O estudo, liderado pela pesquisadora Camila Mont’Alverne, permite fazer uma associação sobre o quadro político brasílio. Segundo Toledo, quem usa mais as redes sociais para se informar tende a confiar na desinformação sobre as eleições.
Não tem ninguém que deseja destruir mais a prelo do que o Bolsonaro. Porque quem se informa através das plataformas digitais é muito mais fácil de ser manipulado e confiar nas mentiras. Para o Bolsonaro destruir a prelo é crucial. Ou limitá-la ao mínimo provável. Já o Lula depende muito mais da prelo que o Bolsonaro, porque o eleitorado dele, a gente vê isso nas pesquisas do Ipec, Datafolha, de todos os institutos, se informa muito mais através da prelo tradicional. José Roberto de Toledo, colunista do UOL
Para Toledo, o estudo mostra que Lula depende da prelo para informar melhor os eleitores, mesmo com o atual presidente sendo crítico do trabalho jornalístico há algumas décadas.
Lula é um grande crítico da prelo, desde os tempos de sindicalista, faz críticas sempre. Diz que a prelo é parcial, que é defensora dos adversários, que faz oposição ao governo dele, é excludente, não dá voz para todo mundo, não tem regulamentação. Mas, também, verdade seja dita, ele elogia a prelo de vez em quando. Diz que quer liberdade de prelo, liberdade com ‘L’ maiúsculo, para falar o que quiser, que o pensamento tem que ser plural, que tem que mostrar o que a sociedade pensa. Logo, vai ouvir o Bolsonaro falar isso alguma vez? Não vai. Nunca. A estratégia de informação do Lula foi dar um monte de entrevista, para um monte de veículo, principalmente de rádio. Ironicamente, o Lula depende muito mais da prelo do que o Bolsonaro. José Roberto de Toledo, colunista do UOL.
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