No momento em que o BRB e o Flamengo buscam um novo sócio para seu banco do dedo, os torcedores do clube carioca deram um prejuízo de R$ 455 milhões ao banco do Província Federalista, que lhes concede empréstimos há três anos dentro da parceria Pátria BRBFla.
Esse valor se refere a créditos com mais de um ano de detido e que, por lei do Banco Meão, tiveram de ser baixados a prejuízo, mas que o banco ainda tenta receber.
Relatório do desempenho operacional do BRB obtido pelo Tela S.A. revela que as perdas acumuladas cresceram 70% em doze meses.
Em junho de 2022, o estoque de operações em prejuízo era de R$ 262 milhões, o que representou 59% dos empréstimos.
Em junho deste ano, foram R$ 445 milhões ou 105% dos empréstimos, que totalizaram R$ 443 milhões no período.
O que explica esse resultado é a inadimplência elevada dos clientes rubro-negros.
Segundo o próprio banco no relatório, o indicador de inadimplência foi de 25,9% em junho deste ano e envolve R$ 112 milhões —índice considerado ressaltado no mercado e 150% superior à inadimplência registrada pelo BRB com outras parcerias.
No entanto, esse indicador já foi maior: 45% no termo do ano pretérito.
No relatório, o BRB lista ainda os clientes do Flamengo em temporada de “pré-inadimplência”. Esse grupo representa 19,2% da carteira e corresponde a R$ 83 milhões em operações.
Com esse desempenho, o banco provisionou mais de 30% dessas perdas, ainda segundo o relatório.
Para indemnizar a elevada inadimplência dos flamenguistas, o banco ofídio taxas de juros mais elevadas dos torcedores.
Outrossim, o BRB paga ao Flamengo, anualmente, R$ 32 milhões, um valor fixo referente a diversos “direitos”. Entre eles estão a preferência em contratos de seguro e operações de câmbio pela venda de jogadores, por exemplo.
Críticos e adversários do governador Ibaneis Rocha (DEM), flamenguista enunciado, consideram que essa parceria é um patrocínio mascarado, o que o banco nega veementemente.
Outro lado
A Pátria BRBFla é considerada pelo banco uma parceria estratégica para a expansão da atuação em outros estados.
O BRB informa que as operações do Pátria BRBFla representam menos de 2% do totalidade de sua carteira de crédito, que totaliza R$ 37 bilhões.
Via assessoria, a instituição disse que as taxas de inadimplência “estão em risca com o desempenho observado em carteiras de mesma maturidade e públicos similares”.
“Em pouco mais de 36 meses, o negócio, em temporada de maturação, cumpriu as principais metas estabelecidas”, disse o banco.
Segundo o BRB, já são mais de 3,5 milhões de clientes e presença em 93% de todo o território pátrio, 32 países e todos os continentes.
“A parceria para o lançamento do banco do dedo é uma inovação no segmento financeiro e esportivo. BRB e Flamengo estão em procura de novos parceiros para um negócio estimado em R$ 1,2 bilhão.”
O BRB esclarece que os valores desembolsados (R$ 32 milhões) por meio da parceria para a geração do banco do dedo Pátria BRB FLA são anuais e referem-se às contrapartidas negociais do contrato.
Procurado, o Flamengo não respondeu até a publicação desta reportagem.
Com Diego Félix
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