O governador Cláudio Castro anunciou, nesta terça-feira, que já está em temporada final uma licitação para compra de “fuzis anti-drones”. O processo, que começou em novembro do ano pretérito, a partir de um estudo feito pela Secretaria de Estado de Governo Penitenciária (Seap), com o objetivo de interceptar drones de monitoramento que eventualmente se aproximem das penitenciárias, agora passou para as mãos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O governo decidiu ampliar o uso dos anti-drones depois que circularam pelas redes sociais imagens de um equipamento que teria sido usado para evacuar uma granada sobre uma boca de fumo no Morro do Quitungo, na Zona Setentrião do Rio. As postagens apontam que o incidente teria realizado no último final de semana e deixado cinco feridos. No entanto, a Polícia Social afirmou, nesta terça-feira, que até o momento não tem indícios sobre esse tipo de ação e que não tem registro de atendimento a nenhum ferido.
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— Nós tivemos realmente uma informação da perceptibilidade da questão dos drones. Mas, até agora, a Polícia Social não constatou, efetivamente, que teve e a gente também não teve nenhum registro de nenhum ferido em nenhuma região daquelas em nenhum hospital. Logo, isso não deixa a gente ter a certeza de que isso tá acontecendo. Mas tá sendo investigado e a perceptibilidade está detrás de dados mais concretos. A polícia ela segue investigando. Até porque a gente não pode deixar que isso aconteça, porque às vezes uma notícia porquê essa acaba incentivando, ainda que não seja verdade. A licitação deve estar pronta daqui a algumas semanas — disse o governador Cláudio Castro.
O padrão e a quantidade de equipamentos que serão adquiridos pelo governo do estado ainda estão sendo definidos.
O estudo sobre a compra de fuzis anti-drones foi revelado pelo O GLOBO em reportagem publicada em novembro do ano pretérito. No documento técnico elaborado pela Seap, a compra do armamento é justificada pela urgência de o poder público ter chegada a ferramentas tecnológicas “que lhe permitam, no mínimo, equiparar-se ao poder de ação dos criminosos”.
Chamada de DroneGun Tactical, a arma, que pesa muro de sete quilos, funciona emitindo uma frequência que interrompe a notícia entre o drone e o controlador. Ela consegue derrubar equipamentos que estão a até dois quilômetros de intervalo.
O rádio que integra o kit tem a função de detectar, identificar e localizar aeronaves em um relâmpago de até quatro quilômetros. Dentro desse perímetro, também consegue desenredar a localização do piloto que está controlando o equipamento. Cada equipamento, que dispõe de radiodetectores, custa em média R$ 1,77 milhão.
Nas imagens que circularam nas redes sociais, a explosivo lançada pelo drone no Morro do Quitungo explode ao tocar o solo e estilhaços atingem pelo menos um dos cinco homens que estão na boca de fumo. O ataque, segundo a reportagem, teria partido do Multíplice de Israel.
Em um outro vídeo, divulgado pelo “RJ 2”, da TV Mundo, uma moradora do Quitungo exibe um drone que caiu na laje de sua morada e diz: “Foram os meninos da Cidade Subida (que faz secção do Multíplice de Israel), tá me entendendo? Jogaram uma granada cá, em cima do meu terraço. Tenho um rebento próprio, tenho três crianças, isso é uma pusilanimidade”.