A partir da próxima segunda, dia 27 de maio, as ações de Revista Luiza passarão a ser negociadas de forma exclusivamente grupada, na proporção 10 para um. Quer expor, os papéis, que encerraram o pregão desta sexta (24) em R$ 1,32 posteriormente a queda de 7%a maior do Ibovespa hoje, serão agrupados de forma que cada 10 corresponderão a um a partir do próximo pregão. E isso está provocando uma baixa expressiva no valor do ativo.
Mas esse grupamento não vai valorizar o papel?
Não necessariamente. Embora o valor nominal (o número manante no tempo referido) da ação de Magazine Luiza passe a ser maior a partir da próxima segunda, seu valor real (o valor ajustado, que exprime o real valor do ativo com o passar do tempo) se mantém.
Veja muito: quem tem 100 ações de Magazine Luiza na carteira hoje terá unicamente 10 ações na semana que vem. Na prática, porquê o capital social da empresa não sofrerá modificação, para o valor real do papel, tudo continua na mesma. O que mudará será o número de ações que a empresa tem, mas não seu valor de mercado.
É porquê ter um bolo e dividi-lo em 100 pedaços ou logo dividi-lo em 10 pedaços. Em qualquer dos cenários, o bolo tem o mesmo tamanho.
Por isso, mesmo que o valor nominal do papel suba a partir de segunda, seu valor real ainda pode ser menor, caso o movimento de queda hoje se confirme até o termo do pregão.
O grupamento foi anunciado pela Magalu há quase um mêsmas hoje é o dia final para investidores revisarem suas posições e estratégias.
Num cenário pessimista para o varejo, de juros mais altos por mais tempo do que se esperava e possivelmente até mais inflação, muitos acionistas podem estar “abandonando o navio”, por acreditarem que não há espaço – ao menos não tão cedo – para o papel se valorizar.
Outro ponto a ser considerado neste caso é o quanto é geral que empresas em situações críticas atraiam um fluxo de especuladores. Esses negociadores montam posições vendidas nas ações, uma tática que aposta em lucrar verba com a queda de valor do ativo.
Isso, num primeiro momento, faz pressão baixista sobre o preço do papel, mas, mais importante, é que acaba trazendo ainda mais volatilidade para as ações, uma vez que a visão desse grupo é mais “curto-prazista”.
E leste caminho permeado de sobe e desce deve ser o que Magazine Luiza deve trilhar nos próximos meses, até que o horizonte para a empresa melhore.
