Março 19, 2025
Na corrida ao Oscar, ‘A Sociedade da Neve’ dá voz aos mortos da tragédia nos Andes

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Filme conta a odisseia vivida pelos jovens integrantes de uma equipe uruguaia de rúgbi amásio quando o avião em que viajavam para o Chile caiu na Serrania dos Andes em 1972

MARIANA SUÁREZ/AFPCordilheira dos Andes
Imagem da cruz no túmulo das vítimas do sinistro leviano dos Andes em 1972, no Vale das Lágrimas, na remota Serrania dos Andes

Roberto Canessa passou dois terços de sua vida contando porquê enfrentou temperaturas inferior de zero, duas avalanches, escalou os Andes e comeu mesocarpo humana para sobreviver ao terrível acidente leviano que marcou sua vida aos 19 anos. Mas, sendo uma das mais fantásticas históricas de sobrevivência de todos os tempos, para o uruguaio vale a pena contá-la de novo. A tragédia – ou o milagre – nos Andes volta a ser contada no filme “A Sociedade da Neve”, da Netflix, que estreou em dezembro em salas de cinema de vários países e poderá ser presenciado na plataforma de streaming a partir de 4 de janeiro. “Todos temos nossa serrania”, disse Canessa à AFP. “E tem muita gente que está subindo a serra agora. É preciso manifestar que não desanimem, que sigam adiante”, acrescentou.

Dirigido pelo espanhol J.A. Bayona (“Jurassic World: Reino Ameaçado”, “O Impossível”), “A Sociedade da Neve” conta a odisseia vivida pelos jovens integrantes de uma equipe uruguaia de rúgbi amásio quando o avião em que viajavam para o Chile caiu na Serrania dos Andes em 1972.  O título e a história se inspiraram no livro homônimo do uruguaio Pablo Vierci, que colhe os testemunhos dos membros da “sociedade da neve”. Para Canessa, o nome representa um pacto que surge quando a vida impõe desafios, “quando a sociedade civilizada te deixa de lado”.

“Quando você tem uma equipe de rúgbi, viaja de avião para o Chile jogar uma partida e, de repente, se vê em um acidente leviano (…)  E obviamente o ser humano pensa em seguida que vão vir resgatá-lo. Mas os dias começam a passar”, conta.  “Você tem que fazer sua própria chuva, tem que consumir os mortos porque se não, vai morrer. Os mortos estão ali, do teu lado. Você começa a ver a morte de outra pessoa não com tristeza por ela, mas com tristeza por si próprio porque é porquê se estivesse em uma lista de espera”, continua.

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Em 13 de outubro de 1972, um avião com 45 pessoas a bordo (jogadores da equipe Old Christians, alguns familiares e a tripulação) caiu nas montanhas andinas, em território prateado. O impacto dramático partiu o avião e matou vários ocupantes da aeroplano. Outros sucumbiram ao longo dos 72 dias que passaram no Vale das Lágrimas, a mais de 3.000 metros de altitude. “O que aconteceu conosco nos Andes é paradoxal”, diz Canessa, um dos 16 sobreviventes que ficaram para racontar a história. Na estação, o agora cardiologista percorreu a serrania durante dez dias com seu colega Fernando Parrado até conseguir ajuda. O acidente e a façanha foram contados em livros, documentários e filmes porquê “Vivos” (1993), falado em inglês e protagonizado por Ethan Hawke e Josh Hamilton.

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O filme, apresentado no fecho do Festival de Veneza, entrou na lista reduzida para o Oscar de Melhor Filme Internacional representando a Espanha. Também é semifinalista nas categorias de efeitos visuais, maquiagem e trilha sonora. Canessa, que depois de sua expedição na serrania aprendeu a levar a vida passo a passo, recomenda ver ao filme com perspectiva. “Sente-se no cinema e deixe-se levar para pensar o que você faria se na vida acontece do seu avião desabar”.

*Com informações da escritório AFP



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