Abril 26, 2025
Formiga mais antiga conhecida é preservada em fóssil brasileiro de 113 milhões de anos – Notícias

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Por Will Dunham

(Reuters) – Cientistas identificaram os restos fossilizados da formiga mais antiga que se tem notícia, um inseto alado com mandíbulas temíveis, semelhantes a foices, que viveu há cerca de 113 milhões de anos, durante a era dos dinossauros, e foi preservado em calcário descoberto no Nordeste do Brasil.

A espécie, chamada Vulcanidris cratensis, faz parte de uma linhagem chamada formigas-do-inferno — nomeadas por suas mandíbulas de aparência demoníaca — que prosperou em uma ampla área geográfica durante o período Cretáceo, mas não tem descendentes vivos atualmente. Uma formiga-do-inferno do Cretáceo descoberta anteriormente foi batizada de Haidomyrmex em homenagem a Hades, o antigo deus grego do submundo.

Uma formiga de tamanho médio com cerca de 1,35 cm de comprimento, a Vulcanidris possuía mandíbulas altamente especializadas que lhe permitiam prender ou empalar a presa. Como algumas formigas vivas atualmente, ela tinha asas e parece ter sido capaz de voar. Ela também tinha um ferrão bem desenvolvido, como uma vespa.

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“Provavelmente seria confundida com uma vespa por um olho não treinado”, disse o entomologista Anderson Lepeco, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, principal autor do estudo publicado esta semana na revista Current Biology.

“Elas provavelmente usavam suas mandíbulas (aparelhos bucais) para manipular suas presas de uma maneira específica”, disse Lepeco.

Suas mandíbulas se moviam para cima e para baixo, e não de um lado para o outro, como acontece com as formigas atuais.

“Atualmente, muitas formas estranhas de mandíbulas podem ser encontradas nas formigas, mas elas geralmente se articulam horizontalmente”, disse Lepeco.

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Essa formiga é cerca de 13 milhões de anos mais velha do que as formigas mais antigas conhecidas anteriormente, espécimes encontrados na França e em Mianmar que foram preservadas em âmbar, que é seiva fossilizada de árvores.

A anatomia da Vulcanidris está notavelmente bem preservada no calcário, que foi escavado décadas atrás na formação geológica do Crato, no Estado do Ceará, provavelmente nos anos 1980 ou 1990, de acordo com Lepeco. Ela foi mantida em uma coleção particular antes de ser doada ao museu de São Paulo há cerca de cinco anos.

“Eu estava procurando vespas entre os fósseis da coleção e fiquei chocado quando reconheci essa espécime como parente próxima de uma formiga-do-inferno descrita anteriormente em âmbar birmanês”, disse Lepeco, referindo-se ao fóssil de Mianmar.

A natureza especializada da anatomia da Vulcanidris e o fato de duas formigas-do-inferno terem vivido tão distantes uma da outra durante essa parte do Cretáceo sugerem que as formigas como grupo surgiram muitos milhões de anos antes da existência dessa espécie recém-identificada.

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“De acordo com estimativas moleculares, as formigas se originaram entre 168 milhões e 120 milhões de anos atrás. Essa nova descoberta sustenta uma idade anterior dentro desses limites”, disse Lepeco.

Acredita-se que as formigas tenham evoluído a partir de uma forma de vespa. Seus parentes vivos mais próximos são as vespas e as abelhas.

A Vulcanidris habitava um ecossistema repleto de vida. Os fósseis da região mostram que a Vulcanidris vivia ao lado de outros insetos, aranhas, milípedes, centopéias, vários crustáceos, tartarugas, crocodilos, répteis voadores chamados pterossauros, pássaros e dinossauros, incluindo o carnívoro emplumado Ubirajara. Os predadores das formigas podem ter incluído sapos, pássaros, aranhas e insetos maiores.

As formigas colonizaram quase todos os lugares da Terra, e uma pesquisa publicada em 2022 estimou que sua população total é de 20 quatrilhões em todo o mundo. A população humana é de cerca de 8 bilhões.

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“Elas são um dos grupos mais abundantes na maioria dos ambientes da Terra”, disse Lepeco.

“Eles desempenham muitas funções onde aparecem, como predação e herbivoria, controlando populações de outros organismos. Elas também têm relações intrínsecas com plantas e insetos específicos, protegendo-os de outros animais. As formigas subterrâneas e de serapilheira ajudam na saúde do solo e também podem atuar como decompositoras, alimentando-se de organismos mortos”, disse Lepeco.

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