E aí as despesas de saúde ensino iam estrangular as demais, esse tórax ia estourar. Muita gente acha que tem que ser feito, tem gente dentro do PT que acha que tem que mudar [o arcabouço]. A presidente Gleisi Hoffmann diz: ‘Exclui ensino e saúde das regras do tórax fiscal’. Porque o país entende que, neste momento, é importante ter uma exceção para isso. Nem é a posição majoritária do PT, é a posição mais dura. Mesmo os moderados do PT acham que o Haddad, que foi ministro da Ensino, não deveria propor um tanto desse tipo, que é uma proposta que o Paulo Guedes tinha. A resposta solene do Lula é a seguinte: esse matéria não chegou à minha mesa, não quero falar. Nos bastidores o Lula está puto, não quer saber de discutir o matéria, acha que isso contraria um compromisso de campanha dele, contraia a história do PT, não que levar isso adiante.
Não está querendo verbalizar isso dessa maneira, porque sabe que vai gerar problema com o mercado. E, ao lançar uma proposta que sabe que não vai ser aceita pelo presidente, o Lula entende que isso só aumenta os ruídos junto ao mercado também. (…) Rigor fiscal no lombo dos pobres. Essa é uma teoria antiga. Temer tentou, conseguiu no teto de gastos meter uma cabo e as despesas diminuíram. O Paulo Guedes queria desvincular de uma vez. Verba não nasce em árvore, mas a distribuição desses recursos é uma peleja na sociedade e o que a gente vê no Brasil é o seguinte: os mais ricos e mais poderosos sempre conseguem deslustrar uma fatia maior dos recursos. Kennedy Alencar, colunista do UOL
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