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Na disputa pela prefeitura de São Paulo, o titular Ricardo Nunes (Movimento Democrático Brasileiro, MDB) e o deputado Guilherme Boulos (Partido Socialismo e Liberdade, PSOL) se preparam para uma batalha acirrada pelos votos das populações mais pobres da periferia da cidade em segundo turno, especialmente aqueles que apoiaram o agora derrotado Pablo Marçal (Partido Brasileiro de Reconstrução Trabalhista, PRTB).
Marçal, um influenciador das redes sociais, teve um bom desempenho em bairros densamente povoados nas zonas leste e norte, garantindo vitórias em 20 das 57 zonas eleitorais. Boulos também venceu em 20, enquanto Nunes saiu na frente em 17.
Nunes manifestou a intenção de cortejar os eleitores de Marçal, mas descartou a possibilidade de se aliar ao influenciador e rejeitou a ideia de partilhar a plataforma de campanha com ele. “Não vou entrar em contato [Marçal]”, afirmou Nunes, enfatizando que não buscará o apoio de um adversário que o insultou e ameaçou de prisão no primeiro turno. Quando questionado se Marçal se juntaria a ele na campanha, Nunes negou categoricamente.
Na segunda-feira (7), a estratégia de campanha de Nunes para o segundo turno foi discutida com o governador do estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o coordenador de campanha, deputado Baleia Rossi (MDB). Eles acreditam que Nunes herdará “naturalmente” a base eleitoral de Marçal, adoptando uma posição anti-esquerda, apelando aos conservadores e defendendo o empreendedorismo.
Incluir o Sr. Marçal na campanha poderia sair pela culatra politicamente e fornecer munições contra o presidente da Câmara. Antes do primeiro turno, Marçal divulgou documento falso ligando o candidato do PSOL ao uso de drogas. Ao longo da campanha, Marçal se envolveu em ataques pessoais e espalhou desinformação, inclusive aproveitando um boletim de ocorrência apresentado pela esposa do Sr. Nunes, Regina Carnovale, em 2011 contra o prefeito.
Nunes redobrou sua parceria com Freitas, agendando aparições quase diárias conjuntas com o governador. Na segunda-feira (7), ambos assistiram a um culto na igreja evangélica Assembleia de Deus, e na terça-feira (8) participarão de um evento organizado pelas duas administrações.
O desempenho eleitoral de Nunes tem sido creditado ao governador, que pretende se firmar como líder político nacional caso o prefeito seja reeleito. Com a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro (Partido Liberal, PL), Freitas ganhou maior destaque.
O envolvimento do Sr. Bolsonaro está sendo abordado com cautela. Embora Nunes tenha expressado esperança na presença do ex-presidente, a campanha tem receio de ter Bolsonaro no palco para evitar que a eleição se torne excessivamente nacionalizada e para evitar reações devido aos altos índices de desaprovação do ex-presidente.
Nunes já obteve o apoio do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Partido da Cidadania, e derrotou a candidata Marina Helena (Partido Novo, Novo).
A campanha do Sr. Boulos enfrenta o desafio contínuo de angariar o apoio dos bairros mais pobres, especialmente daqueles que escolheram o Sr. Marçal. A equipe do candidato se reuniu na segunda-feira (7) para traçar estratégias. Boulos anunciou no domingo (6) sua intenção de dialogar com aqueles que não votaram nele.
Seu objetivo é contrastar as biografias dos candidatos, incluindo seus companheiros de chapa e apoiadores políticos, para destacar a polarização Lula-Bolsonaro, juntamente com seus planos e propostas. Boulos vê o segundo turno como uma nova eleição. “Nunes tinha mais ambições em termos de aparelho de Estado. E chegamos perto de um empate”, disse Boulos aos repórteres. “A periferia de São Paulo nos empurrou para o segundo turno.”
Esses eleitores se dividiram entre os três principais candidatos. O Sr. Nunes venceu em distritos nas zonas sul e norte, enquanto o Sr. Marçal teve um forte desempenho em áreas chave na zona leste. Garantir estes votos é uma prioridade, apesar do desafio, uma vez que o eleitorado de Marçal rejeita em grande parte um candidato de esquerda como Boulos.
Outro obstáculo é a ausência de candidatos a vereadores no segundo turno. Como o PSOL carece de uma presença territorial significativa, especialmente entre as populações mais pobres, Boulos continua fortemente dependente do Partido dos Trabalhadores (PT) para cumprir este papel – testando mais uma vez a dedicação do partido do Presidente Lula.
Em relação aos novos endossos na rodada final, Boulos espera ter líderes do Partido Socialista Brasileiro (PSB), como o vice-presidente Geraldo Alckmin, em sua campanha. Segundo o coordenador de campanha, Josué Rocha, é esperado um acordo com Alckmin ainda esta semana, sinalizando uma mudança para o centrão. O presidente Lula também é mencionado nos bastidores como uma figura crucial.
A deputada Tabata Amaral (PSB), que obteve quase 10% dos votos e ficou em quarto lugar, anunciou seu apoio a Boulos no domingo (6), mas afirmou que não compareceria ao palco de sua campanha. “Tabata fez um gesto generoso e consciente, sem pedir nada em troca. Estou satisfeito e grato por seu apoio”, disse Boulos.
O candidato observou que a primeira volta “não foi uma eleição normal”, referindo-se aos ataques e falsidades do Sr. Marçal.
Além de focar nas propostas, a equipe de Boulos pretende capitalizar as vulnerabilidades de Nunes, às vezes rotulando o prefeito como um “fantoche do Centrão” – um grupo de partidos de centro-direita que faz parte de todos os governos desde então. democratização – ou um representante da extrema direita.
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