Para inaugurar a Euro 2024 com vitória, a Inglaterra usou de seu expediente mais esperado nesta edição do torneio: a qualidade individual dos seus homens de frente garantiu o 1 a 0 sobre a Sérvia.
É verdade que a equipe fez até um bom primeiro tempo, com volume e empurrando os sérvios para trás muitas vezes. Mas para superar a traço de 5 marcadores de Stojkovic, ex-jogador e técnico opositor, foi preciso usar o que o time tem de melhor. A qualidade de Bukayo Saka muito simples pela direita, a presença de Harry Kane para preocupar a zaga rival e a capacidade de infiltração de Jude Bellingham para aproveitar o espaço e, de cabeça, fazer o gol – que seria decisivo – aos 13 minutos.
O craque do Real Madrid tem na Euro seu último grande argumento para disputar pelos prêmios individuais de melhor jogador do mundo. E não decepcionou. Foi, durante a maior secção do tempo, o ponto de estabilidade do meio-campo inglês. Além, simples, da óptimo leitura de espaço para marcar o gol da vitória. As melhores articulações da equipe passavam, invariavelmente, pelos pés do camisa 10. Ele preenche e domina o setor com uma naturalidade assustadora.
E não é excesso expressar que a vitória inglesa teve mais ingredientes individuais do que coletivos. Principalmente quando se olha para o plebeu número de finalizações e para a mudança de cenário da partida na segunda lanço.
Em desvantagem no placar, a Sérvia foi para o jogo e equilibrou os últimos 45 minutos. Não criou chances reais de empatar, mas não sofreu a pressão do início da partida. A Inglaterra teve dificuldade de manter o ritmo e continuar superior.
Talvez seja essa a grande incerteza que paire sobre o time de Gareth Southgate. Com um elenco jovem e qualificado e atletas ocupando os espaços mais desejados do futebol mundial, o que parece ser o grande travanca para invocar a Inglaterra de maior favorita é justamente os ajustes (ou a falta deles) do ponto de vista tático. Há aquela metódico sensação de que esse time pode mais.
Neste domingo, Phil Foden teve participação muito discreta jogando simples pela esquerda e a opção de Alexander-Arnold uma vez que segundo volante também se mostrou pouco efetiva. Dá para imaginar Conor Gallagher ganhando espaço para o jogo contra a Dinamarca na próxima quinta (20), às 13h (horário de Brasília) . A se evidenciar o bom jogo de Guéhi uma vez que zagueiro titular ao lado de John Stones.
A vitória na estréia foi fundamental, Bellingham foi o grande nome da partida, mas está clara a margem de desenvolvimento que o Equipe Inglesa tem na jornada para o tão sonhado título europeu.