Março 21, 2025
Esquadrão Imortal – Bayer Leverkusen 2023-2024

Esquadrão Imortal – Bayer Leverkusen 2023-2024

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Em pé: Boniface, Kossounou, Tapsoba, Xhaka, Andrich e Kovár. Agachados: Tella, Adli, Wirtz, Hincapié e Grimaldo. Foto: Imago

 

Grandes feitos: Vencedor Invicto do Campeonato Teutónico (2023-2024), Vencedor Invicto da Despensa da Alemanha (2023-2024) e Vice-campeão da Liga Europa da UEFA (2023-2024). Conquistou a primeira Bundesliga da história do clube, foi o primeiro clube a vencer a Bundesliga de maneira invicta e atingiu a maior série de jogos sem perder da história do futebol no século XXI – 51 partidas.

Time-base: Hradecky (Kovár); Kossounou (Stanisic), Tah e Tapsoba; Frimpong (Tella), Andrich, Xhaka (Exequiel Palacios) e Grimaldo (Hincapié / Arthur); Hofmann (Borja Iglesias) e Wirtz (Adli); Boniface (Schick / Hlozek). Técnico: Xabi Alonso.

 

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“NeverLusen: o esquadrão que não sabia perder”

 

Por Guilherme Diniz

 

Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco vezes. Foi essa a quantidade de vices-campeonatos que o Bayer Leverkusen acumulou ao longo de sua história na Bundesliga. Fundada em 1904, a equipe alemã não havia conseguido levantar o maior título do país, e isso mesmo com investimentos sólidos e grandes elencos formados ao longo dos anos. Para piorar, alguns desses vices foram traumáticos e inacreditáveis, uma vez que na temporada 2001-2002, quando a equipe ficou invicta por 14 rodadas seguidas no primeiro vez, tinha nomes uma vez que Zé Roberto, Berbatov, Michael Ballack, Lúcio, Schneider, Neuville e Ramelow e perdeu o título nas últimas rodadas, ficando um ponto detrás do Borussia Dortmund. Para piorar, a equipe perdeu naquela temporada a final da Despensa da Alemanha e também a final da LIga dos Campeões da UEFA, um Treble Horror que deu ao clube o sobrenome de Neverkusen (um trocadilho para expor que nunca seriam campeões).

A torcida ainda se apegava à conquista da Despensa da UEFA de 1987-1988 e à Despensa da Alemanha de 1992-1993 uma vez que únicos grandes troféus do clube. De trajo, com a predominância do Bayern München e a força de Borussia e RB Leipzig, ficava difícil para o Bayer litigar por qualquer troféu. Muito, isso até chegar o mês de outubro de 2022, quando o jovem Xabi Alonso, ex-craque de Liverpool, Real Madrid, Bayern e multicampeão pela seleção da Espanha, assumiu o comando técnico do clube para transformar de vez a história do Leverkusen. 

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Depois terminar na 6ª colocação a Bundesliga de 2022-2023, ele teve sua primeira temporada completa em 2023-2024 e, com tempo, contratações certeiras e um futebol bonito de se ver, Alonso fez do Bayer o time mais encantador e devastador da Europa. Jogo a jogo, trucidou os adversários na Bundesliga. Eles venciam, empatavam, mas não perdiam. E, com cinco rodadas de antecipação, celebraram o inédito título germânico com uma goleada de 5 a 0 sobre o Werder Bremen que simplesmente enlouqueceu seus torcedores, que invadiram o gramado e transformaram a BayArena em um mar rubro-negro impressionante.

Muitos pensaram que eles iriam relaxar, mas Xabi Alonso manteve seu time concentrado para depreender alguma coisa que nenhum outro clube na Alemanha conseguiu: o título invicto da Bundesliga. E ele foi consumado na última rodada, depois vitória em morada sobre o Augsburg. Com 51 jogos sem perder, eles já estavam na história uma vez que o NeverLusen, o esquadrão possuinte da maior série invicta no futebol europeu e mundial no século XXI. A série foi encerrada na final da Liga Europa, mas eles venceram a Despensa da Alemanha dias depois e se colocaram de vez na história com o doblete doméstico e mais títulos do que derrotas! É hora de relembrar o esquadrão com a história mais espetacular da temporada 2023-2024 do futebol mundial.

 

Hora de competir

Xabi Alonso: técnico mudaria a história do Leverkusen. Foto: Reuters.

 

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Em outubro de 2022, o Bayer Leverkusen anunciou a contratação do técnico Xabi Alonso, novato treinador que havia completado sua licença da UEFA em 2018 e tinha passagens pelo time sub-14 do Real Madrid e a equipe da Real Sociedad B, além de ter sido sondado pelo Borussia Mönchengladbach em 2021. Mesmo sem experiência em um clube da escol, Alonso tinha no currículo uma trajetória irrepreensível uma vez que jogador, tendo conquistado títulos por Liverpool, Real Madrid, Bayern München e, evidente, pela seleção da Espanha, com a qual venceu a Despensa do Mundo de 2010 e as Eurocopas de 2008 e 2012.

Xabi Alonso se inspirava exatamente nos técnicos que teve em sua trajetória uma vez que jogador, tais uma vez que Rafa Benítez, Pep Guardiola, Vicente Del Mata, José Mourinho e Carlo Ancelotti. “O que aprendi com Guardiola e Mourinho é que os jogadores precisam crer e seguir o treinador. Quero ajudá-los com meu conhecimento, minha miséria e minhas qualidades de liderança. Queremos jogar um futebol moderno: intenso, ativo e com boa mentalidade”, disse Alonso em sua apresentação, em 2022. Ele ainda ressaltou o conhecimento que tinha no Leverkusen e sua tradição em reunir grandes talentos. 

 

“Eu conheço o Leverkusen do meu tempo na Alemanha [quando jogava no Bayern München] uma vez que um clube magnífico. O Bayer sempre teve grandes jogadores e vejo muita qualidade no elenco atual também. Nas minhas conversas com o clube, rapidamente ficou evidente que, apesar da difícil situação atual, metas ambiciosas ainda estão traçadas. Estou muito entusiasmado para essa tarefa e estou seguro de que vamos fazer jus”.

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Xabi Alonso chegou a um Leverkusen na vice-lanterna da Bundesliga e vivendo seu pior início de temporada no Campeonato Teutónico desde 1979. Ainda sem poder montar o time à sua maneira, ele tratou de organizar o elenco rapidamente para subir posições e alongar de vez o risco de rebaixamento. Logo na estreia, aplicou 4 a 0 no Schalke 04. E, jogo depois jogo, foi devolvendo a crédito aos jogadores e conseguiu terminar a competição pátrio na 6ª colocação, além de depreender as semifinais da Liga Europa da UEFA, quando acabou eliminado pela Roma de José Mourinho depois perder por 1 a 0, fora de morada, e empatar sem gols na BayArena.

Foto: Getty Images

 

Ao término da temporada, a diretoria ficou muito satisfeita com o trabalho de Alonso e ele pôde detectar nomes que teriam ainda mais luz na era seguinte uma vez que o atacante Schick, o polivalente Frimpong, os meio-campistas Andrich e Palacios, os meias Adli e Wirtz e os defensores Tapsoba, Tah e Hincapié. Era um elenco jovem, determinado e que tinha tudo para fazer jogos melhores. E eles fariam (muitos) com os reforços e mais tempo de treinamento.

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A montagem do esquadrão

Para ter mais capital de investimento em contratações, o Bayer Leverkusen decidiu vender seu principal bombeiro de 2022-2023, o galicismo Moussa Diaby, por 55 milhões de euros ao Aston Villa-ING. Além dele, outros 13 atletas deixaram o clube, gerando um totalidade de 69,2 milhões de euros. Tais negociações foram essenciais para que o clube germânico pudesse trazer reforços a vários setores, cumprindo com o desejado por Xabi Alonso de o Bayer ter condições e força na luta por troféus. Os contratados foram: 

 

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  • Álex Grimaldo, lateral-esquerdo, ex-Benfica, sem custos;
  • Arthur, lateral-direito, ex-América Mineiro, por 7 milhões de euros;
  • Jonas Hofmann, meia, ex-Borussia Mönchengladbach, por 10 milhões de euros;
  • Granit Xhaka, meio-campista, ex-Arsenal, por 25 milhões de euros;
  • Victor Boniface, atacante, ex-Union Saint-Gilloise, por 20 milhões de euros;
  • Matej Kovár, goleiro, ex-Manchester United, por 5 milhões de euros;
  • Josip Stanisic, zagueiro, ex-Bayern München, por empréstimo;
  • Nathan Tella, atacante, ex-Southampton, por 23,3 milhões de euros;
  • Borja Iglesias, atacante, ex-Real Betis, por empréstimo.

 

Os investimentos superaram um pouco os ganhos com as vendas – o clube gastou 90,3 milhões de euros -, mas foram feitos dentro das condições financeiras e sem exageros. Com tais reforços, Xabi Alonso começou a esquematizar seu time de uma maneira dissemelhante da temporada anterior. Ao contrário do 4-3-3 habitual, ele passou a riscar seu time com três zagueiros, quatro homens mais adiante, dois meias ofensivos e um atacante concentrado, um 3-4-2-1 que virava 5-3-2 em determinadas ocasiões. 

Tais esquemas soavam uma vez que defensivos, mas eram “ilusionistas”, pois o Leverkusen de Xabi Alonso iria se impor fisicamente perante os rivais na zaga, mas do meio para frente o time teria muita velocidade e habilidade com laterais ofensivos, praticamente pontas, e um meio de campo povoado que daria ao time mais posse de esfera, além de meias muito criativos para perfurar espaços nas zagas e atacarem continuamente com infiltrações e chutes de média e longa distâncias. Com variações táticas, jogadores polivalentes e treinamentos com foco no preparo físico e resistência, o Bayer Leverkusen seria um time completamente dissemelhante em 2023-2024. E encantaria os amantes do futebol de maneira rememorável.

 

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As primeiras vítimas

Boniface comemora: atacante foi o bombeiro dos Leões na temporada.

 

O cartão de visitas do Bayer Leverkusen foi logo no primeiro jogo solene da temporada, em 12 de agosto, quando a equipe visitou o Teutonia Ottensen e aplicou inapeláveis 8 a 0, em partida válida pela Despensa da Alemanha. Sete jogadores marcaram os gols – Tapsoba, Boniface, Wirtz, Adli, Frimpong, Hlozek (2) e Hofmann – , dando uma mostra do quão democrático seria aquele time ao longo da temporada. Dias depois, os rubro-negros estrearam na Bundesliga contra o sempre complicado RB Leipzig e venceram por 3 a 2, gols de Frimpong, Tah e Wirtz. 

No duelo seguinte, contra o Borussia Mönchengladbach, a equipe de Alonso venceu por 3 a 0 – dois gols de Boniface e um de Tah – e goleou o Darmstadt 98, em morada, por 5 a 1 (mais dois gols de Boniface, um de Palacios, outro de Hofmann e um de Hlozek). Na quarta rodada, os comandados de Xabi Alonso tiveram o primeiro encontro contra o temido Bayern München, na Allianz Redondel, e saíram detrás do placar logo aos 7’, em gol de Harry Kane. O Bayer foi pra cima e empatou ainda no primeiro tempo, com Grimaldo. Na lanço final, Goretzka fez 2 a 1 para os donos da morada, aos 41’, mas Exequiel Palacios, de pênalti, aos 90’+4’, decretou o empate que manteve o Bayer na liderança.

Palacios calou a Allianz Redondel e o Leverkusen empatou com o poderoso Bayern. Foto: Getty Images.

 

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Naqueles primeiros jogos, já era provável perceber o quão organizado era o time rubro-negro. Com uma transição rápida de ataque, solidez defensiva e aproveitamento pleno dos espaços do campo, a equipe de Xabi Alonso conseguia envolver seus adversários sem marasmo, mas com objetividade e miséria de gol. Com jogadores rápidos e muito inteligentes taticamente, o Leverkusen demonstrava personalidade e força para virar situações adversas. Eles não tinham receio ou temor de ninguém. E, se alguma coisa não estava indo muito, Xabi Alonso mudava cá e ali para colocar a engrenagem nos eixos e vencer o jogo. 

No dia 21 de setembro, o Bayer enfrentou o Häcken-SUE na estreia da temporada de grupos da Liga Europa da UEFA e venceu por 4 a 0, em morada, estendendo a boa temporada também para a competição europeia. Três dias depois, os alemães venceram o Heidenheim por 4 a 1 (mais dois gols de Boniface, um de Hofmann e outro de Adli) e, no dia 30 de setembro, fizeram 3 a 0 no Mainz, fora de morada, resultado que deixou os Leões na liderança da Bundesliga. A partir dali, eles não iriam mais trespassar do topo. E aumentariam a dominância perante os adversários.

 

Imparáveis

Foto: ICONSPORT

 

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Com a esfera, o Bayer Leverkusen era um time voraz, capaz de chegar ao gol em poucos toques e de várias maneiras, com bons finalizadores e sem depender de um só homem-gol. Sem a esfera, a equipe formava um conjunto com cinco homens detrás e, se fosse necessário, fazia com que o opoente tentasse, em vão, encontrar uma brecha para penetrar a zaga rubro-negra. Isso era um terror para quem visitava o time na BayArena ou recebia o Leverkusen em seu campo. Na 7ª rodada, a equipe visitou o Colônia e venceu por 3 a 0 (gols de Hofmann, Frimpong e Boniface), mantendo uma média superior a três gols por jogo aos comandados de Xabi Alonso. Pela Liga Europa, os alemães superaram o Molde-NOR, fora de morada, por 2 a 1, e golearam o Qarabag-AZE, em morada, por 5 a 1. Ainda em outubro, mais duas vitórias pela Bundesliga: 2 a 1 no Wolfsburg, fora de morada, e 2 a 1 no Freiburg, em morada.

Irresistíveis, os Leões seguiram com a boa temporada nos dois últimos meses de 2023. Pela Liga Europa, venceram o Qarabag por 1 a 0, fora de morada, bateram o Hacken, também fora de morada, por 2 a 0 e golearam o Molde, em morada, por 5 a 1. Em seis jogos, o Bayer venceu todos, marcou 19 gols e sofreu exclusivamente três, garantindo facilmente a vaga na temporada seguinte. Pela Despensa da Alemanha, a equipe eliminou o Sandhausen por 5 a 2 e bateu o Paderborn por 3 a 1, sacramentando a vaga nas quartas de final. Na Bundesliga, os Schwarzroten venceram mais três jogos – 3 a 2 no Hoffenheim, fora; 4 a 0 no Union Berlim, em morada; 3 a 0 no Werder Bremen, fora – totalizando oito vitórias seguidas e 13 jogos sem derrotas na competição pátrio. 

Uma das (muitas!) formações do Leverkusen na temporada: três detrás, quatro no meio, dois meias e um centroavante.

 

Depois os empates diante do Borussia Dortmund (1 a 1, em morada) e Stuttgart (1 a 1, fora), a torcida temeu por uma queda de rendimento, mas o Bayer tratou de dar a volta por cima com mais quatro vitórias seguidas: 3 a 0 no Eintracht, 4 a 0 no Bochum, 1 a 0 no Augsburg e 3 a 2 no RB Leipzig, fora e de viradela, com o gol da vitória anotado por Hincapié aos 90’ + 1’. Àquela profundeza, o Bayer Leverkusen já era o mais badalado time da temporada do futebol europeu, invicto e recordista em partidas sem derrotas na Bundesliga em um início de temporada.

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É o time da viradela!

O time que fez 3 a 0 no Bayern: mesmo sem Boniface, equipe teve bastante volume de jogo ofensivo.

 

Já em 2024, o Bayer Leverkusen mostrou uma outra face: o time que nunca se entrega. Para aqueles que estavam acostumados às derrapadas nas temporadas passadas, o Leverkusen respondeu a todos que tudo aquilo havia ficado para trás. Na Despensa da Alemanha, a equipe encarou o Stuttgart nas quartas de final e estava perdendo em morada por 2 a 1 até os 66’, quando Adli empatou. Aos 90’, o zagueiro-artilheiro Tah virou o jogo e classificou a equipe para a semifinal. Na Liga Europa, os alemães reencontraram o Qarabag nas oitavas de final e, no primeiro jogo, no Azerbaijão, levaram 2 a 0 no primeiro tempo, com um show do brasiliano Juninho, responsável de um gol. Irreconhecível, os rubro-negros mudaram a partida na lanço final e empataram com gols de Wirtz, aos 70’, e Schick, aos 90’.

Mas o surreal aconteceu na partida de volta, na BayArena. O valente Qarabag abriu 2 a 0 no segundo tempo e o Bayer tinha pouco mais de 20 minutos para tentar o empate. Pois a equipe ligou o modo turbo, foi pra cima e empatou com um gol de Frimpong, aos 72’, e Schick, aos 90’+3’. Aos 90’+8’, Schick fez mais um e virou o jogo de maneira histórica, fechando a vitória por 3 a 2 e a classificação dos alemães às quartas de final. A vitória aumentou na era a marca de jogos sem perder dos rubro-negros, que alcançaram 37 partidas sem derrotas, além de impressionantes 106 gols marcados. 

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“Estou feliz que estejamos juntos e tenhamos esse espírito de equipe, é talvez o mais importante dessa temporada, erigir isso. Confiar, ter gosto competitivo, isso para mim é lindo. Não só hoje. Eu sei que esse time quer o sucesso. A atmosfera, a sarau com os torcedores, esse sentimento e crença são muito importantes, temos que aproveitar isso”, comentou Xabi Alonso depois a classificação.

 

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Antes do momento homérico na Liga Europa, o Bayer viveu outro pela Bundesliga, na 21ª rodada, quando recebeu o Bayern München em morada. Jogando um futebol bonito e altamente eficiente, os rubro-negros não tomaram conhecimento do supercampeão germânico e venceram por 3 a 0, gols de Stanisic, aos 18’, Grimaldo, aos 50’, e Frimpong, aos 90’+5’, nascente em um contra-ataque mortal depois cobrança de escanteio na qual o goleiro do Bayern foi tentar subir na áerea, mas não conseguiu fazer zero. Foi um jogo mágico, com a apresentação plena das virtudes de um time que encantava e demonstrava cada vez mais o gosto para fazer história e levantar o título que tanto escapava de suas mãos. A dinastia de 11 temporadas dos bávaros estava muito, mas muito perto de terminar.

 

Rolo compressor e a conquista eterna

Em março, o Bayer Leverkusen continuou fazendo vítimas na Bundesliga e emendou mais vitórias seguidas. A equipe venceu o Heidenheim, fora, por 2 a 1, venceu o Mainz, em morada, por 2 a 1, derrotou o Colônia, fora, por 2 a 0, venceu o Wolfsburg, em morada, por 2 a 0, derrotou o Freiburg, fora, por 3 a 2, bateu o Hoffenheim, em morada, por 2 a 1 e venceu o Union Berlim, fora, por 1 a 0. Com uma sequência de nove vitórias seguidas, o Bayer Leverkusen chegou à 29ª rodada com a chance de ser vencedor com cinco rodadas de antecipação. Era só vencer o Werder Bremen, em morada, que a salva de prata seria do Bayer Leverkusen pela primeira vez na história!

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Antes do jogo decisivo, os alemães enfrentaram o West Ham-ING, em morada, no primeiro jogo das quartas de final da Liga Europa e venceram por 2 a 0, gols de Hofmann e Boniface, em ótima temporada depois superar uma lesão. No dia 14 de abril de 2024, mais de 30 milénio pessoas lotaram a BayArena para a partida contra o Werder Bremen, opoente simbólico naquele dia, enfim, foi o Bremen que derrotou o Bayer Leverkusen por 2 a 1 lá em abril de 2002 e contribuiu para a derrocada do time na reta final da Bundesliga daquele ano. Mas, em 14 de abril de 2024, ninguém venceria o Bayer. 

Com dominância plena e controle das ações, o time da morada abriu o placar aos 25’, com Boniface em cobrança de pênalti. Xhaka, aos 60’, fez 2 a 0. Mas seria a partir dos pés de Wirtz, que entrou no segundo tempo, que a sarau iria iniciar. O maestro do time iniciou seu recital e marcou três gols: aos 68’, 83’ e 90’. No quarto gol, o craque teve que pedir para a torcida se acalmar e esperar o sibilo final, pois dezenas de torcedores invadiram o gramado na ânsia para festejar o título. Mas foi no quinto gol, aos 90’, que a sarau explodiu de vez e ninguém conseguiu controlar a torcida, que invadiu o gramado, obrigou o avaliador a fechar o jogo e um mar de gente tomou conta do campo da BayArena em procura de recordações, pedaços de grama, da rede e alguma peça do uniforme dos jogadores, em privativo Wirtz, principal estrela do dia.

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Enfim, a Alemanha era do Bayer Leverkusen. Justamente no ano em que o clube completava 120 anos de história. Com impressionantes 16 pontos de vantagem sobre o Bayern, o Leverkusen se consagrou de vez uma vez que um dos maiores campeões da história da Bundesliga, além de ser o clube germânico com maior número de jogos sem perder em uma só temporada na era – 43 jogos, 38 vitórias, cinco empates, zero derrotas, 123 gols marcados e exclusivamente 31 sofridos, incontestáveis 88% de aproveitamento.

 

Vivendo perigosamente

Logo depois a conquista, o Bayer voltou suas atenções para a Liga Europa, quando enfrentou o West Ham, em Londres. Mesmo com a vantagem de dois gols, os alemães sofreram bastante em um jogo dramático, com o time inglês pressionado demais, saindo na frente em gol de Antônio no primeiro tempo e até princípio de luta entre comissões técnicas e jogadores em campo, parecendo jogo de Libertadores! Uma vez que em vários jogos da temporada, Xabi Alonso deu uma ensaboada no time e o Leverkusen voltou melhor para a lanço final, com boas chances pela direita nas investidas de Frimpong, que teve duas chances claras, uma delas aos 82’, em contra-ataque mortal, no qual ele chutou pra fora. 

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Mas o lateral não desistiu e, aos 89’, entrou na espaço, esperou, fintou e chutou para marcar o gol de empate e a manutenção da impressionante e interminável invencibilidade dos alemães de 44 jogos seguidos! No domingo depois a classificação continental, o Bayer começou sua série de cinco partidas para manter a invencibilidade na Bundesliga. O rival foi o Borussia Dortmund, no temido Signal Iduna Park. Os aurinegros abriram o placar e seguraram o 1 a 0 até os 97’, quando Stanisic subiu muito, mas muito eminente para fazer o gol de empate depois cobrança de escanteio e legislar o empate em 1 a 1 e o 45° jogo sem roteiro do clube na temporada. Simplesmente inacreditável!! O Leverkusen se recusava a perder! 

Andrich vibra com o gol do empate diante do Stuttgart. Foto: AFP

 

Na rodada seguinte, em outro domingo, o Bayer reencontrou sua torcida e enfrentou o Stuttgart, terceiro disposto. A equipe visitante abriu 2 a 0, mas o Bayer não se abateu e foi pra cima de novo. Adli, aos 61’, descontou. E, acredite, aos 90’+6’, esfera na espaço e Andrich fez o gol do empate que comprovou que aquele time tinha um pacto! Eles não sabiam perder! Era o NeverLusen! A equipe já havia conseguido evitar derrotas nos minutos finais em impressionantes 11 jogos, conseguindo empatar quatro partidas depois os 45’ finais e vencer sete partidas depois os 45’ finais.

 

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Rumo à final continental e o recorde 

Foto: Giampiero Sposito / Getty Images.

 

No prelúdios de maio, o Bayer Leverkusen viajou até Itália para encarar a Roma, no primeiro jogo da semifinal da Liga Europa da UEFA. Xabi Alonso sabia que a equipe italiana era um rival que tinha potencial para suscitar problemas ao seu time, principalmente pela boa temporada que a Loba vivia na competição continental e com nomes importantes no ataque uma vez que Dybala e Lukaku. Mas, quando a esfera rolou, depois alguns minutos de pressão romana, o Bayer Leverkusen se impôs e, com a marcação adiantada e toques de esfera rápidos e insinuantes, foi pra cima. Acuada, a Roma passou a errar demais e um desses erros deixou a esfera nos pés dos alemães quando Karsdorp tocou muito limitado e deixou com Grimaldo, que invadiu a espaço e só rolou para Wirtz fazer 1 a 0. Foi a 18ª assistência de Grimaldo na temporada e o 18º gol de Wirtz! Que dupla!

O time germânico passou a dominar o jogo e a Roma simplesmente desabou. A equipe de Xabi Alonso só não marcou mais gols por culpa das boas defesas do goleiro Svilar e da pontaria descalibrada, pois mais dois ou três gols poderiam ter saído facilmente. Com a vantagem, a equipe alemã controlou o jogo na segunda lanço, fechou os espaços e não deixou a Roma crescer. E, em um contra-ataque mortal, o Leverkusen matou o jogo, aos 73’, em belo gol de Andrich de fora da espaço: 2 a 0. Mais uma vitória para a conta e 47º jogo seguido sem perder! Faltava pouco para a decisão continental, a primeira desde a fatídica final da UCL de 2002. Antes do duelo da volta, os rubro-negros ainda golearam o Eintracht Frankfurt por 5 a 1 pela Bundesliga e alcançaram os 48 jogos de invencibilidade, igualando a marca do Benfica de Eusébio de 1963-1965.

Na partida de volta, em Leverkusen, o jogo foi quente, com muitos cartões e soberania do Bayer, que sufocou a Roma em todo primeiro tempo, mas parou no goleirão Svalar, que salvou os romanos em chutes impressionantes dos alemães. O Bayer tinha 17 finalizações quando, aos 43′, a Roma teve um pênalti a seu obséquio. Paredes cobrou e fez 1 a 0. Que ironia! Precisando de mais um gol, a Roma foi pra cima no segundo tempo e levou risco nos primeiros 10 minutos até um novo pênalti ser marcado para os italianos, depois a esfera sovar no braço de um jogador do Bayer. Paredes cobrou muito de novo e fez 2 a 0. Por mais que o Bayer gostasse de viver perigosamente, era semifinal de Liga Europa e o time não conseguia marcar zero. 

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Foto: Ina Fassbender/AFP

 

Mas, se o Bayer não fazia, a Roma ajudou aos 81’ quando Mancini tocou contra depois cobrança de escanteio: 1 a 2. A torcida levantou e começou a puxar a equipe de novo. A vantagem era alemã novamente. Só faltava um gol para manter a invencibilidade. E, aos 90’ + 7’, Stanisic, que havia entrado naquele segundo tempo, engatilhou contra ataque, invadiu a espaço, cortou e bateu: 2 a 2. Bayer Leverkusen na final da Liga Europa! E outra salvação espírita nos acréscimos! 

 

“Não sabemos uma vez que perdíamos por 2 a 0, mas empatar contra uma equipe uma vez que essa é inacreditável, essa vontade é inacreditável. Vocês veem o libido do time, não queremos diminuir Queríamos fazer o segundo gol para seguirmos invictos. Estamos na final, um sonho se tornou verdade. Faremos tudo o que pudermos para levar o troféu para Leverkusen”, comentou Xhaka na coletiva depois a partida.

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Era o pacto! Eles não sabiam perder! Foi o 17º gol do time na temporada depois os 45’ e a 11ª vez que isso aconteceu. Veja a lista:

 

  1. 15/9/2023 – Bayern München 2 x 2 Bayer Leverkusen – Bundesliga – gol de Palacios aos 49’
  2. 9/11/2023 – Qarabag 0 x 1 Bayer Leverkusen – Europa League – gol de Boniface aos 49’
  3. 13/1/2024 – Augsburg 0 x 1 Bayer Leverkusen – Bundesliga – gol de Palacios aos 49’
  4. 20/1/2024 – RB Leipzig 2 x 3 Bayer Leverkusen – Bundesliga – gol de Hincapié aos 46’
  5. 6/2/2024 – Bayer Leverkusen 3 x 2 Stuttgart – Despensa da Alemanha – gol de Tah aos 45’
  6. 7/3/2024 – Qarabag 2 x 2 Bayer Leverkusen – Europa League – gol de Schick aos 47’
  7. 14/3/2024 – Bayer Leverkusen 3 x 2 Qarabag – Europa League – gols de Schick aos 48’ e 52’
  8. 30/3/2024 – Bayer Leverkusen 2 x 2 Hoffenheim – Bundesliga – gol de Schick aos 46’
  9. 21/4/2024 – Borussia Dortmund 1 x 1 Bayer Leverkusen – Bundesliga – gol de Stanisic aos 52’
  10. 27/4/2024 – Bayer Leverkusen 2 x 2 Stuttgart – Bundesliga – gol de Andrich aos 51’
  11. 9/5/2024 – Bayer Leverkusen 2 x 2 Roma – Europa League – gol de Stanisic aos 52’

 

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De quebra, o clube se tornou naquela noite o possuinte da maior série invicta da história do futebol europeu: 49 jogos, superando o Benfica de 1963-1965. Eram 40 vitórias e nove empates, 136 gols marcados e 38 sofridos. No término de semana seguinte, os rubro-negros golearam o Bochum por 5 a 0, fora de morada, e chegaram à marca de 50 partidas sem perder! Pormenor: o Bochum não deu nenhum chuto ao gol, enquanto o Leverkusen deu incríveis 29 chutes, sendo 10 ao gol!

 

NeverLusen!

Wirtz, melhor jogador da Bundesliga, ergue a Salva de Prata. Foto: Getty Images

 

No dia 18 de maio, enfim, o Leverkusen encerrou sua campanha na Bundesliga diante de sua torcida, contra o Augsburg. A equipe venceu por 2 a 1 e conseguiu o que nenhum outro clube havia conseguido em toda a história do torneio: terminar sua campanha sem nenhuma roteiro! Os comandados de Xabi Alonso finalizaram o torneio com 90 pontos, 28 vitórias, seis empates, 89 gols marcados e 24 gols sofridos (melhor resguardo). Boniface, com 14 gols, foi o bombeiro do time na competição e o goleiro Hradecky foi o arqueiro que permaneceu mais jogos sem levar gols: 15 partidas.

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Grimaldo foi o rei das assistências da Bundesliga com 13 passes para gols, seguido de Florian Wirtz, com 11 passes. Wirtz ainda foi eleito o melhor jogador da competição. Depois a conquista, a sarau no gramado foi enorme e os jogadores não esconderam a emoção em levantar a Salva de Prata. Xabi Alonso ressaltou a prestígio do título invicto:

 

“Permanecer invicto foi um feito inédito não só no futebol germânico, mas em toda a Europa. Nunca vamos nos olvidar desse dia e tenho certeza que esse time deixou sua marca na história da Bundesliga. Daqui uns 20 anos vamos vamos olhar para trás e expor ‘uau, estávamos ali’”. 

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Foto: Perfil solene do Bayer Leverkusen no Instagram

 

De trajo, aquele Bayer Leverkusen já estava marcado para sempre pelo feito enorme e por ser um dos raros clubes a vencer uma das principais ligas do futebol sem derrotas. Para se ter uma teoria, se considerarmos a era moderna do futebol depois os anos 1970, exclusivamente o Arsenal conseguiu tal feito na Premier League (2003-2004), enquanto Milan (1991-1992) e Juventus (2011-2012) são os únicos invictos na Série A italiana. Na Espanha, nenhum clube conseguiu vencer La Liga sem roteiro desde os anos 1930.

 

Assim não, professor…

Atalanta campeã da Liga Europa… Foto: Adrian Dennis / AFP

 

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No dia 22 de maio de 2024, o Bayer Leverkusen entrou no Aviva Stadium, em Dublin (Irlanda), uma vez que favoritaço ao título da Liga Europa da UEFA. Ninguém esperava que a Atalanta-ITA, embora muito muito treinada e com vitórias categóricas sobre Liverpool e Olympique de Marselha nas etapas anteriores fosse levar qualquer risco aos alemães. Só que aquela noite foi simplesmente catastrófica para o Leverkusen. E ela foi consumada muito por culpa, quem diria, do técnico Xabi Alonso. 

Para iniciar, ele escalou o time muito, mas muito mal. Ao invés de ir com força máxima, decidiu optar por um time sem centroavante e sem um meio de campo com mais pegada. Boniface, Andrich e Hofmann ficaram no banco de reservas e deram lugar a Adli, Palacios e Stanisic. Com isso, a Atalanta “devorou” os Leões com um volume de jogo impressionante, ataques precisos e aproveitando o show de erros do time germânico. Resultado? Placar de 2 a 0 só no primeiro tempo para os italianos. 

No segundo tempo, Xabi Alonso entrou com Boniface para tentar a viradela ao estilo do Bayer, mas era tarde demais. A Atalanta ainda marcou mais um gol (todos de Lookman, que levou a esfera do jogo para morada!) e o placar de 3 a 0 deu o inédito título à equipe de Bérgamo. No final da partida, era nítida a consternação nos atletas e na torcida, que não entendeu uma vez que um time tão embalado, tão em sintonia ao longo de 51 jogos sem perder foi tombar justamente em uma final continental. Além dos erros de escalação e dos jogadores, vale evidenciar o jogaço da Atalanta, que mereceu demais a conquista e coroou um trabalho fantástico do técnico Gasperini, no comando da divindade desde 2016. Na coletiva, Alonso rechaçou o rival e os erros cometidos por ele e por sua equipe.

 

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“A Atalanta foi melhor do que nós, não podemos expor o contrário. Não pudemos jogar uma vez que queríamos depois do primeiro gol, pois a Atalanta encontrou muita força. Estávamos prontos para os duelos em campo, mas não soubemos nos impor. […] Vamos indagar depois, tivemos alguns erros, meus também. Perdemos muitos duelos mano a mano. Não era nosso dia e é uma pena que tenha sido justo na final. Mas temos que concordar. Foi a primeira roteiro, alguma coisa novo para nós, vida que segue. Aprenderemos muito dessa partida. Não se esquece uma final. Cada um de nós, eu incluso, aprenderemos com as experiências vividas hoje”.

 

Copou!

Xhaka (à esq.) celebra o gol do título. Foto: Tobias SCHWARZ / AFP.

 

Era mais do que uma questão de honra vencer a Despensa da Alemanha no dia 25 de maio, no belíssimo estádio Olímpico de Berlim. O Leverkusen teve pela frente o Kaiserslautern, de grande história, mas na segunda partilha e muito subordinado ao time de Xabi Alonso. Por isso, nenhum resultado sem ser a vitória era tolerado. E, quando a esfera rolou, os Leões demonstraram muito mais foco e preceito do que na fatídica noite em Dublin e abriram o placar em golaço de Xhaka, aos 17′ do primeiro tempo. O gol trouxe muito conforto, mas veio seguido de inquietação quando o zagueiro Kossounou foi expulso, aos 44′, obrigando Xabi Alonso a desfazer sua habitual risco de três zagueiros e recuar um meia para conceber o esquema com quatro homens na zaga.

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No segundo tempo, Stanisic entrou no lugar de Schick, o Bayer jogou de maneira mais precavida, mas em nenhum momento deixou o rival lhe impor pressão. O Leverkusen ainda teve grandes chances, mas escorregões de Frimpong em dois lances impediram o segundo gol. O tempo foi passando, o placar ficou mesmo em 1 a 0 e Leverkusen celebrou sua segunda Despensa da Alemanha na história, a primeira desde 1993, e corou de vez a temporada perfeita dentro de morada, com dois títulos invictos. Se fosse provável voltar no tempo e jogar de outra maneira a final da Liga Europa, a era 2023-2024 seria perfeita em todos os sentidos e cenários.

Xabi Alonso ergue a Despensa da Alemanha. Foto: EFE

 

Mesmo assim, a torcida celebrou sem moderação os feitos do time e os jogadores ainda assinaram o livro de ouro da cidade de Leverkusen pelos feitos esportivos na temporada, além de serem recebidos em uma imensa sarau na BayArena no dia seguinte. Eles mereceram, pois escreveram a maior história no futebol mundial em 2023-2024, sem incerteza alguma!

 

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Quem poderá superá-los?

Foto: Wolfgang Rattay / Getty Images

 

Por mais amarga que tenha sido a roteiro na final da Liga Europa da UEFA, os feitos do Bayer Leverkusen na temporada 2023-2024 já estão marcados para sempre na história do clube e do futebol. Permanecer 51 jogos sem perder foi uma enormidade, alguma coisa que nem os mais emblemáticos times deste século conseguiram – e nem mesmo do século pretérito! -, além de ter sido a maior temporada do clube em seus 120 anos. Se manter o elenco e contratar alguns reforços para o meio de campo e o ataque, o Bayer Leverkusen pode sonhar com mais taças na próxima temporada, na qual ele irá disputar a Liga dos Campeões da UEFA, competição que será um enorme teste de lume para esse time. Com certeza eles aprenderam muito com o revés em Dublin. Mas também com as vitórias, os sofrimentos e a glória. O trajo é que o tempo irá passar e vamos sempre nos perguntar: quem poderá superar o recorde de 51 jogos sem perder do NeverLusen? Só um novo esquadrão imortal. Uma vez que já é o Bayer Leverkusen 2023-2024.

 

A campanha universal em 2023-2024

J V E D GM GS SG A
53 43 9 1 145 42 +103 81,1%

Os personagens:

 

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Hradecky: com 1,92m de profundeza e ótimo tino de colocação, o goleirão finlandês foi o titular nos jogos do Campeonato Teutónico, enquanto Kóvar ficou com as partidas da Liga Europa da UEFA. Hradecky chegou em 2018 ao Bayer depois boas temporadas no Eintracht Frankfurt, pelo qual venceu a Despensa da Alemanha de 2017-2018. Desde o início, foi o titular do time e ganhou a crédito da torcida com muita regularidade e baixas médias de gols sofridos. Convocado regularmente para a seleção de seu país, já tem quase 100 jogos pela Finlândia na curso, além de mais de 240 jogos pelo Bayer Leverkusen.

Kovár: o tcheco de 1,96m de profundeza – ainda mais eminente que o companheiro Hradecky! – foi o guardião do gol do Bayer na estirão da Despensa da Alemanha e também da Liga Europa, fazendo secção do rodízio que preservou bastante a requisito física dos atletas ao longo da temporada. Depois iniciar a curso no Manchester United, Kovár não teve espaço no time do portanto técnico Solskjaer e foi emprestado a outros clubes até lucrar seu espaço no Leverkusen em agosto de 2023, firmando um contrato de quatro anos. Xabi Alonso percebeu que o arqueiro de 23 anos precisava de mais oportunidades, confiou nele para as trajetórias copeiras do time e não se arrependeu. Com bons jogos, ajudou a equipe a depreender as finais.

Stanisic: um dos muitos polivalentes do elenco, o croata podia atuar em qualquer posição do setor defensivo, mas tinha mais facilidade no setor recta, em privativo na lateral. Stanisic chegou por empréstimo em 2023 e rapidamente ganhou espaço na equipe titular, participando de mais de 30 jogos na temporada. Ele marcou ainda quatro gols, um deles o do empate em 2 a 2 com a Roma na semifinal da Liga Europa. 

Kossounou: marfinense muito possante tanto na marcação quanto nas jogadas aéreas, além de ser um dos melhores defensores em roubar a esfera dos rivais no futebol europeu, Kossounou atuou no miolo de zaga e também na lateral-direita do time de Xabi Alonso. Quase complicou o time an final da Despensa da Alemanha ao ser expulso, mas o Leverkusen controlou o jogo e ficou com a taça. Disputou 33 jogos na temporada e marcou um gol.

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Tah: xerifão do time, o zagueiro Tah está desde 2015 no Bayer e se consagrou uma vez que um dos principais defensores dos Leões no período. Disputando uma média de 35 jogos por temporada, Tah cresceu bastante de produção sob o comando de Xabi Alonso e passou a subir mais ao ataque em jogadas de esfera paragem para explorar seus 1,95m de profundeza. E deu resultado, pois a temporada 2023-2024 foi a mais prolífica da curso do zagueiro, que marcou seis gols em 48 jogos.

Tapsoba: o zagueiro de Burkina Faso começou sua curso profissional em 2014, no Salinas, de seu país, até chegar ao futebol português em 2017. Em 2020, foi contratado pelo Bayer Leverkusen e passou a jogar com mais frequência no time titular a partir de 2020-2021. Sob o comando de Xabi Alonso, fez uma dupla marcante com Tah e esbanjou desembaraço, eficiência no desarme, nos passes e na recomposição, gerando comparações com o veterano zagueiro germânico Boateng. Foram 45 jogos e três gols na temporada 2023-2024.

Frimpong: no Leverkusen desde 2021, o holandês já é um dos melhores e mais regulares laterais-direitos do futebol mundial e demonstrou isso na temporada irrepreensível que fez em 2023-2024. Com muito volume ofensivo, bons passes, cruzamentos e muitos gols, Frimpong atuava praticamente uma vez que um lado na maioria das partidas. Depois 48 jogos e 9 gols na era 2022-2023, Frimpong elevou a conta para 14 gols em 46 jogos, além de contribuir com 12 assistências. Ele foi eleito para o Time do Ano da Bundesliga em 2022-2023 e 2023-2024.

Tella: o nigeriano podia atuar uma vez que meia de relação ou ponta-direita na equipe de Xabi Alonso e teve boas atuações na trajetória da equipe na Liga Europa e em alguns jogos da Bundesliga. Foram 37 jogos na temporada, seis gols e cinco assistências.

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Andrich: meio-campista muito eficiente na marcação, nos lançamentos e nos chutes de fora da espaço, Robert Andrich começou sua trajetória no Hertha Berlim e passou por vários clubes até chegar ao Bayer Leverkusen em 2021. Com personalidade, ganhou a posição de titular e integrou o time em 43 jogos na temporada, marcando cinco gols e dando cinco assistências.

Exequiel Palacios: cria do River Plate, Palacios integrou o time vencedor da América em 2018 e também vice-campeão na temporada seguinte até ser contratado pelo Bayer Leverkusen em 2020. Embora tenha demorado para se firmar, cresceu bastante de produção com Xabi Alonso e passou a jogar mais graças à sua qualidade na distribuição da esfera, nos passes rápidos e na chegada à intermediária dos rivais. Foram 36 jogos, seis gols e cinco assistências na temporada. 

Xhaka: o experiente meio-campista caiu perfeitamente no time de Xabi Alonso pela qualidade no passe, visão de jogo e por ser muito eficiente na relação entre o meio e o ataque. Depois quase 300 jogos e 23 gols pelo Arsenal, o suíço foi um dos principais artífices do Leverkusen e disputou 49 jogos, um dos recordistas em partidas no elenco. Foi dele o gol do título da Despensa da Alemanha.

Grimaldo: com passagens pelo Barcelona B e Benfica – pelo qual jogou de 2016 até 2023 -, o espanhol chegou para dar mais força ao lado esquerdo da resguardo e do meio de campo, enfim, ele pode jogar uma vez que lateral, lado ou meia-esquerda, características que fizeram dele um dos maiores garçons do time com 19 assistências para gols, 13 delas na Bundesliga! Na campanha do título da Bundesliga, Grimaldo disputou 32 jogos e marcou 10 gols, além de ter anotado dois gols nos 11 jogos que disputou na Liga Europa. Na temporada, acumulou 50 jogos e marcou 12 gols.

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Hincapié: o equatoriano veio depois despontar no Independiente Del Valle e jogar uma temporada no Talleres-ARG. Muito consistente e capaz de atuar uma vez que zagueiro e lateral-esquerdo, Hincapié fez bons jogos e foi uma das alternativas de Xabi Alonso para rodar o elenco. O padroeiro jogou mais ativamente na Liga Europa e na Despensa da Alemanha, mas também atuou em 27 jogos na Bundesliga.

Hofmann: atuando pela meia-direita e também mais concentrado, com foco no ataque, o germânico manteve a ótima temporada no Leverkusen e repetiu o bom futebol demonstrado em seus tempos de Borussia Mönchengladbach. Com 46 jogos, 8 gols e 12 assistências na temporada, foi outro grande nome desse histórico Leverkusen.

Adli: polivalente do setor de ataque, o marroquino jogou em toda a campanha do Leverkusen na Liga Europa e na Despensa da Alemanha, além de 23 jogos na Bundesliga. Rápido e com boa visão de jogo, marcou 10 gols e deu 11 assistências.

Borja Iglesias: o espanhol veio por empréstimo em janeiro de 2024 ao Leverkusen e não teve muitas chances. Atuou em 10 jogos e não marcou gols. 

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Wirtz: talento puro do futebol germânico, o meia-atacante do Leverkusen é um dos mais cobiçados jogadores do futebol europeu e viveu em 2023-2024 a melhor temporada de sua curso até o momento. Com lances geniais, precisão nos chutes e passes, enorme tino de colocação e capaz de se desvencilhar com muita rapidez da marcação, foi a síntese do futebol muito jogado proposto pelo técnico Xabi Alonso. Wirtz marcou gols decisivos e foi o nome da goleada de 5 a 0 sobre o Werder Bremen que selou o título inédito da Bundesliga. Em 48 jogos, Wirtz marcou 18 gols e deu 19 assistências. Simplesmente irrepreensível!

Arthur: o lateral-direito brasiliano chegou ao Bayer em 2023, mas ainda não conseguiu pregar seu espaço no time. Foram exclusivamente cinco jogos na temporada.

Boniface: o grandalhão nigeriano foi um dos pilares do ataque do Leverkusen na temporada e, mesmo com a lesão que sofreu no caminho, voltou a tempo para ajudar nas conquistas históricas do clube. Com força, boa capacidade de drible e chutes precisos, marcou 21 gols em 33 jogos, além de ter oferecido 10 assistências, números que fizeram dele o bombeiro da equipe na temporada de um time que foi bastante democrático no quesito gols. Já é um dos mais queridos da torcida.

Schick: o tcheco também se destacou na temporada 2023-2024 do Leverkusen por seus gols – foram 13 em 32 jogos, além de três assistências -, boa presença de espaço e porte físico – tem 1,91m de profundeza. No clube desde 2020, não repetiu a temporada 2021-2022, quando marcou 24 gols em 31 jogos, mas segue uma vez que uma boa referência de ataque na equipe.

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Hlozek: o outro atacante checo do clube atua mais uma vez que ponta, explorando os espaços das defesas. Disputou 35 jogos e marcou sete gols, dois deles na estirão da Liga Europa.

Xabi Alonso (Técnico): com enorme conhecimento esportivo depois sua trajetória sumptuoso uma vez que futebolista, o espanhol dava vestígios de que seria um bom técnico. O que ninguém imaginava era que ele iria logo em sua primeira temporada completa no Leverkusen depreender os feitos que alcançou com tamanha superioridade, imponência e a sequência absurda de partidas sem perder. Xabi Alonso foi genial ao formar um time que não dependeu de um só homem-gol nem de um ou dois jogadores específicos e criou uma máquina quase perfeita, que jogava com praticamente a mesma sintonia com qualquer formação. Formando um time para a Bundesliga e outro com algumas modificações para as copas, Xabi Alonso poupou suas peças e conseguiu ter o elenco inteiro até o término da temporada sem qualquer mazela. O resultado disso foi um esquadrão imortal e rememorável. Em 53 jogos, ele venceu 43, empatou 9 e perdeu um. Aproveitamento de 81,1%. Irrefragrável.

 

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