Um oferecido global que nos preocupa, que nós lançamos nesse ano no relatório Global, é que as pessoas estão de roupa tão muito informadas sobre esse padrão de desigualdade que existe nos países e entre os países, que elas até estão disponíveis a penetrar mão da democracia por ganhos pessoais de bem-estar maior.
Portanto elas estão dispostas a terem políticos ou apoiarem políticos mais conservadores e menos comprometidos com os valores da democracia desde que isso reverbere em termos de bem-estar para elas e para as suas famílias.
O grande repto agora de todos os governos é a construção de respostas mais rápidas e essa construção ela não se faz na política. Essa é uma desenlace do nosso relatório global, e aí voltamos a máxima da professora Conceição Tavares: “não se faz economia sem política, nem política sem economia. Betina Ferraz, coordenadora do PNUD
Ferraz detalhou os dados do último relatório divulgado pelo Pnud que mostram uma melhoria no índice de desenvolvimento humano da população negra no país.
O relatório traz pela primeira vez para o Brasil uma série temporal de dez anos, avaliando os IDHs, e isso é importante para os economistas, para os cientistas, no sentido da gente julgar as tendências.
A gente teve uma melhoria do IDH dos negros no Brasil e, sobretudo, impulsionados pela subtracção da disparidade no IDH de menção à instrução. E isso é chave para qualquer país, isso é chave para a exigência, digamos, de promoção de uma sociedade mais justa, equitativa, que é o que a gente quer.