Ibovespa recua em dia de aversão a risco com notícia sobre novo vírus na China | Finanças

Perto do fim do pregão, as ações de bancos diminuíram um pouco a queda e as units do BTG Pactual voltaram a subir, com alta de 0,03%. O movimento ajudou a reduzir as perdas do Ibovespa, que cedeu 0,37% no fechamento, aos 127.128 pontos. Na semana, o índice recuou 0,85%, revertendo a alta da semana anterior em que avançou 2,89%.

Mesmo em um dia de vencimento de opções sobre ações, o volume financeiro do Ibovespa na sessão foi de R$ 18,5 bilhões. Já na B3, o giro financeiro bateu R$ 24,4 bilhões. O movimento local foi em linha com o registrado em Wall Street. O Nasdaq caiu 2,20%, o S&P 500 recuou 1,71% e Dow Jones teve queda de 1,69%.

Segundo o Instituto de Virologia de Wuhan e o Laboratório de Guangzhou, em um estudo conjunto, foi descoberto um novo tipo de coronavírus em morcegos de Hong Kong que teriam a capacidade de se espalhar para humanos, de maneira similar ao que causou a pandemia de covid-19.

Depois de renovar a máxima histórica na sessão anterior, as ações PN da Petrobras recuaram 0,29%, na esteira de uma contração mais forte nos preços de petróleo. Já as ações da Vale avançaram 0,73%, ampliando os ganhos registrados na véspera após a o anúncio do pagamento de dividendos extraordinários e de um programa de recompra de ações.

Já ações de instituições financeiras tiveram um dia mais negativo, com destaque para os papéis PN do Bradesco, que caíram 0,92%. O sócio e analista da Ajax Asset, Management, Rafael Passos, avalia que bancos passaram por um movimento de realização depois do rali das últimas sessões, especialmente depois de um balanço mais fraco apresentado pelo Banco do Brasil na véspera.

“Tirando o balanço de Itaú, os resultados de bancos vieram um pouco piores em termos de rentabilidade”, acrescenta Passos.

Após a divulgação do balanço, os papéis da B3 e da Lojas Renner chegaram a liderar o volume financeiro negociado em ações durante uma parte do pregão, mas fecharam o dia com o giro financeiro em R$ 1,0 bilhão e R$ 1,1 bilhão, nessa ordem, atrás dos R$ 2,2 bilhões registrados pela Vale e os R$ 1,5 bilhão pelas ações PN e ON da Petrobras.

A ação da Lojas Renner encerrou o dia em queda de 14,00%. Com isso, o valor de mercado da companhia bateu R$ 12,5 bilhões, o que representa um recuo de R$ 2,0 bilhões na comparação com o fechamento do dia anterior. Já os papéis da B3 recuaram 0,62%.

Em relatório, os analistas do Itaú BBA e do Citi ressaltaram que o lucro recorrente da B3 no quarto trimestre, de R$ 1,2 bilhão, ficou dentro do esperado, mas que as despesas foram maiores do que o previsto.

“Tanto as despesas totais quanto as ajustadas foram bem controladas, com um crescimento de 1% nas totais e queda de 6% nas ajustadas. No entanto, em comparação ao que era projetado, as despesas vieram mais pesadas, considerando que parte dos gastos sazonais mais altos do quarto trimestre foi antecipada para o terceiro trimestre”, diz relatório do Citi.

Já na avaliação da equipe de análise da XP, a performance de vendas da Lojas Renner ficou em linha com o esperado, mas o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) veio menor do que o previsto, impulsionado pela margem bruta mais fraca e pelo pagamento de bônus.

Já na ponta contrária, as ações da Automob lideraram as altas, com um avanço de 3,85%, revertendo parte do recuo registrado nos dois pregões anteriores.

Depois de 10 sessões em que os investidores estrangeiros realizaram mais aportes do que resgates, a B3 informou hoje que a classe retirou R$ 161,1 milhões em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na quarta-feira, 19 de fevereiro, dia em que o Ibovespa recuou 0,95% em um movimento de correção. A categoria, porém, segue com superávit mensal de R$ 1,8 bilhões e saldo positivo no ano de R$ 8,6 bilhões.