Populista ultraconservador Ibrahim Raisi tinha 63 anos. Ele nasceu em novembro de 1960, na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez curso no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador coadunado de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.
Ele chegou à presidência em 2021, em seguida vencer em 1º vez. Durante a campanha, levantava bandeiras anticorrupção e em resguardo dos pobres. A votação foi marcada por uma continência recorde em eleições presidenciais e com a exiguidade de um opositor potente. Raisi recebeu 62% dos votos, que correspondem sobre 17,8 milhões de eleitores.
Iraniano havia substituído o moderado Hasan Rohani. A principal conquista de Rohani em seus dois mandatos foi o convénio nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências ocidentais. Rouhani ganhou de Raisi nas eleições presidenciais de 2017 e, em seguida dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.
Raisi era criticado por suposta violação dos direitos humanos. Quando ainda era juiz, ele teria influído na decisão de matar, sem julgamento, 3.000 dissidentes do regime iraniano em 1988. Raisi estava na lista de líderes iranianos que os Estados Unidos sancionaram por “cumplicidade” em “graves violações dos direitos humanos” — o que Teerã nega.
Morte do presidente pode gerar disputa interna pelo poder. Segundo Uriã Fancelli, rabi em Relações Internacionais, essa pendência dificilmente envolveria, de roupa, uma oposição — que cada vez mais tem encontrado dificuldade para se candidatar e se escolher. “São grupos perseguidos e desqualificados pelo Juízo Guardião, que aprova ou barra os candidatos para as eleições, incluindo a presidência”, explicou ao UOL.