Setembro 20, 2024
Ibovespa perto de novo recorde? Não é bem assim… e esta é uma boa notícia. Entenda

Ibovespa perto de novo recorde? Não é bem assim… e esta é uma boa notícia. Entenda

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O rali deste início de segundo semestre levou o Ibovespa à sua nova máxima durante o pregão. O índice alcançou os 134.574 pontos no pico da sessão desta quinta (15), antes de perder um pouco do fôlego e fechar nos 134.153 pontos. Antes, a marca era de 134.391 pontos, alcançados em 28 de dezembro de 2023.

E todo esse movimento já pode ser uma sinalização de que o Ibovespa caminha para renovar o recorde de fechamento ainda este ano. Ou, pelo menos, de que o mercado já pode apostar nele.

Pelo patamar de pontuação nominal, quer dizer, considerado apenas nível numérico, o índice alcançou mesmo seu pico durante as negociações nesta quinta (15). Mas o recorde em pontos não significa que o Ibovespa está no melhor momento de toda a sua história.

Se fosse corrigido pela inflação medida pelo indicador oficial no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esse recorde do índice teria ficado em 20 de maio de 2008. Embora nominalmente o patamar de fechamento daquele dia seja os 73.517 pontos, no reajuste, esse nível equivaleria a 182.275 pontos nos dias de hoje.

Ou seja, no patamar real ajustado pelo IPCA, o Ibovespa ainda está 26,4% abaixo do seu recorde gravado mais de 16 anos atrás.

Pode parecer confuso, mas tem a ver com algo bastante simples: o poder de compra.

Na prática, nós sentimos isso no bolso, porque R$ 100 hoje não compram o mesmo que R$ 100 compravam no passado. Isto é a inflação, uma regra que se aplica tanto para as contas, compras em lojas e supermercados assim como também para a compra de ativos na bolsa de valores.

Já o índice dolarizadoque elimina as flutuações do real e o quanto nossa moeda se desvaloriza contra o dólar, a principal divisa de negociação globalmente, estaria em 12.786 pontos hoje, 72% abaixo dos 44.367 pontos que alcançou no seu pico (também em 20 de maio de 2008).

Essa correção pelo dólar ajuda a medir o preço do Ibovespa para o investidor estrangeiro, que costuma negociar pela moeda dos Estados Unidos. Esse grupo representa 55% do volume financeiro movimentado na B3 e é, portanto, o principal condutor do rumo da bolsa brasileira.

Por que isso é uma boa notícia para a bolsa?

“Um recorde nominal não quer sempre dizer que estamos chegando no momento mais propício para a realização de lucros em bolsa“, esses Lucca Ramossócio da One Investimentos. Ele se refere ao momento em que os ativos estariam inflacionados – tamanha a força compradora – e se aproximariam do ponto ideal para venda.

Essa “faixa de venda” poderia ter sido atingida se o Ibovespa estivesse em seu recorde real. Na máxima, a tendência de curto e médio prazo é de queda nos preços das ações. Mas o que acontece na bolsa brasileira hoje é justamente o contrário.

Na bolsa, ganhos com as negociações de ações se baseiam na lógica de comprar a ação a um preço mais baixo e vender a um valor mais alto. Um cenário ideal, portanto, é o de comprar um ativo na mínima e vender na máxima – ou ao menos entrar nos vales e sair nos picos dos preços.

Então por que ainda vale a pena entrar no Ibovespa no curto prazo?

Atualmente, os ativos da bolsa brasileira estão com os preços “comprimidos”, quer dizer, estão desvalorizados considerado o valor que o mercado julga ser justo para as ações de boa parte das empresas listadas.

Ou seja, o momento ainda é de comprar ativos em bolsa porque, de maneira geral, a tendência para os papéis é de valorização.

Ou seja, o ciclo de descompressão de risco no mercado acionário está só começando. O juro real do Brasil ainda é relevante – o terceiro maior no mundo.

A possibilidade (cada vez mais aventada) de começo do ciclo nos cortes nos juros americanos em setembro liberaria o apetite pelo risco globalmente, o que favorece mercados mais voláteis como os emergentes – caso do Brasil.

Ou seja, esse capital que vinha sendo dragado daqui pode enfim encontrar seu caminho de volta para a bolsa brasileira. Com os gringos de volta, os institucionais também retornam ao mercado acionário em busca das novas oportunidades e, a reboque, vêm os investidores individuais. Isso levaria à escalada dos preços dos ativos domésticos.

Mesmo assim, até o recorde real do Ibovespa faltam mais de 48 mil pontos. E aí já parece otimismo demais apostar que o índice pode ultrapassar sua marca grava em maio de 2008.

Pelo menos no curto prazo.

Por que o recorde ficou em 2008?

O ano de pico do Ibovespa é o que marca o segundo mandato de Lula na presidência da República, riscos políticos e fiscais eram considerados sanados, e a economia era pujante. Um ano antes, a bolsa registrou outro recorde, o de ofertas públicas iniciais (IPOs). Foram 64 operações de estreias no mercado de capitais brasileiro em 2007.

Ainda em maio de 2008, agências globais de classificação de risco concederam ao Brasil o grau de investimento – garantia de que o país é um local seguro para investidores alocarem seu dinheiro.

O capital estrangeiro, que vinha fugindo de riscos nos outros mercados, jorrou na bolsa brasileira naquele começo de ano. Para desaparecer poucos meses depois.

Aquele também foi o ano da crise do subprimeque marcou o segundo semestre de 2008 e virou o clima no cenário global. Em 15 de setembro de 2008, após colapso do banco americano Irmãos Lehmano pânico se alastrou no sistema financeiro. E a bolsa brasileira não escapou.

O impacto fez o Ibovespa encerrar seu ano de recordes com perda acumulada de 44,42%, a então maior queda anual do índice desde 1972.

Inteligente — Foto: Getty Images
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