Uma exposição temporária no Museu da Fifa (Federação Internacional de Futebol), em Zurique, na Suíça, exibe duas camisas da seleção brasileira com uma descrição que relaciona o uniforme amarelo à política do Brasil.
O texto diz que o item foi “propício por apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro”. Uma foto da placa com essa descrição circulou na internet nesta quarta-feira (31).
O museu confirmou à Folha a verdade da imagem, informou que é temporária a exposição chamada “Designing the Beautiful Game” —que explora porquê o design tem sido utilizado para desenvolver o futebol ao volta do mundo— e acrescentou que “as descrições dos objetos mencionadas são escritas e aprovadas pelos curadores do Museu da Fifa”.
Sobre a referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a instituição disse que o associou ao termo “extrema direita” porque é mal ele é “descrito em diferentes veículos de informação brasileiros”.
Ainda de negócio com o museu, as camisas exibidas fazem secção da seção “identidade” da exposição, que mostra porquê os uniformes, “às vezes, também podem ser usados porquê secção de outras iniciativas dentro de uma sociedade mais ampla”.
A organização do museu também afirmou que vê a camisa da seleção brasileira “sempre e exclusivamente porquê o símbolo do pentacampeão mundial e um símbolo do futebol bonito no mundo”.
Procurada pela reportagem, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afirmou que não vai se manifestar oficialmente sobre o matéria.
As duas camisas da seleção brasileira ficarão expostas no museu da Fifa até 25 de fevereiro. O conjunto é formado por um uniforme branco, utilizado pela equipe em 2019, e outro virente e amarelo, sem nenhuma estrela no peito, usado por Djalma Santos em 1950. Ao lado das duas peças, há texto escrito em inglês, com o título “Cor e significado”.
“Novas gerações e contextos trazem novos significados para a cor. Na Despensa América de 2019, a icônica camisa amarelo canarinho do Brasil foi substituída por uma versão comemorativa do histórico uniforme branco e azul do time, que levou o título para vivenda. Nos últimos anos, o insígnia amarelo e virente do uniforme do Brasil tem se confundido com a política, já que a camisa foi apropriada por apoiadores do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro”, diz o texto.
A exposição apresenta ainda fotos, filmes e áudios que mostram a história de porquê os modelos evoluíram a partir de novas tecnologias.