“Falha na manutenção preventiva das pontes do Douro trava comboio histórico a vapor” | Direito de Resposta

O título da referida peça – “Falha na manutenção preventiva das pontes do Douro trava comboio histórico a vapor” – é falso, não tem correspondência com a realidade e não reflete a resposta que foi prestada pela IP ao jornalista autor do artigo.

1. A verdade dos factos

A IP esclareceu de forma clara e objetiva que a capacidade resistente atual das pontes em causa não resulta de qualquer falha nas ações de manutenção ou inspeção, mas antes de avaliações técnicas complementares atualmente em curso no âmbito do processo de modernização da Linha do Douro.

Estas avaliações têm como objetivo garantir os mais elevados padrões de segurança para a circulação de comboios, incluindo o histórico comboio a vapor, e surgem no seguimento do trabalho contínuo e preventivo que a IP realiza na gestão das infraestruturas sob sua responsabilidade.

A IP dispõe de um Sistema de Gestão de Obras de Arte consolidado, que assegura inspeções periódicas rigorosas, com recurso a equipas próprias e a entidades técnicas independentes. A empresa mantém ainda quatro Brigadas de Execução de Pontes, que garantem a manutenção corrente de todas as pontes da Rede Ferroviária Nacional, com ciclos de atuação regulares.

2. Responsabilidade e rigor técnico

A notícia ignora os esclarecimentos fornecidos pela IP, omitindo que a limitação da circulação da locomotiva a vapor 0186 se deve ao seu peso, e não a qualquer alteração estrutural recente das pontes. O artigo opta, pelo contrário, por construir uma narrativa, sem base técnica, apoiada em “fontes ligadas ao setor” não identificadas, em detrimento da informação oficial e fidedigna enviada pela IP.

Trata-se de uma abordagem que, ao ignorar os esclarecimentos prestados pelas entidades oficiais competentes, compromete o dever de informar com objetividade e responsabilidade, em prejuízo dos leitores e da confiança nas instituições públicas.

3. Compromisso com a transparência e a segurança

A IP reafirma o seu compromisso com a segurança, a transparência e a boa gestão da infraestrutura ferroviária nacional. A empresa continuará a assegurar, como sempre tem feito, todas as ações necessárias à conservação e reforço das pontes, dentro dos parâmetros técnicos e legais aplicáveis.

O estudo atualmente em curso com o acompanhamento do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) visa precisamente garantir, com base em evidência científica e técnica, as condições para a circulação segura do comboio histórico com locomotiva a vapor. Este trabalho estará concluído até ao final do mês de junho.

Qualquer tentativa de distorcer ou descredibilizar este processo técnico, com motivações que escapam ao interesse público, merece o nosso firme repúdio.

Miguel Jorge de Campos Cruz, presidente do Conselho de Administração da Infraestruturas de Portugal (IP)