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A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, está a ser investigada por auxílio ao repatriamento de um um líder militar líbio procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Também o ministro da Justiça, Carlo Nordio, e o ministro do Interior, Matteo Piantedosi, assim como o subsecretário de Estado da Presidência e do Conselho de Ministros, Alfredo Mantovano, estão sob investigação.
A notícia foi revelada pela própria Meloni esta terça-feira. Num vídeo publicado nas suas redes sociais, Meloni revela ter sido notificada de que estava sob investigação por “ajuda, cumplicidade e peculato” na saída do país de Ossama Anjiem.
De acordo com a investigação, Meloni ajudou Anjiem, também conhecido como Ossama al-Masri, a sair do país depois de ter sido detido em Turim. Anjiem é alvo de um mandado de detenção do TPI. O tribunal de Haia investiga alegados crimes contra a humanidade e crimes de guerra cometidos na Líbia desde a guerra civil de 2011.
Ossama Anjiem estava a preparar-se para ver o encontro de futebol entre a Juventus e o AC Milan quando foi detido. Foi libertado por causa de um erro técnico: o polícia que o deteve não terá comunicado de imediato ao Ministério da Justiça a detenção, tal como é requerido.
“Os factos são bem conhecidos. O TPI, depois de meses de reflexão, emite um mandado de detenção contra o responsável pela Polícia Judicial de Tripoli. Curiosamente, só o faz quando esta pessoa estava prestes a entrar em território italiano, depois de ter estado pacificamente em três outros Estados europeus durante 12 dias”, afirma no vídeo a primeira-ministra italiana.
Meloni continua a apresentar o seu lado dos factos: “O pedido de detenção do TPI não foi transmitido ao Ministério da Justiça italiano, como exigido por lei, e por esta razão o Tribunal da Relação de Roma decidiu não proceder à sua validação. Por isso, em vez de deixar este indivíduo livre em solo italiano, decidimos expulsá-lo e repatriá-lo imediatamente por razões de segurança, num voo especial, como acontece noutros casos semelhantes”, alega.
“O que ontem era válido também é válido hoje: não posso ser chantageada e não me sinto intimidada. Sigo em frente com a cabeça erguida”, escreveu na publicação.
De acordo com a acusação, que, segundo a agência Ansa, foi apresentada pelo advogado Luigi Li Gotti, que Meloni descreve no vídeo como “ex-político de esquerda”, pretende que se investigue não só as decisões que permitiram a Al-Masri sair do país, também a de ter sido “usado um avião estatal para o levar” até Tripoli.
“Apresentei uma queixa, colocando a hipótese de crimes (de cumplicidade e desvio de fundos públicos) e agora, como acto necessário, não é certamente um facto anómalo, a procuradoria de Roma inscreveu a primeira-ministra e os ministros no registo”, disse Li Gotti, citado pela agência de notícias italiana Ansa. “Agora, a procuradoria terá de fazer as suas avaliações e decidir como proceder, se identifica outros casos ou se envia tudo para o tribunal de ministros.
“Limitei-me a apresentar uma queixa”, sintetizou o advogado.
Antonio Tajani, vice-presidente do Conselho de Ministros em Itália, já se colocou publicamente “do lado” de Meloni e dos outros ministros acusados. “Defendo a separação de poderes e condeno as escolhas que parecem uma retaliação”, escreveu no X (anterior Twitter).
Também Matteo Salvini, vice-primeiro-ministro, apoiou publicamente a primeira-ministra: “Vergonha”, escreveu no X. “Reforma na justiça já!”
Já Matteo Renzi, antigo primeiro-ministro italiano, afirma que a decisão de repatriar o líbio suspeito de crimes de guerra foi “politicamente errada”, no entanto, diz que Meloni é inocente, “tal como qualquer cidadão é inocente até prova em contrário” . Antes de acrescentar, “tenho a impressão de que Meloni quer aproveitar a notícia desta investigação” para “alimentar a sua mentalidade de vítima natural”.
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