Setembro 21, 2024
Entrada de quem recebe Bolsa Família no mercado formal é notícia positiva

Entrada de quem recebe Bolsa Família no mercado formal é notícia positiva

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De janeiro a julho, a economia brasileira gerou 1,49 milhão de empregos formais, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados. Destes, 56,2%, ou 838 mil, foram ocupados por beneficiários do Bolsa Família. O indicador é boa notícia, pois revela que dependentes do auxílio assistencial do Estado têm dado um passo para a emancipação. Mas também é preciso encará-lo com pelo menos duas ressalvas.

A primeira é entender por que predominam nas vagas formais do mercado de trabalho os beneficiários do Bolsa Família, que deverá custar R$ 167 bilhões em 2025, ou 1,4% do PIB. Uma alteração nas regras do programa permitiu que, mesmo que um ou mais integrantes da família inscrita consigam emprego, ela receba metade do benefício por mais dois anos, desde que a renda total, acrescida do salário, não ultrapasse meio salário mínimo per capita. Essa mudança estimulou a procurar emprego quem antes temia perder o auxílio caso tivesse carteira assinada.

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Dos 20,7 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família, pouco mais de 13% (2,7 milhões) enquadram-se nessa regra. É provável também que muitos beneficiários prefiram trabalhar como autônomos, ainda temerosos de perder o auxílio. Há 54 milhões de adultos inscritos no cadastro de programas sociais, mais que os 46,8 milhões do mercado de trabalho formal. É importante haver mecanismos de saída do Bolsa Família, para suspender o benefício daqueles que obtiverem emprego e permanecerem empregados. Só assim o programa cumprirá a missão de tirar brasileiros da miséria e integrá-los à sociedade produtiva, sem torná-los dependentes do Estado.

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A segunda ressalva diz respeito à qualidade dos empregos. Mais da metade das vagas abertas exige baixa qualificação. Com a taxa de desemprego em 6,9%, a mais baixa em uma década, o mercado de trabalho está mais favorável ao empregado que ao empregador. A oferta menor de empregos qualificados reflete o perfil de uma economia pouco diversificada, principalmente em segmentos avançados da indústria e do setor de serviços. Este é o que mais abre vagas no mercado de trabalho, como nas economias desenvolvidas, mas a maior parte exige baixa qualificação.

A indústria da construção civil, por empregar de engenheiros a pedreiros, expõe os gargalos na formação de profissionais qualificados. A Sondagem da Construção Civil de julho, do Ibre/FGV, constatou que, no mês anterior, 71,2% das empresas do setor relataram dificuldades em encontrar trabalhadores com boa experiência nos 12 meses anteriores, e 39% encontraram muita dificuldade.

De modo geral, apesar de os segmentos do mercado de trabalho que exigem mão de obra com maior preparo não serem amplos, a oferta é insuficiente quando a demanda fica aquecida. Faltam profissionais com formação adequada assim que a economia ensaia decolar, e as vagas geradas para a mão de obra sem especialização estão longe de reduzir de forma substancial o desemprego ou subemprego, que acabam mascarados pelos programas sociais.

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