
O pai de Shlomi Ziv chega ao Meio Médico Sheba, perto de Tel Aviv, em 8 de junho de 2024
JACK GUEZ
Um grupo de pessoas agita bandeiras israelenses em frente ao hospital onde estão sendo atendidos os quatro reféns libertados de Gaza; o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu abraça um deles, enquanto um salva-vidas dá a notícia pelo alto-falante em uma praia: Israel está em sarau neste sábado (8).
O Tropa anunciou poucas horas antes a libertação, em uma operação “complexa” no campo de refugiados de Nuiserat, no meio da Fita de Gaza, de Noa Argamani, 26 anos, Almog Meir Jan, 22, Andrey Kozlov, 27, e Shlomi Ziv, 41.
Os quatro haviam sido sequestrados no dia 7 de outubro, durante o festival de música eletrônica Novidade, no sul de Israel, por milicianos do Hamas e de outros grupos islamistas.
Na ingressão do hospital Ishilov, em Tel Aviv, onde a mãe de Noa Argamani está internada para tratar um cancro no cérebro, pacientes se reuniram na esperança de ver a chegada da agora ex-refém.
“Durante oito meses só recebemos facadas no coração. Não estou falando de mim, estou falando de toda a pátria”, disse à AFP um dos pacientes, Shlomo Akad, de 72 anos.
Uma imagem de Argamani gritando “Não me mate!” enquanto seus sequestradores a forçavam a subir em uma motocicleta teve um impacto global.
A mãe dela, que é sino-israelense, publicou desde logo várias mensagens para expressar o seu desespero diante da possibilidade de morrer sem voltar a ver a filha.
– “Gritos de alegria” –
Netanyahu se reuniu com os reféns libertados no Meio Médico Sheba de Tel Hashomer, perto de Tel Aviv, segundo imagens divulgadas pelo seu gabinete.
Nos vídeos ele é visto aplaudindo quando um pequeno grupo deseja “feliz natalício” ao pai de Noa Argamani.
Em outro vídeo divulgado pelo Fórum de Famílias de Reféns, Shlomi Ziv abraça a mana e a prima. E em uma foto divulgada pelo meio do Tropa, dois parentes de Almog Meir Jan correm emocionados em direção ao jovem de 22 anos.
“Foi tanta alegria que não consegui sustar as lágrimas”, diz Hilla Israelí, uma professora de 38 anos que estava às margens de um lago quando soube da notícia.
“De repente todos começaram a pegar seus celulares, as pessoas saíam da chuva, ouviam-se gritos de alegria de todos os lados”, acrescenta.
– “Sentimentos confusos” –
Cécile Belilius, de tapume de 60 anos, considera a libertação dos quatro reféns um ocorrência “emocionante”.
Admite, no entanto, que tem “sentimentos confusos” ao pensar nas vítimas civis palestinas da guerra e tem “esperança” de que se acelerem as negociações para libertar todos os reféns e por um cessar-fogo.
A assessoria de prensa do governo do Hamas em Gaza anunciou que pelo menos 210 pessoas foram mortas e mais de 400 ficaram feridas na operação de resgate no campo de Nuseirat.
A AFP não pôde confirmar oriente número com fontes independentes até o momento.
A guerra começou em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, no sul de Israel, segundo uma relato baseada em dados oficiais israelenses.
Os combatentes também sequestraram 251 pessoas, 116 das quais ainda estão detidas em Gaza, incluindo 41 que estariam mortas, segundo os militares israelenses.
A ofensiva retaliatória de Israel já tirou até agora a vida de pelo menos 36.801 pessoas em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas no território palestino.