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Os Jogos de Paris-2024 terminam hoje, coroando o sucesso do esporte feminino brasileiro e, principalmente, da ginasta Rebeca Andrade, que se tornou a maior medalhista do país na história do evento. Por outro lado, o que se viu na capital francesa foi uma piora de praticamente todos os números do Brasil em relação a Tóquio-2020, justamente no ciclo olímpico com maior investimento até hoje.
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No quadro de medalhas, o Brasil encerra sua participação em 19º lugar (até ontem), com 3 ouros, 7 pratas e 10 bronzes, abaixo do 12º lugar alcançado no Japão, quando obteve seu melhor resultado: 7 ouros, 6 pratas e 8 bronzes. A simples comparação do total de medalhas pode até não representar um número significativo (21 a 20), mas alguns dados por trás disso indicam um cenário preocupante para Los Angeles-2028.
O principal é a falta de renovação. Em Paris-2024, muitos rostos conhecidos repetiram o pódio olímpico: o canoísta Isaquias Queiroz, o corredor Alison dos Santos, a skatista Rayssa Leal e a pugilista Beatriz Ferreira, além de Rebeca. Porém, três anos mais velhos, alguns já anunciaram sua despedida, caso de Bia, que migra para o boxe profissional, ou a redução no programa: Isaquias vai se dedicar exclusivamente ao individual, e Rebeca não compete mais no solo nem no individual geral.

Até mesmo quem não foi ao pódio em 2024 mas tem um currículo vitorioso, como as bicampeãs olímpicas Martine Grael e Kahena Kunze (vela), deve repensar o futuro e seguir caminhos diferentes.
Apenas três estreantes em Olimpíadas foram medalhistas em provas individuais ou em dupla: Beatriz Souza, ouro no judô; Willian Lima, prata no judô; e Augusto Akio, bronze no skate. Em Tóquio-2020, dois ouros, quatro pratas e cinco bronzes vieram de competidores de primeira viagem, sozinhos ou em duplas.
Houve também uma redução no total de modalidades no pódio: 11, menos do que na Rio-2016 (12) e em Tóquio-2020 (13). Isso pode ser explicado pela ausência de novos esportes que conseguiram medalhas, o que não ocorria desde Atenas-2004. No Japão, o Brasil conquistou pódios pela primeira vez em sua história no tênis, no surfe e no skate. Além disso, esportes consagrados tiveram resultados decepcionantes na França: a vela não trouxe medalhas pela primeira vez desde Barcelona-1992; a natação também passou em branco e alcançou apenas quatro finais; e o boxe, que vinha de três medalhas no Japão, ganhou apenas um bronze.
A falta de novidades na delegação brasileira também atinge quem está em busca de uma medalha há pelo menos três ciclos. O mesatenista Hugo Calderano e o arqueiro Marcus D’Almeida estiveram nos Jogos pela terceira vez, enquanto a canoísta Ana Sátila pela quarta, mas todos seguem como únicas esperanças de pódio em suas modalidades.
Porém, tudo tem um lado bom: para o Brasil, foi a performance feminina em Paris. Na edição mais equitativa da história, mas que não chegou efetivamente à igualdade esperada, fica claro o caminho a seguir para subir no quadro geral de medalhas: somente mulheres brasileiras foram campeãs olímpicas em Paris-2024.
Veja as imagens mais marcantes das Olimpíadas de Paris


Ouro, Rebeca Andrade é reverenciada por Simone Biles e Jordan Chiles, que também subiram no pódio — Foto: Gabriel BOUYS / AFP


Gabriel Medina comemora a melhor onda surfada dos Jogos de Paris, até o momento — Foto: Jerome Brouillet/AFP
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A sueca Sarah Sjoestroem competindo em uma bateria dos 100m livres femininos de natação — Foto: Oli Scarff / AFP

Hansle Parchment, da Jamaica, se prepara para largar na bateria masculina de 110m com barreiras — Foto: Jewel SAMAD /AFP
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A brasileira Rayssa Leal compete nas preliminares do skate de rua feminino durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Odd ANDERSEN / AFP

Rebeca Andrade, durante competição da ginástica nas Olimpíadas de Paris — Foto: Loic VENANCE / AFP
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As norte-coreanas Jo Jin Mi e Kim Mi Rae competem na final feminina do salto sincronizado de plataforma de 10m nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: SEBASTIEN BOZON / AFP

LeBron James, durante partida preliminar masculina de basquete do grupo C entre Sérvia e EUA — Foto: POOL/AFP
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Seleção japonesa de ginástica artística durante os Jogos Olímpicos Paris 2024 — Foto: Loic VENANCE / AFP

A brasileira Rebeca Andrade compete na trave de equilíbrio da qualificação feminina de ginástica artística durante os Jogos Olímpicos Paris 2024 — Foto: Loic VENANCE / AFP
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A canadense Eleanor Harvey (d) e a italiana Alice Volpi na disputa pela medalha de bronze individual — Foto: Antonin THUILLIER / AFP

Rugby de sete entre Nova Zelândia e Canadá durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: CARL DE SOUZA/AFP
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Yesugen Oyuntsetseg, da Mongólia, leva um soco da colombiana Ingrit Lorena Valencia Victoria na luta preliminar feminina de boxe — Foto: MOHD RASFAN / AFP

Yunior Alcantara Reyes, da República Dominicana (de azul), luta contra Nijat Huseynov, do Azerbaijão — Foto: MOHD Rasfan/AFP
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O francês Felix Lebrun em disputa com o indiano Harmeet Desai durante as oitavas de final do tênis de mesa masculino — Foto: WANG Zhao /AFP

O frances, Victor Wembanyama, durante partida masculina de basquete do grupo B entre França e Brasil — Foto: POOL/AFP
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Beatriz Souza vence final eletrizante contra israelense Raz Hershko — Foto: Luis ROBAYO / AFP

A brasileira Yasmim Soares e a francesa Carla Neisen lutam pela bola durante a partida de rúgbi de sete — Foto: CARL DE SOUZA/AFP
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Disputa de bola entre o australiano Julian Hoerl (E) e o brasileiro Evandro Gonçalves Oliveira Júnior, durante a partida de vôlei de praia — Foto: Mauro Pimentel / AFP

Partida feminina de vôlei entre Brasil e Quênia — Foto: Antonin Thuillier / AFP
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Disputa pela medalha de bronze em duplas no tênis de mesa entre China e Coreia — Foto: WANG Zhao / AFP

A britânica Ellie Kildunne (E) e a chinesa Liu Xiaoqian (D) durante a partida de rúgbi de sete — Foto: Carl de Souza / AFP
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Partida de futebol masculino do grupo C entre Espanha e Egito — Foto: Philippe LÓPEZ/AFP

A chinesa Deng Yawen compete na qualificação do Ciclismo Feminino BMX Freestyle Park — Foto: Odd Andersen / AFP
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Marcus Christopher, dos EUA, compete na qualificação do Ciclismo Masculino BMX Freestyle Park — Foto: Emmanuel Dunand / AFP

Partida de vôlei de praia masculina entre EUA e Marrocos — Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP
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Anna Karolina Schmiedlova, da Eslováquia, durante a partida individual feminina de tênis — Foto: Martin Bernetti / AFP

Lindon Victor, de Granada, em registro especial no salto em distância do decatlo masculino — Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP
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Final da corrida de triatlo individual feminino. Na foto, a francesa Cassandre Beaugrand (E) a suíça Julie Derron — Foto: Jeff Pahoud /AFP

Espectadores assistem à partida masculina de vôlei de praia entre França e Espanha — Foto: Thomas Samson / AFP
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A americana Simone Biles compete na prova de salto na final por equipes femininas de ginástica artística — Foto: Lionel Bonaventure / AFP

O frances, Mathias Lessort, durante partida de basquete do grupo B entre Japão e França — Foto: Thomas Coex / AFP
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Tyler Downs e Greg Duncan, dos EUA, competem na final masculina de saltos sincronizados do trampolim — Foto: Sebastien BOZON / AFP

Bruno Caboclo, do basquete masculino do Brasil, em olhada para a bola na fase preliminar do grupo B — Foto: Gregory SHAMUS / AFP
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Jerome Vega, de Porto Rico, em detalhe durante lançamento de martelo masculino no atletismo — Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

Guram Tushishvili, da Geórgia, e Teddy Riner, da França, durante confronto no judô masculino acima de 100 kg — Foto: Jack GUEZ / AFP
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Equipes de vela alinhadas no horizonte durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Nicolas TUCAT / AFP

Atleta durante a qualificação do salto triplo feminino no atletismo das Olimpíadas 2024 — Foto: Martin BERNETTI / AFP
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A australiana Jessica Fox durante as eliminatórias individuais femininas de canoagem slalom — Foto: Olivier MORIN / AFP

Atletas competem na eliminatória masculina dos 3000m com obstáculos no evento de atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Adam Pretty / POOL / AFP
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O australiano Campbell Harrison durante a semifinal masculina de escalada esportiva — Foto: Jonathan NACKSTRAND / AFP

Momento-chave da final masculina dos 100m do atletismo nas Olimpíadas de Paris 2024 — Foto: Dimitar DILKOFF / AFP
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Rebeca Andrade compete na final feminina da trave de equilíbrio da ginástica artística durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Loic VENANCE / AFP

Queda de Simone Biles durante final feminina da trave na ginástica artística — Foto: Lionel BONAVENTURE / AFP
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Atletas competem na repescagem dos 110m com barreiras masculino do atletismo nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 — Foto: Kirill KUDRYAVTSEV / AFP

A japonesa Kokona Hiraki nas eliminatórias do skate park feminino das Olimpíadas de Paris 2024 — Foto: Franck FIFE / AFP
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Reação da brasileira Tatiana Weston-Webb à interferência feita pela costa-riquenha Brisa Hennessy — Foto: Ben Thouard / POOL / AFP

Jogadores disputam a bola durante a partida de basquete das quartas de final masculina — Foto: Aris MESSINIS / AFP
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Reza Alipour Shenazandifard compete contra Julian David na escalada esportiva masculina — Foto: Fabrice COFFRINI / AFP

A brasileira Lissandra Maysa Campos no salto em distância feminino das Olimpíadas de Paris — Foto: Antonin THUILLIER / AFP
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Momento em que atletas dos 200m do atletismo masculino cruzam a linha de chegada da repescagem — Foto: Jewel SAMAD / AFP

Registro do belga Timothy Herman durante o lançamento de dardo masculino do atletismo nas Olimpíadas — Foto: Ben STANSALL / AFP
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A britânica Georgia Bell e a etíope Diribe Welteji competem nos 1500m feminino do atletismo — Foto: Jewel SAMAD / AFP
Seleção feita pela equipe de fotografia do O Globo com alguns dos registros mais memoráveis do evento
Ainda que o Time Brasil não tenha atingido a meta de medalhas estipulada, que era superar as 21 de Tóquio-2020, as mulheres garantiram o melhor resultado da história: 3 ouros, 4 pratas e 5 bronzes, 60% das conquistas brasileiras.
Dentre as 20 medalhas obtidas, brilhou a ginástica artística feminina, com quatro, inclusive um ouro no solo, com Rebeca Andrade superando Simone Biles e sendo reverenciada mundo afora. Ela foi o grande nome do Brasil e se tornou a maior medalhista do país em Jogos Olímpicos, com 2 ouros, 3 pratas e 1 bronze.
Já judô e vôlei, modalidades tradicionais, ficaram vivas graças às mulheres. Beatriz Souza foi campeã entre os pesados e Larissa Pimenta, bronze no meio-leve, além de Rafaela Silva decidir a disputa por equipes mistas contra a Itália. No caso do vôlei, preocupam os times masculinos, que saíram de mãos abanando, e cuja renovação não se mostra tão efetiva como no feminino, de onde vieram o ouro de Duda/Ana Patrícia e o bronze da equipe de quadra.
Em entrevista ao GLOBO às vésperas dos Jogos, a gestora Júlia Silva, da área da Mulher no Esporte do Comitê Olímpico do Brasil (COB), comemorava o fato de muitas confederações terem incluído projetos para o feminino em seu planejamento anual, sem contar com verba extra da entidade:
— Vimos um movimento diferente. Entenderam que é importante investir no feminino e que o resultado vem.
Já Taciana Pinto, gerente de Desenvolvimento Esportivo do COB, conta que a área de Mulher no Esporte recebeu em 2024 para o Programa de Desenvolvimento do Esporte Feminino um total de 79 projetos. Ainda que nem todos estejam diretamente relacionados ao alto rendimento, os resultados já começam a aparecer.
— Isso faz parte da corrida olímpica. Os países que perceberem este potencial e se movimentarem vão chegar antes. Não podemos ficar para trás. É uma mudança de cultura no planejamento das confederações — avalia Taciana.
Nos Estados Unidos, a importância do investimento no esporte feminino é reconhecida há meio século, desde que uma lei, nos anos 1970, passou a oferecer oportunidades iguais para atletas nas escolas e universidades. Em Tóquio-2020, as americanas conquistaram 66 das 113 medalhas do país nos Jogos (58,4%).
Além do pódio: fotos eternizam momentos de admiração entre Rebeca Andrade e Simone Biles
Amizade entre as atletas foi destaque nas redes sociais durante as Olimpíadas de Paris 2024
A tendência no Brasil vem se confirmando há menos tempo, mas os sinais são de evolução: foram cinco medalhas na Rio-2016, nove em Tóquio-2020 e 12 em Paris-2024. O mesmo ocorreu nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023. Das 205 medalhas conquistadas, sendo 66 de ouro, 73 de prata e 66 de bronze, a maioria veio das mulheres: 33 de ouro (29 masculinas e 4 mistas).
Em Paris-2024, mesmo em modalidades sem medalhas, o esporte feminino brasileiro deixou boas impressões: Ana Sátila obteve o melhor resultado da canoagem slalom em Jogos Olímpicos (quarto lugar), assim como Giullia Penalber no wrestling (quinto); Juliana Vieira conquistou a primeira vitória de uma brasileira no badminton; e as mulheres alcançaram três das quatro finais da natação. Além do crescimento nos resultados, as atletas mulheres representaram 55% da delegação brasileira, 153 de 274.
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