Março 30, 2025
Indústria de curtumes atravessa dificuldades mas espera retoma em 2025

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Dependência LUSA

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25 de março de 2024

A indústria de curtumes está a terçar dificuldades devido à crise no setor do calçado, mas permanece esperançoso na retoma das encomendas já em 2025, disse à Lusa a associação portuguesa do setor.

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O principal destinatário da produção da indústria portuguesa de curtumes, com uma quota de tapume de 50%, é o setor do calçado

A Associação Portuguesa dos Industriais de Curtumes (APIC) levou cinco empresas à mais importante feira asiática de epiderme, acessórios e componentes para calçado, a Asia Pacific Leather Fair (APLF) 2024, que decorreu entre terça e quinta-feira em Hong Kong.

O secretário-geral da APIC, Gonçalo Santos, disse que houve muitas empresas que escolheram não participar na feira “porque estão a ter algumas dificuldades financeiras resultantes da falta de encomendas”.

O principal destinatário da produção da indústria portuguesa de curtumes, com uma quota de tapume de 50%, é o setor do calçado. Mas, as exportações portuguesas de calçado caíram 8,2% em 2023, para 1,84 milénio milhões de euros.

“Infelizmente temos já várias empresas de calçado que apresentaram falência. O mercado colocou as empresas em Portugal em dificuldade e depois, naturalmente, nós também ficamos em dificuldade”, lamentou o secretário-geral da APIC.

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Mas, Gonçalo Santos, que participou em Hong Kong numa reunião do Parecer Internacional de Curtidores, sublinhou que “esta é uma crise mundial”. “Todos os países fecharam o ano pretérito com quebras nos volumes quer de faturação, quer de produção”, acrescentou.

O dirigente apontou porquê fatores o impacto da guerra na Ucrânia, o aumento dos custos energéticos, a subida das taxas de lucro e o incremento da inflação, mas disse que o principal duelo tem a ver com o excesso de inventário das grandes marcas internacionais de tendência.

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O secretário-geral da APIC disse que 2024 “será um ano para manter, para as empresas terem muita atenção ao controlo dos custos e conseguirem obter as encomendas que são necessárias para manter a estrutura a funcionar”.

A indústria portuguesa de curtumes, que fornece também setores porquê a marroquinaria, o mobiliário e transportes, fatura uma média anual de 410 milhões de euros e emprega, direta e indiretamente, tapume de 3.500 trabalhadores.

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Gonçalo Santos disse crer que em 2025 poderá possuir uma retoma, para a qual “o mercado asiático e a China em privado são fundamentais”.

Mas, o dirigente associativo avisou que “as empresas deverão procurar, dentro das suas possibilidades, estruturarem-se para seguir o mercado asiático com mais permanência, através de agentes e de estruturas comerciais locais”.

A APLF regressou à região semiautónoma de Hong Kong depois um interregno de três anos, que incluiu duas edições no Dubai, devido às restrições impostas pela China à ingresso de visitantes devido à pandemia de covid-19.

Gonçalo Santos sublinhou a valor do contacto cara-a-cara com compradores asiáticos de um material “que é muito sensorial, tem de se tocar a pele para se sentir a textura, o fulgor”.

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O retorno a Hong Kong também ajudou o setor português dos curtumes a confirmar que continua a ser competitivo, apesar de possuir rivais asiáticos, porquê a Indonésia, Vietname e Myanmar (antiga Birmânia), onde os salários e custos são muito baixos, disse o dirigente.

Gonçalo Santos defende que Portugal tem de aproveitar “o grande saber porquê” para declarar a sua produção através do design e da inovação, assim porquê da garantia da proteção ambiental e “do reverência pela pessoa humana”.

VQ (PD) // JNM (Lusa)

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