Outubro 1, 2024
‘O Menino Marrom’, livro de Ziraldo que aborda o preconceito racial, é censurado em escolas de cidade mineira | Brasil

‘O Menino Marrom’, livro de Ziraldo que aborda o preconceito racial, é censurado em escolas de cidade mineira | Brasil

Minas Gerais – Um livro infantil de Ziraldo foi retirado temporariamente das escolas municipais da cidade de Mentor Lafaiete, em Minas Gerais. Segundo expedido da prefeitura nas redes sociais nesta quarta-feira (19), a decisão foi tomada posteriormente reclamações dos pais sobre o teor da publicação.

“Diante das diversas manifestações e, divergência de opiniões, procedeu à solicitação de suspensão temporária dos trabalhos realizados sobre o livro ‘O Menino Marrom’, do responsável Ziraldo, a término de melhor readequação da abordagem pedagógica, evitando assim interpretações equivocadas”, informou a prefeitura nas redes sociais.

Publicado em 1986, “O Menino Marrom” narra o convívio de dois amigos, um preto e um branco, para entender qual a diferença das cores entre eles. Nas redes, alguns pais foram contra a decisão.

“Um contra-senso! Inacreditável censurarmos um livro, principalmente uma obra de um mineiro tão consagrado”, escreveu uma moradora da cidade. Ziraldo morreu em abril, aos 91 anos.

“O livro fala em fazer pacto de sangue. Tem um trecho de uma velhinha atravessando a rua e duas crianças olhando e desejando a sua morte”, reclamou um pai, que chamou o livro de “satânico”

“Suspendem Ziraldo e liberam o uso de celular nas escolas. Alunos com celular nas mãos não prestam 1 segundo de atenção, quem dirá a uma obra dessas… Estamos perdidos!”, se queixou outro morador.

Nota da prefeitura

A prefeitura de Mentor Lafaiete afirma que “O Menino Marrom” aborda de “forma sensível e poética temas uma vez que multiplicidade racial, preconceito e amizade” e que é um “recurso valioso na ensino, pois promove discussões importantes sobre reverência às diferenças e paridade”.

Apesar disso, diz que lamenta “interpretações dúbias” e que, em “reverência aos pais e a comunidade escolar”, iria suspender temporariamente o uso do livro em sala de lição para uma “melhor reflexão”.

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