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Arte e história se encontram em cinco estátuas que celebram a vida de importantes expoentes negros da cultura brasileira

Por Ana Cristina Pinho

FOTOS NILTON FUKUDA

Leia a edição de FEVEREIRO/25 da Revista E na íntegra

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Monumentos desempenham um papel central para a versão da história que se deseja contar. A presença desses ícones em praças, parques e outros espaços públicos influencia a memória coletiva, por meio da celebração de personalidades, datas comemorativas e figuras religiosas, refletindo narrativas que moldam a identidade cultural de um povo ao longo do tempo.

Levantamento do Instituto Pólis contabilizou 367 monumentos oficiais instalados no município de São Paulo, sendo que apenas cinco obras representam pessoas negras. Para mudar esse cenário, mais cinco personalidades foram recentemente homenageadas, incluindo escritoras, compositores, atletas e líderes comunitários que contribuíram de forma significativa para o resgate e a valorização da cultura e tradições afro-brasileiras. Itamar Assumpção (1949-2003), Carolina Maria de Jesus (1914-1977), Geraldo Filme (1927-1995), Ademar Ferreira da Silva (1927-2001) e Deolinda Madre [Madrinha Eunice (1909-1995)] formam esse grupo de pessoas notáveis cujas histórias ajudaram a moldar a consciência social e cultural da cidade, e que agora estão imortalizadas em estátuas que ajudam a inspirar futuras gerações a conhecer e valorizar seus legados.

A seguir, conheça um pouco mais sobre esses protagonistas da nossa história e onde apreciar suas esculturas.

Ícone do esporte, o medalhista olímpico Adhemar Ferreira da Silva tem sua homenagem cravada no canteiro central da Avenida Braz Leme, em Santana, bairro da zona Norte de São Paulo.

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área em

CAROLINA MARIA DE JESUS

A escritora ganhou notoriedade no Brasil quando seu diário foi transformado no livro Quarto de despejo: Diário de uma favelada (1960), uma dimensão sociológica e literária da dura realidade das comunidades paulistanas nos anos 1950. A obra transmuta o imaginário social de uma mulher negra que descreveu, em forma de testemunho, a marginalização, o preconceito, a miséria e a fome cotidianos. “(…) Eu escrevia peças e apresentava aos diretores de circos. Eles respondiam-me: É pena você ser preta. Esquecendo eles que eu adoro a minha pele negra, e o meu cabelo rústico. (…) Se é que existe reincarnações, eu quero voltar sempre preta.” A estátua de Carolina, em tamanho menor (1,29m) que o natural, foi instalada em Parelheiros, em 2022, bairro onde a escritora morou. Criada pela artista Néia Ferreira Martins, a escultura em bronze representa a autora sentada em uma base de granito com sua cabeça altiva e pensativa, munida de uma caneta e um livro na mão.

Praça Júlio César de Campos, Parque Tamari, São Paulo (SP).

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A estátua da escritora Carolina Maria de Jesus parece convidar os passantes da Praça Júlio César de Campos, no Parque Tamari, para a leitura de suas obras.

zona leste

ITAMAR ASSUMPÇÃO

Associado a uma linhagem de artistas vanguardistas que revolucionaram a música brasileira, Itamar utilizou a experimentação e a irreverência em sua criação musical, de forma independente e descolada da homogeneização do mercado fonográfico. Foi formado pelo som dos tambores dos terreiros de candomblé que vinham do quintal de sua casa, pelos festejos dos batuques de umbigada e pelas histórias da escravização. Autodidata, o compositor, cantor, instrumentista, arranjador, performer e produtor musical ajudou a formar a cena musical independente das décadas de 1980 e 1990. Nascido na cidade de Tietê (SP), em 1949, Itamar viveu durante mais de 20 anos no bairro da Penha, zona Leste de São Paulo, onde desenvolveu sua carreira. Sua estátua, produzida pelo artista plástico Leandro Junior de Souza, o representa em tamanho natural (1,80m), com os inseparáveis óculos escuros, na mão, o microfone e o gesto da performance tão presentes em suas apresentações.

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Largo do Rosário, número 20, Penha, São Paulo (SP).

centro

DEOLINDA MADRE

Contar a história do samba paulista sem falar de Deolinda Madre, mais conhecida como Madrinha Eunice, é, no mínimo, um equívoco. Nascida em Piracicaba (SP), por volta de 1911, estudou até o 4º ano primário e chegou à capital aos 12 anos, em busca de trabalho. Já instalada no bairro da Liberdade, formou-se como uma importante liderança feminina, comandando rodas de samba, trabalhando na organização de blocos carnavalescos, cuidando de fantasias e buscando recursos para a promoção do Carnaval. Após assistir a um cortejo carnavalesco na Praça Onze, no Rio de Janeiro, resolveu criar a Escola de Samba Lavapés, que desfilou pela primeira vez em 1937, com cerca de 30 pessoas. A escola teve como fundadores a própria Madrinha Eunice, José Madre, seu irmão, Francisco Papa, seu marido, e Maria Rosa, que saía como porta-bandeira nos blocos de rua paulistanos. Dançando com saia rodada, turbante, colares e pulseiras, a estátua (1,70m) da fundadora da escola de samba mais antiga de São Paulo em atividade até hoje foi esculpida pela artista Lídia Lisboa e inaugurada em abril de 2022.

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Praça da Liberdade, Liberdade, São Paulo (SP).

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No bairro da Liberdade, a fundadora da escola de samba mais antiga ainda em atividade da cidade de São Paulo, Madrinha Eunice, dança com o público que conhece mais de perto sua história.

zona norte

ADHEMAR FERREIRA DA SILVA

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Na gíria popular, a expressão “subir o sarrafo” adquiriu o sentido figurado de elevar o nível de exigência, estabelecer padrões mais altos ou definir metas mais desafiadoras. Adhemar Ferreira da Silva, ícone do esporte, gostava de música, cantava e dedilhava sambas ao violão, mas o que tocava seu coração era mesmo o atletismo, ou melhor, o salto triplo. Formado em direito, educação física, escultura e relações públicas, foi adido cultural do Brasil na Nigéria e era poliglota. Em 1952, nos Jogos Olímpicos de Helsinque, na Finlândia, Adhemar bateu, por quatro vezes, o recorde olímpico mundial. A cada salto, ele melhorava a própria marca e trouxe para casa a primeira medalha de ouro do atletismo brasileiro. Em 1956, nos Jogos de Melbourne, na Austrália, ele ganhou o ouro pela segunda vez, com outro recorde olímpico, e tornou-se o primeiro brasileiro bicampeão no salto triplo. Sua trajetória está imortalizada por uma estátua de bronze de 1,80m, criada pelo artista plástico Alex Hornest.

Canteiro central da Avenida Braz Leme, 1000, Santana, São Paulo (SP).

zona oeste

GERALDO FILME

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“Quem nunca viu o samba amanhecer/Vai no Bexiga pra ver, vai no Bexiga pra ver”. Os versos de um dos mais importantes compositores e sambistas do país ajudam a resgatar e valorizar a cultura negra, bem como produzir um samba de São Paulo, com características culturais específicas da cidade e seus moradores. Para Geraldo Filme, o samba paulista era resultado das festas rurais que celebravam uma boa colheita, do batuque de umbigada, do samba-de-bumbo. Por isso, ele criticava a transformação do Carnaval em espetáculo comercial e a tentativa de padronização. Feita pelo artista Newton Santanna, a obra de bronze (1,80m), com pátina verde, retrata o sambista de pé, olhando para o horizonte, com a mão direita no bolso da calça e a esquerda segurando um microfone, prestes a cantar um samba recém-composto para a cidade.

Praça David Raw, Barra Funda, São Paulo (SP).

Um dos bambas e pioneiros do samba paulista, Geraldo Filme foi homenageado com obra de bronze assinada pelo artista Newton Santanna.

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