-2ª Guerra Gastos públicos aumentam, países europeus têm dificuldades para remunerar exportações agrícolas, e inflação começa a eclodir

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1948-1952 Projecto Marshall dos EUA ajuda países europeus a voltar ao caminho do desenvolvimento

1952 Perón assume seu segundo procuração, e sua esposa Eva Perón morre de cancro, tornando-se símbolo político até hoje

1955-1958 Perón é deposto por militares e se exila; peronismo é proferido ilícito e começa novo período de instabilidade, com diversos governos provisórios

1966-1973 Outro golpe dissolve Congresso e instala regime militar, marcado por liberalismo, redução de gastos e repressão política

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1973 Perón volta à Argentina e é eleito pela terceira vez, mas morre no ano seguinte e sua esposa e vice, Isabel Perón, se torna a primeira presidente mulher

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1976 Isabel é deposta, e país vive ditadura mais sangrenta da América Latina, com torturas e desaparecimentos

1982 Argentina perde a guerra das ilhas Malvinas contra o Reino Uno

1983 País volta à democracia há exatos 40 anos, com eleição de Raúl Alfonsín (do partido antiperonista UCR), em dezena de profunda crise econômica

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1989 Carlos Menem, peronista liberal, assume em meio a hiperinflação; gestão é marcada por privatizações, início econômica e paridade entre o peso e o dólar

2001-2002 Muito endividada, Argentina vive uma de suas piores crises, com desvalorização do peso, protestos violentos e três presidentes em dois meses

2003 Néstor Kirchner é eleito, iniciando uma série de governos kirchneristas em meio ao boom do preço das commodities

2007 Cristina Kirchner assume e segue com expansão de programas sociais e subsídios; três anos depois, seu marido morre, e ela é reeleita

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2015 Mauricio Macri é eleito pela centro-direita e muda rumo na política econômica, mas inflação persiste, e ele faz medidas de ajuste fiscal e empréstimo ao FMI

2019 Peronismo retorna ao poder com o presidente Alberto Fernández e a vice Cristina Kirchner

2020-2021 Argentina sofre efeitos da Covid e é o primeiro grande país da América Latina a legalizar o monstro

2022-2023 Fernández enfrenta deterioração da crise, e Argentina atinge níveis de inflação mais altos em 32 anos

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