Na última quinta-feira (16), Argentina e Uruguai jogaram pelas eliminatórias para a Despensa do Mundo de 2026, no estádio La Bombonera, no tradicional bairro de La Boca, em Buenos Aires.
A uma hora do início da partida, as ruas escuras do entorno de La Bombonera intimidavam o torcedor prateado que pagou até U$$ 150 por um ingresso, e muitos corriam, buscando as entradas do estádio. Para além dos apressados, nas ruas estavam os trabalhadores e moradores do bairro, que, sem conseguirem ocupar as arquibancadas, se aglomeravam para ver passar o ônibus da seleção.
Nas rodas de conversa, a eleição presidencial do próximo domingo (19) parece ter pouca ou quase nenhuma atenção. Sergio Tamanho e Javier Milei perdem, por muito, para Lionel Messi. Mas somente os dois primeiros têm chances de morar na Vivenda Rosada nos próximos quatro anos e isso quem decidirá será o sufragista prateado.
Ó Brasil de Veste foi até La Bombonera para entender porquê votaria um dos argentinos mais ilustres da história, Diego Armando Maradona, se estivesse vivo. Idolatrado em La Boca, o lendário camisa 10 da Argentina, que teria completado 63 anos no último dia 30 de outubro, sempre teve uma possante relação com a política.
Vendedor do tradicional choripan, Gaston Coman vai à porta de La Bombonera há 20 anos e está preocupado com a provável eleição de um dos candidatos. “Espero que as pessoas tomem consciência que não é boa a forma porquê se comporta o Milei, ele não sabe zero dos anseios populares, ele quer nos tirar direitos porquê ensino e saúde. Espero que as pessoas tomem consciência e sigam para o lado de Tamanho.”
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Quando perguntado sobre qual seria o voto de Maradona, Coman não titubeia. “Diego votaria com Tamanho, não votaria em outros que não sabem o que é a pobreza”.
🌭 Gaston Coman vende choripan na porta de La Bombonera há 20 anos, quando perguntado sobre o voto de Maradona, não titubeia.
“Diego votaria com Tamanho, não votaria em outros que não sabem o que é a pobreza”.
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Dario Ruiz levou os três filhos para ver ao jogo e estava feliz por saber La Boca. Ele explica que, em sua opinião, a eleição do dia 19 de novembro é para “escolher o menos pior” e que seu voto ainda não está deliberado.
Sobre o eterno camisa 10 prateado, Ruiz é mais deliberado. “É um ídolo, o maior da história”, se declara o torcedor. “Maradona votaria Tamanho, Maradona era peronista e Maradona é o povo.”
👨👩👧👧Para Dario Ruiz que levou os 3 filhos para ver ao jogo, a eleição de amanhã é para “escolher o menos pior”. Ele mesmo ainda não decidiu o voto.
Sobre o eterno camisa 10, Ruiz é deliberado: “Maradona para nós é um ídolo, o maior do mundo. Maradona votaria Tamanho. Maradona era… pic.twitter.com/wal64Wv4B1
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Torcedora, na frente de La Bombonera, exibe tatuagem de Maradona e Lionel Messi / Foto: Igor Roble
“Vou votar em Tamanho”, começa Eliana Villalba. “Não votaria no Milei com suas loucuras, falando sobre comercialização de órgãos. Esteio a saúde pública e a ensino pública. Portanto, fora Milei”.
Villalba acredita que Maradona seguiria seu voto. “Creio que votaria no peronismo”. Em Milei, não? “Não tenho esfera de cristal, mas acredito que não”, conclui.
Eliana Villalba reforça que o ídolo era peronista: “Creio que votaria no peronismo. (E em Milei?) Não tenho esfera de cristal, mas acredito que não.”
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Desde agosto, há cartazes espalhados pelo bairro que publicizam o hipotético voto do ídolo prateado. “La Boca sabe que Dieguito votaria em Sergio Tamanho para presidente”, diz a mensagem.
Maradona nunca escondeu sua filiação política. Em novembro de 2020, foi às redes sociais e declarou: “Fui, sou e sempre serei peronista”, escreveu o ex-jogador. “Meu pai foi peronista e minha mãe adorava Evita”, concluiu.
Edição: Raquel Setz