Se você perguntasse para qualquer botafoguense no início de 2023 o que ele esperava do seu time no Brasileirão, dificilmente você escutaria um tanto uma vez que “ser vencedor”, o que era bastante compreensível oferecido que o time carioca passou vários dos últimos anos simplesmente lutando para permanecer na série A.
Mas o sentimento muda muito rápido no futebol. Bastaram algumas rodadas, uma boa sequência de vitórias e 13 pontos de vantagem para o vice-líder para isso mudar.
Se em 2022 o time tinha conseguido 15 vitórias no campeonato inteiro, neste ano ele precisou somente do primeiro vez (metade dos jogos) para invadir tal feito.
De uma hora para outra, as expectativas dos botafoguenses foram para a estratosfera, e qualquer coisa menos que o título passou a ser uma recusa para eles.
Mas depois desse início arrebatador, com muito mais vitórias do que qualquer um esperava, a maré de resultados mudou completamente. Nas últimas semanas o time acumulou uma sequência impensável de derrotas que, inclusive, fez o time perder a liderança do campeonato.
A DINHEIRISTA – Posso deixar meu marido sem legado? Estou muito doente e ele se recusa a cuidar de mim!
Qualquer semelhança não é mera coincidência
Eu não sou comentarista de futebol, e essa também não é uma pilastra sobre esportes.
Mas o que aconteceu com o Botafogo ajuda a entender uma propriedade muito geral do mercado financeiro.
Algumas vezes acontece uma espécie de deslocamento estatístico, e somos bombardeados por uma sequência de notícias e dados positivos que deveriam ser mais espaçados entre si.
Estatisticamente, a maior verosimilhança é que essa sequência formidável seja interrompida e dê lugar para dados um pouco piores em qualquer momento, em uma espécie de retorno à média.
O problema é que uma vez que investidores (e torcedores) muitas vezes nós nos esquecemos disso. Uma sequência de dados bons, ao invés de nos alertar de que o retorno à média está mais próximo de debutar a suceder, na verdade cria ainda mais euforia.
Até que em qualquer momento o inevitável acontece, a maré vira e as expectativas elevadas viram frustração – algumas vezes, não uma, mas uma sequência de frustrações que fazem o mercado desabar, pouco tempo depois de ter apresentado uma boa valorização.
Por isso é tão geral vermos aqueles padrões de ondas nos preços das ações e dos índices, com períodos de grande otimismo fazendo as ações irem muito para cima da risca de tendência, e logo depois retornarem para um tanto mais próximo da média, podendo inclusive estender esse movimento para inferior.
O Botafogo e o “campeonato” do Ibovespa
A partir de julho de 2023, as bolsas entraram em uma lesma de notícias negativas – inflação elevada e mercado de trabalho muito aquecido nos Estados Unidos, além de receios fiscais no Brasil.
Tudo isso fez o Ibovespa voltar para perto dos 110 milénio pontos, praticamente acabou com as perspectivas de Selic em um dígito e fez muita gente descobrir que não fazia mais sentido qualquer ter ações na carteira.
Três meses depois, a maré virou completamente e estamos passando por uma enxurrada de notícias positivas, que fez o Ibovespa voltar a negociar no maior patamar desde 2021.
No Brasil, os dados inflacionários seguem comportados e o mercado tem autenticado os esforços fiscais da equipe econômica.
Nos Estados Unidos não só o relatório de empregos mostrou desaceleração uma vez que na semana passada o PPI (índice de preços aos produtores) apresentou deflação, o que corrobora com a tese de que os juros por lá não devem subir mais.
Isso também é importante para a Selic, pois juros mais baixos lá fora tendem a facilitar os cortes por cá.
Aliás, o mercado voltou a cogitar a possibilidade de a Selic atingir um dígito já em 2024, com alguns gestores sugerindo que o Banco Médio deveria debutar a aligeirar os cortes a partir de agora.
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Mas o que eu realmente quero que você entenda, depois dessa longa explicação sobre retorno à média, é que tivemos uma sequência irregular de notícias boas nos últimos dias.
Portanto não seria estranho ver o fluxo piorar um pouco daqui para frente, trazendo o Ibovespa para patamares mais próximos dos 120 milénio – 115 milénio pontos.
Esse movimento seria absolutamente procedente. Na verdade, poderia até transfixar uma boa oportunidade de substanciar algumas posições, já que existem várias ações negociando por preços atrativos, principalmente as microcaps, que ainda seguem longe do radar dos grandes investidores.
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Um grande amplexo e até a próxima semana!