O efeito janeiro é uma das místicas do mercado financeirotal qual o rali de Natal e o “vender em maio e ir embora”. Apesar de serem mais populares em Wall Street do que no Ibovespaessas crenças podem lançar luz sobre o desempenho das ações em períodos específicos do ano. A ver, portanto, o que diz a esfera de cristal para o mês de fevereiro.
O problema é que a bolsa brasileira colocou em xeque o famoso mito em Novidade Iorque de que os índices acionários se valorizam no primeiro mês de cada ano devido aos ajustes de posições dos investidores. Conforme levantamento da Elos Ayta Consultoria, o Ibovespa amargou o pior janeiro desde 2016, acumulando queda de 4,8%.
Agora são 15 vezes, desde o início dos anos 2000, que o principal índice de ações no Brasil ficou no vermelho no primeiro mês de cada ano. Ou seja, somente em nove ocasiões houve subida expressiva do Ibovespa em janeiro, quando se considera a variação percentual em termos nominais e em moeda lugar.
A boa notícia é que, no caso do Ibovespa, o “efeito janeiro” é mais poderoso quando o desempenho no mês é positivo. É o que destaca levantamento feito pela L4 Capital, com base em um estudo dos especialistas Lawrence Brown e Liyu Luo. Já quando janeiro é negativo, uma vez que visto em 2024, o efeito parece não ser tão poderoso para o restante do ano.
‘Barômetro de Janeiro‘
De modo universal, o chamado “Barômetro de Janeiro” no mercado de ações sugere que o desempenho das bolsas no primeiro mês de cada ano é um indicador confiável para a performance anual do que quando se considera outros meses. Ou seja, trata-se de uma tese de investimentos que sugere uma interdependência.
“Nascente concepção reforça a preço de observar a tendência em meses de janeiro para definir estratégias de investimento”
Felipe Pontes, cofundador da L4 Capital
De forma resumida, Pontes explica que a teoria médio é que um janeiro positivo pode ser um prenúncio de um ano lucrativo para as ações, enquanto um janeiro em queda pode sinalizar um ano difícil pela frente. “No entanto, é crucial entender que essa interdependência não implica causalidade”, pondera o perito.
Ainda mais quando se trata de mercados emergentes. Segundo o cofundador da L4 Capital, a regra do “Barômetro de Janeiro” não é tão infalível quando aplicada em ativos mais arriscados, uma vez que os do Brasilonde outros fatores econômicos e políticos acabam tendo um impacto mais significativo.
Com base nos dados históricos, em aproximadamente 20% dos anos que houve retorno negativo em janeiro, o Ibovespa também teve desempenho anual negativo. Já em murado de 60% dos anos, houve retorno positivo tanto em janeiro quanto no ano uma vez que um todo. Portanto, o ‘Barômetro de Janeiro’ pode não ser eficiente o suficiente.
‘Efeito Powell’ prevalece
Muitos fatores podem influenciar o mercado de ações e isolar o impacto de um único mês, o que pode ser enganoso. Aliás, neste dia seguinte à primeira Super Quarta de 2024, o “efeito Powell” prevalecia nos negócios globais, depois o presidente do Suplente FederalistaJerome Powell, distanciar as chances de namoro nos juros dos Estados Unidos em março.
“O tom mais duro (‘hawkish’) afastou a possibilidade de primeira queda na próxima reunião, desanimando o mercado”
Marcelo Oliveira, co-fundador da Quantzed
Nesta quinta-feira (1), porém, o Ibovespa tenta dar perpetuidade à recuperação ensaiada na véspera (31), quando fechou com leves ganhos. “Boa segmento da subida ontem foi uma correção técnica depois de um mês em baixa, em meio ao fluxo de saída do investidor estrangeiro”, avalia Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital.
Aliás, uma vez que afirmam os autores Brown e Luo, em item publicado em 2006 no Jornal de Investimentosos investidores devem tratar um janeiro em baixa uma vez que um sinal para permanecerem fora do mercado. No entanto, não devem tratar um janeiro em subida uma vez que um sinal de compra para os 11 meses seguintes.
“O ‘Barômetro de Janeiro’ é um magnífico indicador de baixa quando janeiro é um mês de baixa, mas é um fraco indicador de subida quando janeiro é um mês de subida”, destacam os pesquisadores da Temple University e da Georgia State University no resumo da publicação.
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