Batizada de “Pai, Mãe, Vida”, a seita criada pela mãe de Djidja, Cleusimar, e o irmão, Ademar, tinha possante cunho religioso. De convenção com a polícia, os três acreditavam ser, respectivamente, Maria Madalena, Maria e Jesus Cristo. A mãe e o irmão foram presos preventivamente nesta quinta-feira depois a morte da ex-sinhazinha. A justificação do óbito ainda não foi determinada.
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Morta no início desta semana, Djidja Cardoso era investigada pela Polícia Social do Amazonas por fazer segmento dessa seita com a família. Eles obrigavam funcionários de uma rede de salões de venustidade a consumirem ketamina, um tipo de droga com efeitos alucinógenos.
— A morte tem peculiaridades, principalmente pela possibilidade de uso de fármacos psicotrópicos. Há a possibilidade de ter havido um insulto que levou ao óbito dela (…) Não trabalhamos ainda com a hipótese de homicídio. Para que eu possa manifestar que teve uma morte violenta e um homicídio, preciso de elementos de autoria. É o que estamos levantando — explica o mandatário Daniel Antony, da Delegacia de Homicídios.

Os mandados de prisão, pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico, também foram expedidos contra três funcionários da rede de salões Belle Femme. Segundo o mandatário, ao longo das operações nas unidades da rede, foram encontrados centenas de seringas, algumas prontas para serem usadas, além de doses da droga. Ademar Cardoso foi intuito de um mandado pelo transgressão de estupro.
As investigações tiveram início a respeito de 40 dias, e a droga era obtida de forma irregular em uma clínica veterinária. Vítimas relataram aos policiais terem sido dopadas e mantidas em cárcere privado.
— Diversas pessoas já foram ouvidas no decurso da investigação. Duas pessoas relataram fatos criminosos que levam a crer na possibilidade prática de estupro de vulnerável. Inclusive, com a possibilidade de ter ocorrido um monstruosidade com uma dessas garotas — disse o mandatário Cícero Túlio.
Em seguida a notícia do falecimento de Djidja, amigos e familiares prestaram homenagens a amazonense em suas redes sociais. O perfil solene do salão de venustidade de Djidja, o Belle Femme, informou que seus estabelecimentos permanecerão fechados por dois dias e publicou um post se despedindo.
Djidja, que no momento de sua morte acumulava quase 65 milénio seguidores em suas redes sociais, costumava publicar vídeos de seus treinos na ateneu, além de curiosidades sobre o Festival Folclórico de Parintins.
Ao mostrar uma vez que era seu dia a dia, Djidja surpreendia seus seguidores quando mostrava suas cinco cobras de estimação. Batizados de Seu Banana, Afrodite, Zeus, Poseidon e Atena, os animais acompanhavam Djidja em toda a sua rotina e sempre estavam presentes em seus vídeos e postagens.

O Boi Reservado prestou homenagens nas redes sociais e esteve presente no enterro da ex-sinhazinha Djidja Cardoso, nesta quarta-feira.
“A rosa mais linda e perfumada do curral, partiu. A Cidade Reservado está em silêncio. A Baixa do São José se entristeceu. As cores hoje já não brilham tanto, a sombrinha já não gira mais no ar, as bandeiras estão paradas, os sorrisos tornam-se em lágrimas, a galera vermelha e branca chora. O Boi Reservado chora com sua repentina partida. Nossa sinhazinha, a dona do nosso coração, atravessou o rio. Agora é hora de repousar, hora daquele adeus. Que Nossa Senhora do Carmo te receba e console todos aqueles que te amam. Brilhe muito nos jardins celestiais. Te amaremos para sempre, Djidja!!! ♥️🌹”, diz a legenda de homenagem do post do Boi Reservado.